Racismo de A... a Z | Uma lista de leitura antirracista

Por: Beatriz Sertório a 2020-11-16 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa

Toni Morrison

Toni Morrison

Toni Morrison (1931-2019) nasceu em Lorain, Ohio. Ao longo da sua carreira, alternou o seu trabalho de docente na Universidade de Princeton com a atividade literária. Os seus romances abordam a problemática da população negra nos Estados Unidos da América, em particular a situação das mulheres. É autora, entre muitas outras obras, de A Dádiva, A Nossa Casa É Onde Está o Coração e Deus Ajude a Criança, publicadas em Portugal pela Editorial Presença. Foi galardoada com diversos prémios literários, dos quais se destacam o Pulitzer e o Nobel da Literatura. Foi também agraciada pelo Presidente Barack Obama com a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior condecoração civil dos Estados Unidos da América.

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Angela Davis

Angela Davis

Ícone da luta pelos direitos civis, próxima do grupo dos Panteras Negras, por duas vezes candidata à vice-presidência dos Estados Unidos, Angela Davis é uma das ativistas mais incómodas deste século e do anterior. Nascida na pobreza em 1944, descendente de escravos, uma bolsa permitiu-lhe ir para Nova Iorque e formar-se em Filosofia. No Verão de 1970, acusada de conspiração na fuga de três prisioneiros em São Francisco, ingressou na lista dos mais procurados pelo FBI; capturada, diabolizada pelas autoridades (mulher, negra, marxista), foi absolvida após um julgamento mediático e um forte movimento popular pela sua libertação. O combate à discriminação racial e às assimetrias sociais, a militância pelos direitos das mulheres e a saga pelo desmantelamento das prisões transparecem na sua vasta obra – na qual se destacam Women, Race, and Class (1981) e Are Prisons Obsolete? (2003) –, que denuncia formas de encarceramento humano e nos ensina a olhar para os calabouços do mundo.

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Harper Lee

Harper Lee

Nasceu em 1926, em Monroeville, nos Estados Unidos da América, onde frequentou o Huntigton College e estudou Direito na Universidade do Alabama.
Foi galardoada com o Prémio Pulitzer e com vários outros prémios.
Mataram a Cotovia foi nomeado pelos principais livreiros americanos como O Melhor Romance do século XX, a obra-prima da literatura americana. Já vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo e está traduzido para mais de 40 línguas.
Viveu sempre uma vida completamente afastada dos círculos mediáticos e é junto com JD Salinger, uma das mais famosas reclusas literárias, tendo morado toda a sua vida na casa onde passou a sua infância, em Monroeville, no estado sulista do Alabama, onde morreu em fevereiro de 2016.

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James Baldwin

James Baldwin

James Baldwin nasceu em Nova Iorque em 1924, no bairro de Harlem, onde cresceu e estudou. Partiu para França em 1948, fugindo ao racismo e homofobia do seu país de nascimento. Em 1953 publicou o primeiro romance, Go tell it on the mountain (Alfaguara, 2019), que foi recebido com excelentes críticas. Entre as suas obras mais importantes encontram-se Giovanni’s Room, The fire next time, Going to meet the man, Notes of a native son e Another country. Destacou-se desde cedo como romancista, ensaísta, poeta e dramaturgo, mas a par disso notabilizou-se como uma das vozes mais influentes do movimento de direitos civis. Foi o primeiro artista afroamericano a aparecer na capa da revista Time. Em 2017, trinta anos após a sua morte, voltou ao palco graças a um documentário baseado na sua obra: I am not your negro. James Baldwin morreu em 1987 no sul de França, um ano depois de ter sido nomeado Cavaleiro da Legião de Honra Francesa.

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Colson Whitehead

Colson Whitehead

Colson Whitehead nasceu em 1969 em Nova Iorque. Estudou em Harvard e começou por trabalhar no Village Voice a escrever recensões de discos, filmes e livros. Foi finalista do Prémio PEN/Hemingway com o seu primeiro romance: The Intuitionist. Tem publicados vários romances e um livro de ensaios, The Colossus of New York. Foi finalista dos prémios Pulitzer, Pen/Oakland e PEN/Faulkner. Com A estrada subterrânea venceu o Prémio Pulitzer e o National Book Award, entre várias outras distinções. É professor em instituições como a Universidade de Columbia e Princeton e foi distinguido com as bolsas Guggenheim e MacArthur. Está em curso a sua adaptação ao pequeno ecrã, pela mão de Barry Jenkins, realizador que arrecadou um Óscar com o filme Moonlight. Venceu pela segunda vez o Prémio Pulitzer - feito raramente alcançado na história da literatura americana - com o romance Os rapazes de Nickel. Vive em Nova Iorque.

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Maya Angelou

Maya Angelou

Maya Angelou (1928-2014) foi uma das mais destacadas vozes das artes e letras norte-americanas. Escritora, poeta, cantora e ativista dos direitos humanos, tornou-se conhecida sobretudo pelas suas sete autobiografias, que são também uma história da América. Ao longo de 50 anos, escreveu ainda ensaios, coletâneas de poemas, peças de teatro e guiões para filmes, que lhe valeram mais de meia centena de prémios. Na sua juventude foi ajudante de cozinha, dançarina em clubes noturnos, prostituta, fez parte do elenco do musical Porgy and Bess e foi jornalista no Egipto e no Gana durante os tempos da descolonização. Ativista dos direitos civis, trabalhou com Martin Luther King Jr. e Malcolm X. A partir de 1990, começou a dar palestras um pouco por todo o mundo, missão que prolongou até depois dos 80 anos. Em 1993, recitou um dos seus poemas na inauguração do primeiro mandato do presidente Bill Clinton.

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Enquanto o mundo era assolado por uma pandemia, até então desconhecida, voltámos a ser confrontados com uma que nunca nos deixou. A violência e a injustiça em que estiveram envoltos os homicídios de Breonna Taylor ou George Floyd, nos EUA, ou o do ator Bruno Candé, em Portugal, vieram expor como o racismo é uma praga que continua a infestar todas as esferas da nossa sociedade. Porque partilhamos a convicção de James Baldwin de que “[n]em tudo o que enfrentamos pode ser mudado, mas nada pode ser mudado enquanto não for enfrentado”, compilámos uma seleção de livros que abordam a temática do racismo, numa lista que pretende ser um manual de A a Z de como ser, ativamente, antirracista.


A de... Americanah | Chimamanda Ngozi Adichie

B de... Beloved | Toni Morrison

C de...Cor Púrpura | Alice Walker

D de... A Dança da Água | Ta-Nehisi Coates 

 

O norte-americano Ta-Nehisi Coates tornou-se conhecido do público ao escrever regularmente para diferentes publicações sobre questões relacionadas com o racismo. A Dança da Água (Cultura Editora), é o seu romance de estreia, sendo que o autor tinha já sido o vencedor do National Book Award, pelo livro de não-ficção Entre Mim e o Mundo (Ítaca). Este romance relata a viagem inesperada de um jovem que nasceu escravo e que, após receber um poder misterioso, decide fugir da única casa que alguma vez conheceu e resgatar a família que deixou para trás.

 

E de... A Estrada subterrânea | Colson Whitehead

F de... The Fire next time | James Baldwin

 

Embora ainda não tenha sido publicada em Portugal, The Fire Next Time é considerada a obra seminal de James Baldwin, uma das vozes mais infl uentes do movimento pelos direitos civis, e o primeiro artista afro-americano a aparecer na capa da revista Time. Para além de relatar episódios autobiográficos da sua infância em Harlem, Baldwin denuncia e condena o terrível legado de injustiça racial na América, apelando ao fim deste “pesadelo racial”. Outras obras suas como Se o Disseres na Montanha (Alfaguara) ou Se Esta Rua Falasse (Alfaguara) são igualmente importantes para entender a história do racismo nos EUA.

 

G de... A Geração da Utopia | Pepetela 

H de... Huckleberry Finn | Mark Twain

I de... I'm still here | Austin Channing Brown

J de... Jazz | Toni Morrison

K de... Kindred  | Octavia E. Butler

L de... A Liberdade é uma luta constante | Angela Davis

 

Nascida no estado do Alabama, e descendente de escravos, Angela Davis tornou-se um verdadeiro ícone da luta pelos direitos civis, tendo por duas vezes sido candidata à vice-presidência dos EUA. Nesta seleção de ensaios, entrevistas e discursos, A Liberdade é uma Luta Constante (Antígona), a célebre ativista e académica lança uma nova luz sobre as lutas contra a violência e a opressão em vários pontos do mundo — da Palestina à África do Sul —, refletindo sobre temas como o patriarcado e a supremacia branca.

 

M de... Mataram a cotovia | Harper Lee

N de... Não serei eu mulher? | Bell Hooks 

O de... O Ódio que semeias | Angie Thomas

P de... Pushout  | Monique Morris

Q de... Quando tudo se desmorona  | Chinua Achebe

R de... Racismo no país dos brandos costumes | Joana Gorjão Henriques

S de... Sei porque canta o pássaro na gaiola | Maya Angelou

 

O clássico americano Sei Porque Canta o Pássaro na Gaiola (Antígona) é um livro de memórias da autoria da escritora, poeta, cantora e ativista Maya Angelou. Tendo trabalhado lado a lado com Martin Luther King Jr. e Malcolm X, e recitado um dos seus poemas na inauguração do primeiro mandato do presidente Bill Clinton, Angelou foi uma das mais destacadas vozes da luta pelos direitos civis. Neste livro, traça um relato inspirador da sua infância e juventude, oferecendo-nos a perspetiva de uma criança sobre a violência inexplicável do mundo dos adultos e a crueldade do racismo.

 

T de... Tempo de matar | John Grisham

U de... Um longo caminho para a liberdade | Nelson Mandela

V de... Vai e põe uma sentinela | Harper Lee

W de... Why I’m no Longer Talking About Race | Reni Eddo-Lodge

 

Da autoria da jornalista premiada Reni Eddo-Lodge, o ensaio Why I’m no Longer Talking About Race tem figurado em todas as listas de livros sobre racismo, nos últimos tempos. Embora tenha sido publicado em 2018, teve origem num artigo com o mesmo título publicado no blogue pessoal da autora quatro anos antes, e expressa a sua frustração relacionada com a forma como o debate sobre o racismo na Grã-Bretanha tende a ser conduzido por aqueles que não são diretamente afetados por ele. O artigo tornou-se viral, tendo levado a autora a explorar em profundidade a raiz dessas suas frustrações, e resultado nesta reflexão poderosa sobre a experiência de ser uma mulher negra na Grã-Bretanha dos dias de hoje.

 

X de... Malcolm| Malcolm X

Y de... Your Silence Will Not Protect You | Audre Lorde

Z de... Zami|  Audre Lorde

 

“Negra, lésbica, mãe, guerreira e poeta”. Era assim que a ativista Audre Lorde, que dedicou a sua vida e obra a combater injustiças como o racismo, o sexismo, a homofobia e os preconceitos sociais, se descrevia. Your Silence Will Not Protect You e Zami são duas das suas obras mais importantes — juntamente com Sister Outsider. A primeira é uma coleção de ensaios, discursos e poemas que aborda, entre outros temas, a forma como o silêncio pode ser uma forma de violência. O segundo é uma autobiografia, na qual a autora recorda episódios marcados pelo racismo, desde muito nova, tais como a morte do senhorio da sua casa de família, que se enforcou por ter tido de arrendar o seu apartamento a afro-americanos.


 

Na sequência de episódios que denunciaram a existência de racismo em Portugal, cento e oitenta e sete escritores de língua portuguesa assinaram uma carta aberta “contra o racismo, a xenofobia e o populismo e em defesa de uma cultura e de uma sociedade livres, plurais e inclusivas”. Neste documento, assinado por grandes nomes da literatura lusófona, como Lídia Jorge, Mário de Carvalho, Mia Couto, Pepetela, José Eduardo Agualusa, Chico Buarque ou Nélida Piñon, os autores assumiram o compromisso de jamais participarem “em eventos, conferências e/ou festivais conotados — seja de que maneira for — com ideias que colidam com os princípios da tolerância e da dignidade humana”.

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