12 escritores e a sua vida dupla enquanto artistas

Por: Sónia Rodrigues Pinto a 2020-06-24 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa

Cláudia R. Sampaio

Cláudia R. Sampaio

Cláudia R. Sampaio é uma poeta e pintora nascida em Lisboa (1981). Tem seis livros de poesia publicados até ao momento: Os dias da Corja, A primeira urina da manhã, Ver no escuro, 1025mg, Outro nome para a solidão e Já não me deito em pose de morrer. Também está publicada no Brasil com a trilogia ‘Inteira como um coice do Universo’ (Edições Macondo). Em 2017, estreou-se na escrita para teatro, com uma peça para a 10.ª edição do festival PANOS, na Culturgest.
Actualmente, é artista residente do projecto MANICÓMIO.
Vive em Lisboa com as suas duas gatas: Polly Jean e Aurora.

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Clarice Lispector

Clarice Lispector

Clarice Lispector nasceu a 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia, então em vias de integração na URSS. Os pais eram judeus e o seu nome de batismo Chaya Lispector.
A família fora vítima dos pogroms, particularmente intensos a partir de dezembro de 1918. Foi para fugir à devastação da guerra civil que os Lispectors emigraram para o Brasil em 1922, fixando-se primeiro em Maceió e depois no Recife.
Clarice, nome adotado no Brasil, demonstrou um precoce interesse pelas palavras. Dava nomes aos azulejos, às canetas e lápis e inventava jogos de frases para a mãe, paralisada pela doença.
No Recife, Clarice ajudava a família dando explicações de Português e Matemática, roubava rosas e rodeava-se de gatos.
Desde o início, o seu estilo de escrita foi marcado por uma linguagem intimista e uma sintaxe excêntrica. Nos contos que enviava para o Diário de Pernambuco nunca iniciava as histórias por «Era uma vez...».
Foi nessa época que Clarice leu alguns dos autores qua a iriam influenciar, como Machado de Assis e Monteiro Lobato. O Lobo das Estepes, de Hermann Hesse, e Crime e Castigo, de Dostoievski, emocionaram-na.
Em 1933 decidiu ser escritora. «Quando conscientemente, aos treze anos de idade, tomei posse da vontade de escrever - eu escrevia quando era criança, mas não tomara posse de um destino - quando tomei posse da vontade de escrever, vi-me de repente num vácuo.»
A mãe de Clarice faleceu em 1930. Cinco anos depois, a família, em dificuldades económicas, deslocou-se para o Rio de Janeiro.
Depois de ter frequentado uma escola de bairro, Clarice foi admitida na Faculdade de Direito. Era então uma rapariga de cabelos claros, com uma pronúncia estranha e uma insólita beleza.
O pai, Pedro Lispector, faleceu em 1940, de uma banal operação à vesícula. Pouco depois, Clarice iniciou a sua atividade como jornalista na Agência Nacional, onde conheceu o escritor Lúcio Cardoso, por quem se apaixonou e a quem tentou em vão "salvar" da homossexualidade.
Em março de 1942, sob a influência das leituras de Espinosa, Clarice começou a escrever Perto do Coração Selvagem. O livro, publicado em 1943, agitou a literatura brasileira, marcada pelo realismo de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Jorge Amado.
É então que Clarice Lispector decide casar com um colega de faculdade, Maury Gurgel Valente. Como este seguia a sua carreira diplomática, Clarice deixa o Rio por duas décadas. Separa-se das duas irmãs, afasta-se dos escritores seus amigos e dos leitores. Conhece a monotonia da vida diplomática, primeiro em Nápoles, depois em Berna e Washington.
Clarice teve dois filhos nesse período de afastamento do Brasil. Foi para eles que escreveu livros como A Vída Íntima de Laura e A Mulher Que Matou os Peixes.
Em 1959, separa-se de Maury para poder regressar ao Rio. Continua «luminosa e inacessível» e conhece dificuldades financeiras, apesar de se ter tornado, depois de Laços de Família (1960), A Maçã no Escuro (1961) e A Paixão Segundo G. H. (1964), uma escritora de culto.
A fama chega-lhe através das crónicas do Jornal do Brasil. Mas esse é também um tempo de tragédia. Sofre graves queimaduras num incêndio do seu apartamento e a esquizofrenia do filho mais velho agrava-se.
«Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida», diz em Um Sopro de Vida, a sua última obra.
Dá a sua última entrevista para a televisão em fevereiro de 1977, já gravemente doente. Morre em dezembro desse ano na sua cidade, o Rio de Janeiro.

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Federico García Lorca

Federico García Lorca

Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 1898-Granada, 1936), foi poeta e dramaturgo, conhecido também como músico e artista. Nascido na Andaluzia, estudou Direito em Granada e transferiu-se mais tarde para Madrid, onde fez amizade com artistas como Luis Buñuel e Salvador Dalí e os poetas Rafael Alberti e Juan Ramón Jiménez. Aí publicou os seus primeiros poemas. Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período turbulento em que escreveu os seus poemas surrealistas. Voltando a Espanha, criou um movimento de teatro chamado La Barraca. Foi ainda um excelente pintor, compositor e pianista. Como autor de teatro, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram a sua posição como grande dramaturgo.
Em julho de 1936, alarmado pelo começo da Guerra Civil, Lorca deixou Madrid e partiu para Granada, mas a sua premonição de uma morte fatal, que atravessa toda a sua obra, concretizou-se quando, numa noite, foi assassinado por nacionalistas.

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Franz Kafka

Franz Kafka

Franz Kafka nasceu em 1883, em Praga, no seio de uma família da pequena burguesia judia de expressão alemã. Começou a escrever os seus primeiros textos em 1904. Em 1906, terminou os seus estudos universitários, doutorando-se em Direito. Em vida, publicou apenas sete pequenos livros e alguns textos em revistas. De entre estes livrinhos e textos, destaca-se A Metamorfose, que veio a lume em 1915. Esta pequena novela viria a afirmar-se como uma das suas obras de referência. A 3 de junho de 1924, não resistindo à tuberculose diagnosticada em 1917, morre em Kierling, a poucos quilómetros de Viena, deixando três romances fragmentários, que seriam publicados postumamente pelo seu amigo e testamenteiro Max Brod: O Processo (1925), O Castelo (1926) e América (1927), a que se seguiram volumes com contos, cartas e diários. A sua obra, centrada no homem solitário moderno, refém de uma vida absurda, tornar-se-ia uma das mais influentes do mundo literário do século xx.

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Ana Hatherly

Ana Hatherly

Ana Hatherly nasceu a 8 de maio de 1929, no Porto. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorou-se em Estudos Hispânicos pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. A sua vasta obra inclui poesia, ficção, ensaio, tradução, performance, cinema e artes plásticas. Uma poeta de vanguarda, foi membro destacado e teorizadora do grupo da Poesia Experimental Portuguesa. Destacam-se as suas obras Eros Frenético (1968), Rilkeana (1999), ou o conjunto de textos reunidos em Tisanas, um trabalho que a acompanhou até ao final da vida. Faleceu a 5 de agosto de 2015.

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Patti Smith

Patti Smith

Patti Smith é uma das figuras mais icónicas do rock e da poesia contemporânea, nascida a 30 de dezembro de 1946 em Chicago, Illinois, Estados Unidos. Conhecida como a "poetisa do punk", Smith teve um papel fundamental na cena punk rock de Nova Iorque durante os anos 1970, trazendo uma combinação única de poesia, música e uma atitude rebelde que influenciou gerações de músicos e artistas.

Smith começou sua carreira artística como poetisa, e a sua ligação com a música surgiu naturalmente, à medida que as suas leituras poéticas começaram a incorporar elementos musicais. Em 1975, lançou o seu álbum de estreia, Horses, que é considerado um dos discos mais importantes da história do rock. Com produção de John Cale (ex-Velvet Underground), o álbum misturava rock and roll cru com uma sensibilidade poética, e canções como "Gloria" e "Land" tornaram-se emblemáticas da sua abordagem artística.

O sucesso de Horses consolidou Patti Smith como uma figura central do punk, mas a sua música sempre ultrapassou os limites de qualquer género. Os seus álbuns subsequentes, como Radio Ethiopia (1976) e Easter (1978), continuaram a explorar temas de espiritualidade, política, e a condição humana, sempre com uma abordagem lírica profunda e provocadora. "Because the Night", coescrita com Bruce Springsteen, tornou-se um dos seus maiores sucessos comerciais.

Além da música, Patti Smith é também uma escritora aclamada. O seu livro de memórias Just Kids (2010), que narra a sua relação com o fotógrafo Robert Mapplethorpe e a sua experiência na cena artística de Nova Iorque, recebeu o National Book Award e é amplamente considerado uma obra-prima da literatura de memórias.

Ao longo da sua carreira, Patti Smith tem sido uma voz ativa em várias causas sociais e políticas, utilizando a sua arte para expressar preocupações com direitos humanos, liberdade de expressão, e questões ambientais. A sua influência vai além da música, sendo uma inspiração para artistas, escritores, e ativistas em todo o mundo.

Patti Smith continua a fazer música, a escrever, e a realizar performances ao vivo, mantendo-se uma presença vital e influente no panorama cultural contemporâneo.

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Charles Bukowski

Charles Bukowski

Charles Bukowski nasceu na Alemanha, em 1920, mas cresceu em Los Angeles, onde viveu durante cinquenta anos. Publicou o seu primeiro conto em 1944, quando tinha vinte e quatro anos, e começou a escrever poesia com trinta e cinco anos. Morreu em 1994, aos setenta e três anos, pouco tempo depois de completar o seu último romance, Pulp. Viu publicados mais de quarenta e cinco livros de prosa e poesia, incluindo os romances Post Office (1971), Factotum (1975), Women (1978), Ham on Rye (1982), Hollywood (1989) e Pulp (1994). É um dos autores americanos contemporâneos mais conhecidos a nível mundial e, possivelmente, o poeta americano mais influente e imitado de sempre.

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Afonso Cruz

Afonso Cruz

Afonso Cruz é escritor, ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb.
Em julho de 1971, na Figueira da Foz, era completamente recém-nascido, e haveria, anos mais tarde, de frequentar lugares como a António Arroio, as Belas-Artes de Lisboa, o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e mais de meia centena de países. Assina, desde fevereiro de 2013, uma crónica mensal no Jornal de Letras, Artes e Ideias sob o título «Paralaxe». Recebeu vários prémios e distinções nas diversas áreas em que trabalha, vive no campo e gosta de cerveja.
Os seus livros estão publicados em vários países.
www.afonsocruz.booktailors

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Sylvia Plath

Sylvia Plath

"Com Sylvia Plath a poesia e a ficção do pós-guerra conhecem alguns dos seus momentos mais significativos. Nascida em Boston, a 27 de outubro de 1932, Sylvia Plath revelou-se uma estudante exemplar. Ao longo do seu percurso escolar acumulará sucessivas bolsas de estudo e também alguns prémios literários. Apenas um 'senão' parece 'manchar' esse percurso de exceção: uma tentativa de suicídio no verão de 53 que a afastará temporariamente da universidade.
Em 1955, encontramo-la em Cambridge com uma bolsa 'fullbright'. Será aí que conhece o poeta Ted Hughes com quem casará no ano seguinte. Os anos subsequentes caracterizam-se por uma atividade intensa e disciplinada. Sylvia Plath produz então inúmeros contos e o romance onde recria a sua tentativa de suicídio, 'The Bell Jar' ('A Campânula de Vidro') que será publicado em janeiro de 1963, sob o pseudónimo de Victoria Lucas.
Se a sua atividade no domínio da narrativa é considerável, não o é menos aquela que exerce no da criação poética. Apenas "The Colossus" surgirá ainda durante a sua vida. 'Three Women: A Monologue for Three Voices', 'Winter Trees', e a sua obra-prima 'Ariel', são já trabalhos póstumos. Em 1962, ocorre a separação do casal. A partir de dezembro Sylvia Plath passa a residir em Londres com os seus dois filhos, Frieda e Nicholas. A Inglaterra sofre então um inverno como não havia memória. Sylvia Plath adoece, ficando de cama durante algumas semanas. Na manhã de onze de fevereiro de 1963, suicida-se. Não é demais assinalar a importância da sua obra narrativa e poética, nomeadamente numa altura em que Portugal se vê invadido por um contingente de subprodutos vindo dos Estados Unidos. Como definir de uma forma sintética essa importância? No plano da narrativa, e o essencial a esse nível é 'The Bell Jar', pelo modo como consegue conjugar a experiência pessoal com um distanciamento algo irónico, e pela sua recuperação do legado romanesco modernista.
No plano da poesia, Sylvia Plath consegue dar alguns dos momentos de maior tensão conhecidos pelo género neste século levando ao limite o trabalho das formas e a experiência do eu".
Mário Avelar, in "A Phala", nº 11

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Rupi Kaur

Rupi Kaur

Rupi Kaur nasceu em 1992 em Punjab, na Índia e emigrou com os pais para Toronto quando tinha quatro anos. Ainda em criança começou a desenhar e a pintar e também a escrever poemas e mensagens para os amigos.

Rupi Kaur é poeta, artista e performer. Aos 21 anos ainda na universidade escreveu, ilustrou e publicou em edição de autor a sua primeira coletânea de poemas, leite e mel. Seguiu-se o irmão artístico desse livro, o sol e as suas flores. As suas coletâneas de poemas venderam mais de 10 milhões de exemplares e foram traduzidas em mais de 40 línguas. O seu último livro, corpo casa, entrou diretamente para o primeiro lugar nas listas de livros mais vendidos em todo o mundo. Rupi produziu ela mesma o Rupi Kaur Live, o primeiro especial de poesia do género a estrear no Amazon Prime Video, em 2021. A obra de Rupi aborda o amor, perda, trauma, feminilidade e migração. Sente-se em casa quando cria arte, quando representa a sua poesia em palco e quando está com a família e amigos.

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São vários os escritores que expuseram a sua versatilidade enquanto artistas, mostrando que, para além das letras, tinham também o gosto pela pintura ou ilustração. Na verdade, a ponte entre a literatura e as artes visuais é bastante comum, como vimos no caso de Pablo Picasso, cuja veia poética permanece ainda um tanto desconhecida. Hoje damos-lhe a conhecer 12 autores que se entregaram a esta outra arte, fazendo justiça às palavras de Bukowski: “A diferença entre a vida e a arte é que a arte é mais suportável.”

 


 

Explosão, de Clarice Lispector

Explosão, de Clarice Lispector (1975).

 
1. CLARICE LISPECTOR

Foi na década de 1970 que a romancista brasileira começou a pintar, após uma crise de criatividade que a afastou da escrita e aproximou da arte visual: “Quanto ao facto de escrever, digo – se interessa a alguém – que estou desiludida. É que escrever não me trouxe o que eu queria, isto é, a paz. (…) O que me descontrai, por incrível que pareça, é pintar. Sem ser pintora de forma alguma, e sem aprender nenhuma técnica. (…) É a coisa mais pura que faço”. De acordo com o jornal G1, Clarice Lispector chegou a produzir cerca de 20 quadros que, atualmente, fazem parte do espólio da Casa de Ruy Barbosa. Contudo, a autora de Todos os Contos sempre garantiu: “Pinto tão mal que dá gosto!”

 

Ilustração disponível em A Contradição Humana, de Afonso Cruz.

 
2. AFONSO CRUZ 

Afonso Cruz é também ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e já venceu vários prémios pelo seu trabalho como escritor e ilustrador, como o Prémio Nacional de Ilustração 2014, instituído pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Nos seus livros é possível encontrar, frequentemente, pequenas ilustrações ou referências artísticas, como em O Livro do Ano ou Paz Traz Paz
 

Desenhos de Kafka

 
3. FRANZ KAFKA

Algumas das ilustrações feitas por Franz Kafka são, ainda hoje, usadas nas capas dos seus livros, como em O Processo ou Um Artista da Fome. De facto, o autor chegou a ter aulas de desenho e a procurar a companhia de outros artistas em Praga. Na hora da sua morte, Kafka pediu que todo o seu trabalho fosse destruído. Felizmente, Max Brod, escritor e seu amigo, ignorou este pedido e publicou grande parte da sua obra. 

 

Arte de Sylvia Plath

Triple-Face Portrait, de Sylvia Plath (1950-1951).

 

4. SYLVIA PLATH

Apesar de ser hoje considerada uma das escritoras mais influentes do século XX, a verdade é que Sylvia Plath queria estudar Arte na universidade, antes de desistir e acabar por trocar para Inglês. O seu trabalho enquanto artista nunca foi reconhecido em vida. Em 2017, o Smithsonian National Portrait Gallery exibiu uma retrospetiva do trabalho de Plath, combinando fotografias, cartas e ilustrações nunca antes expostas num museu.  

 

Hans Christian Andersen Arte

 

5. HANS CHRISTIAN ANDERSEN

O escritor e poeta dinamarquês, conhecido pelos seus contos infantis como A Pequena Sereia ou O Soldadinho de Chumbo, criou centenas de silhuetas em papel, uma prática bastante popular no século XIX. Andersen, numa carta em 1867, chegou a escrever que “cortar papel é o prelúdio da escrita”
 

 

6. CLÁUDIA R. SAMPAIO

Para além dos cinco livros de poesia publicados, onde se destaca o seu mais recente Já não me deito em pose de morrer, Cláudia R. Sampaio é também pintora. Atualmente é residente no projeto artístico Manicómio, criado no hospital psiquiátrico onde já esteve internada três vezes, onde artistas com doenças mentais trabalham, expõem e vendem o seu trabalho, “recusando o estigma de serem ‘um peso para a sociedade’ através da criatividade.”
 

Ana Hatherly

Escuta o Conto Profano, de Ana Hatherly (1998).

 

7. ANA HATHERLY

Começou a sua carreira literária em 1958, sendo considerada uma poeta de vanguarda e membro destacado do grupo da Poesia Experimental Portuguesa. Paralelamente à poesia começou a trabalhar, também, nas artes visuais, interligando a escrita e o desenho como um todo. Para Ana Hatherly, a escrita “nunca foi senão representação: imagem”. Dedicou-se, durante várias décadas, à carreira literária e artística e a sua inovação e originalidade destacaram-se no mundo das artes até ao seu falecimento, em 2015. 
 

Federico García Lorca - Ilustrações

Auoretratro de Federico García Lorca em Nova Iorque (1930).

 

8. FEDERICO GARCIA LORCA

O poeta e dramaturgo espanhol criou, para além dos seus Poemas, centenas de desenhos e pinturas. Os seus quadros eram altamente influenciados pelo movimento surrealista, cujos traços é possível encontrar, também, na sua poesia. Federico García Lorca chegou a exibir o seu trabalho numa galeria em Barcelona, com a ajuda do amigo Salvador Dalí
 

Mário Cesariny

 

9. MÁRIO CESARINY

Mário Cesariny é considerado um dos grandes artistas do surrealismo português. Escreveu Poesia e dedicou-se à ficção, à crítica, ao ensaio e à tradução. Adicionalmente, focou-se na pintura, chegando a expor alguns dos seus trabalhos em exposições de cariz surrealista. Mais tarde, nos seus últimos anos de vida, desenvolveu o hábito frenético de transformação e reabilitação do quotidiano, de onde surgiram muitas colagens e outros trabalhos plásticos. 

 

Charles Bukowski

 

10. CHARLES BUKOWSKI 

Apelidado de escritor maldito, Charles Bukowski não é, geralmente, lembrado pela sua arte. Ainda assim, o autor de Notas de um Velho Nojento chegou a dedicar-se à pintura, tendo criado mais de mil obras abstratas. Muitos destes quadros foram enviados para a editora Black Sparrow com o objetivo de integrarem as primeiras edições da sua obra. Na década de 1980, deixa de pintar exclusivamente para os seus livros, comentando que lhe roubava a alegria do seu processo criativo. 
 

Patti Smith Arte

Written Portait (Stoned Head), de Patti Smith (1978).

11. PATTI SMITH

Poemas, músicas, narrativas, fotografias… E quadros. A criatividade de Patti Smith não tem limites. A autora de Devoção desenha e fotografa desde o final da década de 1960. Numa entrevista, refere que o primeiro contacto que teve com arte visual foi aos 12 anos, numa viagem em família. O pai sempre foi um apreciador do trabalho de Salvador Dalí e resolveu levar os filhos a uma exposição no Philadelphia Musem of Art. “Nunca antes tinha visto obras de arte. Ao ver os quadros – o trabalho de Picasso e John Singer Sargent – fiquei completamente encantada, apaixonei-me por Picasso e sonhei que queria ser pintora.”
 

Rupi Kaur

12. RUPI KAUR

A poetisa que ficou conhecida mundialmente pelos livros Leite e Mel e O Sol e as suas Flores, acompanha sempre os seus poemas com ilustrações. Rupi Kaur afirma que foi graças à mãe, que enconrajou a sua criatividade desde pequena, que começou a escrever e a desenhar. A obra de Kaur ganhou destaque como um dos exemplos mais populares de instapoetry, um estilo de poesia que emergiu a partir das redes sociais e que, para além dos versos simples, assenta numa imagem ou ilustração que torne o poema esteticamente aprazível.  
 

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