"Sol de janeiro", de João Luís Barreto Guimarães

Por: Bertrand Livreiros a 2021-02-11 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa

João Luís Barreto Guimarães

João Luís Barreto Guimarães

Além de poeta e tradutor, João Luís Barreto Guimarães, que nasceu no Porto em junho de 1967, é médico, professor de poesia no ICBAS/Universidade do Porto, e publicou o primeiro livro de poemas, Há Violinos na Tribo, em 1989. Depois desse, seguiram-se Rua Trinta e Um de Fevereiro (1991), Este Lado para Cima (1994), Lugares Comuns (2000), 3 (poesia 1987-1994), em 2001, Rés-do-Chão (2003), Luz Última (2006) e A Parte pelo Todo (2009). Em 2022 recebe o Prémio Pessoa.

Seguiram-se na Quetzal Editores, Poesia Reunida de 2011; Você está Aqui (2013), traduzido em Itália; Mediterrâneo (2016) distinguido com o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa e publicado em Espanha, Itália, França, Polónia e Egipto; Nómada (2018) distinguido com o Prémio Livro de Poesia do Ano Bertrand e com o Prémio Literário Armando da Silva Carvalho, publicado também em Itália; a antologia O Tempo Avança por Sílabas (2019), editada também na Croácia, Macedónia e Brasil; e Movimento (2020). Finalista do Premio Internazionale Camaiori, em Itália, com Mediterraneo, em 2019, e Nomade, em 2020, recebeu o Willow Run Poetry Book Award 2020, nos EUA, com Mediterranean.

Está representado em antologias e revistas literárias de Portugal, Espanha (castelhano e catalão), França, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Itália, Hungria, Bulgária, Roménia, Eslovénia, Sérvia, Croácia, Montenegro, Macedónia, México, Uruguai, Chile, República Dominicana, Estados Unidos, Canadá e Brasil. Leu a sua poesia no México, Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Croácia. Recebeu o Prémio Criatividade Nações Unidas em 1992. Além da Medicina, divide o seu tempo entre o Porto (frente ao rio) e Venade (no coração da serra, perto de Caminha, Alto Minho).

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Embora dedique a rotina dos seus dias à prática da medicina, é nas horas vagas que João Luís Barreto Guimarães se distingue como tradutor e poeta. Nascido no Porto em 1967, publicou o seu primeiro livro de poemas em 1989 (Há violinos na tribo), tendo já dezenas de livros publicados atualmente. Para além de ter recebido o Prémio Criatividade Nações Unidas em 1992, e o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, foi ainda o vencedor do Prémio Livro de Poesia do Ano Bertrand 2018 com o livro Nómada - a escolha dos nossos livreiros e leitores.

Recentemente, recebeu uma nova menção internacional, tendo sido o primeiro autor não americano a ser reconhecido com o prémio Willow Run Poetry Book Award, pelo livro Mediterrâneo. Partilhamos consigo Sol de janeiro, um poema da sua autoria, incluído no livro Rés-do-chão.


Sol de janeiro, de João Luís Barreto Guimarães 

Nunca tanto como hoje reparei com atenção

na

luz do sol de Janeiro. Forte

mas delicada. Furtiva

mas

demorada. Não arde nem faz tremer.

Não é densa nem clara. A

luz

do sol em Janeiro:

assim é o nosso amor

oculto pela tinta dos dias apenas

espreita uma aberta

(uma distracção das nuvens)

para

luzir e irromper

(nunca antes como hoje precisei)

tanto que o vento lhe desse oportunidade).

O nosso amor

é Janeiro:

mesmo se o julgo esquecido

sei que

está sempre lá.

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