As primeiras reações dos vencedores do Prémio Livro do Ano Bertrand 2020
Por: Bertrand Livreiros a 2021-07-08 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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A 5.ª edição do primeiro prémio literário atribuído por leitores e livreiros, o Prémio Livro do Ano Bertrand, cumpriu, uma vez mais, a sua missão. Mais de 76 mil votos elegeram os melhores livros de 2020, em cada uma das cinco categorias: Melhor livro de ficção lusófona, Melhor livro de ficção de autores estrangeiros, Melhor reedição de obras essenciais em prosa, Melhor livro de poesia e Melhor reedição de poesia. Conheça as primeiras reações dos vencedores.
Mia Couto. Fotografia: Pedro Soares / Divulgação
O Mapeador de Ausências, Mia Couto (Caminho)
Melhor livro de Ficção Lusófona // Escolha dos leitores
“Estamos muito felizes pelo prémio, mas não surpreendidos. Desde o primeiro momento em que começámos a trabalhar neste livro apercebemo-nos da sua grande qualidade literária e do lugar cimeiro que ele viria a ocupar na literatura que se escreve em língua portuguesa. Esse pressentimento vem agora a ser confirmado pelos resultados do vosso concurso. E isso deve-se às qualidades intrínsecas da obra. Aqui Mia Couto põe em evidência a sua rica imaginação, a sua capacidade de criar personagens com uma grande riqueza interior e de os colocar em relação, de combinar essas personagens, frutos da sua imaginação, com a história real do nosso tempo, numa simbiose muito fecunda e rica de significados.
O Mapeador de Ausências é bem um romance do nosso tempo, português e moçambicano. Mostra-nos o que foram os últimos dias do domínio colonial português em Moçambique e os primeiros anos do novo país independente. E fá-lo sem retórica nem espalhafato literário, mas simplesmente mostrando-nos a vida quotidiana dos seus personagens, desde o poeta Adriano Santiago ao régulo Capitini, desde a modesta dona de casa Virgínia Santiago à misteriosa Ermelinda, também conhecida por Almalinda.
Foi certamente por reconhecerem nele estas qualidades que os vossos leitores votaram neste romance. Com a ajuda deste vosso concurso, muitos outros leitores virão também a reconhecê-las e a descobrir, pela mão de Mia Couto, que não há confinamento capaz de matar o prazer de ler e, com isso, a reafirmação de que estamos e continuaremos vivos.”
— Zeferino Coelho, editor, Caminho
Mulherzinhas, Louisa May Alcott (Relógio D’Água)
Melhor reedição de obras essenciais // Escolha dos leitores
O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde (Relógio D’Água)
2.º lugar - Melhor reedição de obras essenciais // Escolha dos leitores
A Montanha Mágica, Thomas Mann (Relógio D’Água)
3 º lugar - Melhor reedição de obras essenciais // Escolha dos leitores
A Vida Mentirosa dos Adultos, Elena Ferrante (Relógio D’Água)
2.º lugar - Melhor Livro de Ficção de autores estrangeiros // Escolha dos leitores
3.º lugar - Melhor Livro de Ficção de autores estrangeiros // Escolha dos livreiros
As Flores do Mal, Charles Baudelaire (Relógio D’Água)
Melhor reedição de poesia // Escolha dos livreiros
“Foi com prazer que vimos atribuído, a várias obras publicadas pela Relógio D’Água, o Prémio Livro do Ano Bertrand (em 1.º e 2.º lugar). Tanto mais que se trata de uma escolha feita por um elevado número de leitores da mais antiga livraria do mundo. Esperamos no próximo ano continuar a corresponder às expectativas dos leitores e livreiros.”
— Francisco Vale, Relógio D'Água Editores
José Luís Peixoto.
Regresso a Casa, José Luís Peixoto (Quetzal)
Melhor Livro de Poesia // Escolha dos leitores e dos livreiros
Poesia Grega de Hesíodo a Teócrito, Frederico Lourenço (Quetzal)
2.º lugar - Melhor Livro de Poesia // Escolha dos livreiros
Quando, Manuel Alegre (Dom Quixote)
2.º lugar – Melhor Livro de Poesia // Escolha dos leitores
“A Quetzal fica muito honrada com a distinção e naturalmente feliz pelos seus autores. E não pode deixar de agradecer a escolha de livreiros e de leitores – os primeiros, porque merecem ser sempre lembrados e valorizados; os leitores, porque são a nossa razão de existir.
Para a Quetzal é muito importante, nestes tempos, valorizar a publicação e a leitura de poesia. Sem os poetas clássicos gregos, e sem a tradução de Frederico Lourenço (de quem ainda este ano publicaremos a sua poderosa tradução das Bucólicas, de Vergílio, e de quem sairá em 2022 o quinto volume da sua tradução da Bíblia), perderíamos contacto com uma parte essencial da nossa memória e da nossa civilização. Sem a poesia de José Luís Peixoto (que acaba de publicar o romance Almoço de Domingo) ficaríamos sem essa respiração que evoca os duros tempos da solidão durante a pandemia atual. Só nos resta agradecer de novo.”
— Francisco José Viegas, Diretor Editorial, Quetzal Editores
“Foi com muita alegria e gratidão que tomei conhecimento de que foi atribuído ao meu livro Regresso a Casa o Prémio Livro do Ano Bertrand na área de poesia, tanto na escolha dos livreiros, como na escolha dos leitores. Muito obrigado! (…)”
“Bertrand Livreiros, muito obrigado por tudo. Por este prémio e, também, pelo trabalho de todos os dias.”
— José Luís Peixoto (via Instagram do autor)
“Agradeço a confiança que os leitores manifestaram. Essa é a distinção que para mim tem sempre mais significado.”
— Manuel Alegre
Tânia Ganho. Fotografia: D.R.
Apneia, Tânia Ganho (Casa das Letras)
2.º lugar – Melhor Livro de Ficção Lusófona // Escolha dos livreiros
“Antes de ser escritora e tradutora, sou leitora, é assim que me defino, e durante anos acalentei o sonho de ter uma livraria para poder partilhar o meu amor aos livros. Ser livreiro é uma profissão muito bonita e, infelizmente, difícil, num país onde se lê tão pouco. Em tempo de pandemia, com livrarias fechadas ou a trabalhar a meio gás, é ainda mais penoso fazer chegar os livros aos seus potenciais leitores. Dá gosto ver que a equipa de livreiros Bertrand conseguiu, neste contexto, mobilizar tantas pessoas para votarem na 5ª edição do Prémio Livro do Ano Bertrand. Setenta e seis mil votos.
Sinto-me muito grata por Apneia ter sido uma das escolhas dos livreiros na categoria Melhor Livro de Ficção Lusófona, a par com Balada para Sophie, de Filipe Melo, e Felicidade, de João Tordo (parabéns, Filipe e João, estou em excelente companhia!). Nas outras categorias, destaco dois livros que leio e releio desde a adolescência: O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, e As Flores do Mal, de Charles Baudelaire. E autores que admiro: Elena Ferrante, Herberto Helder, George Orwell.”
“Muito obrigada a toda a equipa de livreiros Bertrand, que tem feito um belíssimo trabalho em tempos tão difíceis! Sinto-me honrada. Um abraço.”
— Tânia Ganho (via Instagram da autora)
Márcia.
As estradas são para ir, Márcia (Planeta)
3.º lugar – Melhor Livro de Poesia // Escolha dos livreiros
“Nada define melhor a expressão 'altos e baixos' como esta fase. (…) a boa notícia que hoje vos dou é: O meu livro ganhou o terceiro lugar do prémio de poesia Bertrand! Não é maravilhoso?! Vamos ver, também há poesia nos dias cinzentos!”
— Márcia (via Instagram da autora)
Conheça todos os vencedores da 5.ª edição do Prémio Livro do Ano Bertrand.