Felicidade
de João Tordo
Grátis
Sobre o livro
Finalista Prémio Livro do Ano Bertrand 2020 - Ficção Lusófona
Lisboa, 1973
Nas vésperas da revolução, um rapaz de dezassete anos, filho de um pai conservador e de uma mãe liberal, cai de amores por Felicidade, colega de escola e uma de três gémeas idênticas.
As irmãs Kopejka são a grande atracção do liceu: bonitas, seguras, determinadas, são fonte de desejos e fantasias inalcançáveis.
Respira-se mudança - a Europa a libertar-se das suas ditaduras e Portugal a despedir-se da velha ordem - e vive-se a promessa da liberdade, com todos os seus riscos e encantos. É neste tempo e neste mundo, indeciso entre tradição e modernidade, que o nosso narrador cai num abismo pessoal.
A primeira noite de amor com Felicidade acaba de forma trágica, e o jovem vê-se enredado na malha inescapável das trigémeas Kopejka, três Fúrias que não tem poderes para controlar. À semelhança de uma tragédia grega, o herói encontra-se subjugado por forças indomáveis, preso entre dois mundos.
Felicidade é uma história de amor e assombração nas décadas que transformaram Portugal. Um romance enfeitiçante, repleto de ironia e humor, de remorso e melancolia, em que João Tordo aborda os temas do amor e da morte, e das pulsões humanas que os unem.
Comentários
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Envolvente
Gosto de livros que me prendam, e este prendeu por todo o mistério que envolve todas as personagens enigmáticas. Tendo em conta que se percebe logo que a história vai ser focada pela vida arruinada da personagem principal e pela morte das trigémeas, fica logo desde o início a curiosidade em perceber quais os contornos da tragédia. Por outro lado, há todo um suspense que envolve as trigémeas que vai mantendo o leitor preso na sua ânsia de satisfazer a curiosidade. A dada altura o livro começa ainda a adicionar uma parte mais esotérica que, quer o leitor seja mais ou menos cético, desperta uma certa capacidade de imaginação e criatividade em que lê o livro.
Passado numa época pré e pós 25 de Abril, João Tordo conta-nos a história de amor trágica entre a nossa personagem principal e Felicidade, uma de três gémeas. Filho de pais conservadores, o nosso protagonista fica perdido de amores por esta rapariga bonita, segura e determinada. Mas na sua primeira noite de amor, Felicidade morre e o rapaz vê-se sugado e subjugado por uma trama trágica e por uma família indomável. João Tordo é, possivelmente um dos meus autores portugueses favoritos. A sua escrita é sempre cativante e incomparável. Há semelhança de uma tragédia grega, Felicidade tem todas as qualidades para se tornar um clássico da literatura lusófona
O mais recente romance de João Tordo remete-nos a um Portugal pré e pós 25 de Abril. A ditadura cravava tristeza na vida das pessoas. Felicidade Kopejka, uma das trigésimas, morre na sua primeira noite de amor com o protagonista. O enredo traz o pior alvoroço na vida do protagonista: o desfecho trágico de um amor. É necessário coragem para viver. “A primeira das trigêmeas foi o meu grande amor, a segunda a minha mulher e a terceira participante involuntária da minha ruína”.