6 novos livros de autores portugueses a não perder
Por: Beatriz Sertório a 2024-03-26
Últimos artigos publicados
Romance, fantasia, romance histórico, banda desenhada, conto… seja qual for a sua preferência literária, não faltam sugestões de leitura escritas em bom português. Neste Dia do Livro Português, data em que se comemora o primeiro livro impresso em Portugal (o Pentateuco, impresso em Faro no ano de 1487), partilhamos consigo seis novidades literárias de seis novas vozes da literatura portuguesa, prova viva de que o que é nacional é bom (e recomenda-se!).
A Cicatriz, de Maria Francisca Gama
Nascida em 1997, em Leiria, Maria Francisca Gama é uma das vozes mais surpreendentes da nova geração de escritores portugueses. Depois do intrigante A Profeta (Suma das Letras, 2022) que levou João Tordo a descrevê-la como “uma escritora promissora”, chega-nos A Cicatriz, uma história curta mas arrasadora que não deixa ninguém indiferente. Nele, um casal de férias no Rio de Janeiro toma uma decisão aparentemente irrisória que acaba por mudar as suas vidas para sempre. Como é que a vida pode mudar tanto, de um momento para o outro, por uma única decisão?
Filhos da Chuva, de Álvaro Curia
Embora seja a sua estreia literária, Álvaro Curia não é desconhecido dos leitores. Natural do Porto, é um dos dois fundadores de Literacidades, conta no Instagram dedicada aos livros, com conteúdos sobre promoção de hábitos de leitura e divulgação literária. Em Domínio, o lugar imaginário onde se passa o seu primeiro romance, a chuva sem fim e os relógios permanentemente parados nas cinco da tarde, afetam as vidas dos seus habitantes, constantemente desencontradas. Que histórias habitarão este lugar?
No Tempo das Cerejas, de Célia Correia Loureiro
Autora de múltiplos romances, dos quais se destacam títulos como Demência ou Até os Comboios Andam aos Saltos, Célia Correia Loureiro é a mais recente autora portuguesa a juntar-se ao catálogo da editora Aurora. No tempo das cerejas, um romance histórico passado no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, conta a história de Irene Silva Vaz, uma cantadeira de fado, e do repórter Serafim Almeida cujas vidas se cruzam em Lisboa do pós‑guerra. Juntos, percorrem a cidade e as suas memórias, partilhando histórias e vivências, num romance profundo e apaixonante que consolida a autora como uma das escritoras de destaque da nova geração.
Na Terra dos Outros, de Manuel Abrantes
Mais uma estreia literária, Na Terra dos Outros é o primeiro romance de Manuel Abrantes, autor nascido em Lisboa que até então só se tinha aventurado na poesia e na escrita científica. Com impressionante desenvoltura romanesca, este livro leva-nos do fim da ditadura às portas da atualidade a partir da extraordinária vida de uma mulher comum: Maria do Carmo, uma de milhares de raparigas que deixaram a família e o quotidiano severo no campo e abalaram para as cidades, sozinhas, em busca de futuro. Um livro — e um autor — que promete dar que falar!
Gato Comum, de Joana Estrela
Depois da ternurenta Pardalita, uma história sobre o primeiro amor que conquistou miúdos e graúdos, a autora e ilustradora Joana Estrela regressa mais uma vez à banda desenhada. Em Gato Comum, o leitor é convidado a acompanhar os últimos dias da vida de um gato e as difíceis decisões que pesam sobre a família que o acolhe. História comovente sobre o luto, que celebra também a vida de um gato no seio de uma família humana, esta é uma obra imperdível de uma autora considerada pela crítica dona de “uma voz narrativa avassaladora”.
O Sono Delas, de Filipa Fonseca Silva, Iris Bravo, Maria Isaac, Helena Magalhães e Susana Amaro Velho
Acontecimento raro na literatura portuguesa, O Sono Delas reúne cinco vozes inspiradoras da literatura contemporânea numa antologia de contos inéditos sobre o tema do sono feminino. Entre a insegurança de um primeiro amor e a dor do luto, o peso do envelhecimento e as dúvidas da adolescência, a insatisfação no casamento e o desgaste provocado pelas exigências da maternidade, este é um livro que aborda com sensibilidade e beleza a importância do sono da mulher sob o peso das expectativas sociais que continuam a tornar as doenças do sono num tabu feminino.