"Herdeiros de Saramago" | A nova série documental da RTP
Por: Marisa Sousa a 2020-11-13
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Depois de uma antestreia no IndieLisboa, em setembro, estreia na próxima segunda-feira, dia 16 de novembro, na RTP, a série documental Herdeiros de Saramago, que, sob uma aura cinematográfica, nos abrirá a porta para entrarmos na vida dos onze escritores vencedores do Prémio José Saramago. A autoria é do jornalista Carlos Vaz Marques, a realização ficou a cargo de Graça Castanheira e a produção coube à Midas Filmes. Enquanto não nos sentamos na primeira fila a assistir, recordamos os onze autores e antecipamos algumas das revelações que serão feitas no documentário.
Distinguido pelo romance Natureza Morta, em 1999. O autor que chegou a ser músico profissional, num dos longos períodos que passou no estrangeiro, confessa que gastou o prémio monetário numa câmara de filmar para oferecer à sua então namorada.
José Luís Peixoto e o amigo Artur brincavam e imitavam os adultos, fazendo pequenos objetos de madeira. Amigos desde a infância, reencontram-se na carpintaria que o escritor já descreveu no romance Cemitério de Pianos e que se torna palco de uma das cenas da série.
Distinguida pela obra Sinfonia em Branco, em 2003. No documentário, filmado no Rio de Janeiro, apresenta os locais essenciais no seu processo criativo, como a Biblioteca Nacional, onde habitam livros que, para ela, são "seres vivos".
Distinguido pela obra Jerusálem, em 2005.
Distinguido pelo romance O Remorso de Baltazar Serapião, em 2007. Nasceu em Angola, tem raízes em Guimarães, cresceu em Paços de Ferreira, vive em Vila do Conde, mas declara-se intimamente um caxineiro. É devoto de São Bento de Cardido, mesmo não tendo qualquer tipo de credo religioso.
A ideia é fazermos deste conjunto de documentários uma série de filmes que se aproximem da linguagem cinematográfica. Sabemos que estamos a trabalhar para a televisão, mas não queremos que estes filmes se esgotem no imediatismo de uma linguagem televisiva às três pancadas. — Carlos Vaz Marques in rtp.pt
Valter Hugo Mãe em Herdeiros de Saramago.
Distinguido pelo romance As Primeiras Coisas, em 2015.
Distinguido pelo romance As Três Vidas, em 2009. O autor leva-nos a conhecer locais da sua infância, em Lisboa, como a casa onde viveu, no mesmo prédio de Alexandre O'Neill e Ary dos Santos, e recorda o bloqueio literário que teve de ultrapassar depois de ter recebido o prémio, em 2009.
Distinguida pelo romance Os Malaquias, em 2011. Quando a autora recebeu o prémio estava grávida e Pilar del Rio perguntou qual seria o nome da criança. Francisco era o nome escolhido e Pilar comentou que ainda caberia um José no nome. Acabou por ficar Francisco José.
Distinguido pela obra Os Transparentes, em 2013. Num episódio rodado em Luanda, o autor visita a escola que nos anos 80 se chamou Juventude em Luta e ficamos a conhecer o espaço onde nascerá Kiela, a livraria que Ondjaki abrirá em Luanda.
Distinguido pela obra A Resistência, em 2017. Filho de psicanalistas argentinos, refugiados no Brasil durante a ditadura militar na Argentina, o escritor deitou-se no divã do consultório do pai, Mario Fuks, para um momento íntimo e revelador da série.
Distinguido pela obra Pão de Açúcar, em 2019.
O Prémio Literário José Saramago, instituído pela Fundação Círculo de Leitores, em 1999, é atribuído a uma obra literária, escrita em língua portuguesa por jovens autores, cuja primeira edição tenha sido publicada num país da lusofonia. O Prémio celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura de 1998 ao escritor português José Saramago, tem uma periodicidade bienal e o valor pecuniário de 25 mil euros.