Livro banido das escolas e bibliotecas de Hong Kong chega às livrarias
Por: Beatriz Sertório a 2020-07-13 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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Escreveu Ray Bradbury em Fahrenheit 451: "Então, vê agora por que os livros são tão odiados e temidos? Eles mostram os poros no rosto da vida. As pessoas acomodadas só querem rostos de cera, sem poros, sem pêlos, sem expressão." Embora este clássico distópico tenha sido publicado em 1953, ainda hoje os livros são alvo de censura em sociedades onde a liberdade de expressão é vista como uma potencial ameaça. O recente desaparecimento de livros como os do ativista político Joshua Wong das bibliotecas e escolas de Hong Kong, é um exemplo disso mesmo.
O seu manifesto em prol da democracia, intitulado (Da falta de) Liberdade de Expressão, chega às livrarias no dia 17 de julho.
Joshua Wong era um estudante de apenas 14 anos quando organizou o primeiro protesto estudantil em Hong Kong contra a Educação Nacional. Desde então, esteve à frente do Movimento dos Guarda-Chuvas, que, em 2014, mobilizou milhares de pessoas para exigir avanços democráticos em Hong Kong, fundou um partido político (Demosisto) e uniu a comunidade internacional em torno dos protestos contra a nova lei de extradições para a China.
A sua luta pela democracia levou a que fosse nomeado para Pessoa do Ano pela revista TIME, e indicado para o Prémio Nobel da Paz em 2018; mas valeu-lhe também o encarceramento inúmeras vezes e, recentemente, a censura. Na sequência da entrada em vigor da nova lei de segurança interna em Hong Kong, que criminaliza a subversão, livros de proeminentes ativistas, como Joshua Wong ou a conselheira legislativa Tanya Chan, têm vindo a ser retirados das bibliotecas e das escolas da região.
Fotografia: Joshua Wong (TYRONE SIU/REUTERS).
Um desses livros é agora publicado pela Bertrand Editora, com data prevista de chegada às livrarias no dia 17 de julho. Intitulado (Da falta de) Liberdade de Expressão - Um manifesto em prol da democracia, relata como Wong encontrou o ativismo, reúne as cartas que este escreveu enquanto prisioneiro político da República Popular da China e encerra com um apelo global à união e à ação, em defesa dos valores democráticos. Com introdução de Ai Weiwei, artista contemporâneo e também ativista, e prefácio a cargo de Chris Patten, o último governador britânico de Hong Kong, o livro oferece, segundo o jornal Sunday Times, “um olhar relevador acerca da turbulência nas ruas de Hong Kong que fez manchete em todo o mundo.”
(Da falta de) Liberdade de Expressão já disponível para reserva na nossa livraria online.