Fahrenheit 451
de Ray Bradbury
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Sobre o livro
Finalista Prémio Livro do Ano Bertrand 2018
Guy Montag é um bombeiro. O seu emprego consiste em destruir livros
proibidos e as casas onde esses livros estão escondidos. Ele nunca
questiona a destruição causada, e no final do dia regressa para a sua vida
apática com a esposa, Mildred, que passa o dia imersa na sua televisão.
Um dia, Montag conhece a sua excêntrica vizinha Clarisse e é como se um
sopro de vida o despertasse para o mundo. Ela apresenta-o a um passado
onde as pessoas viviam sem medo e dá-lhe a conhecer ideias expressas em
livros. Quando conhece um professor que lhe fala de um futuro em que as
pessoas podem pensar, Montag apercebe-se subitamente do caminho de
dissensão que tem de seguir.
Mais de sessenta anos após a sua publicação,
o clássico de Ray Bradbury permanece como uma das
contribuições mais brilhantes para a literatura distópica
e ainda surpreende pela sua audácia e visão profética.
Comentários
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A história de um homem que se apaixona pelos livros
Fiquei fã de Ray Bradbury. Inevitavelmente, cada vez que leio uma distopia comparo-a à que até hoje considero o meu livro preferido, "1984". Contudo, o que distingue "Fahrenheit 451" da obra de Orwell é, logo à partida, o facto de este não ter sido escrito em reacção a um governo ou motivado por qualquer ideologia política. Em vez disso, é, nas palavras do autor, uma história de amor - de um homem que se apaixona pelos livros. Também Bradbury era um homem que partilhava essa paixão. Embora nunca tenha ido para a universidade, desde que deixou o secundário passou a ir todos os dias à biblioteca. Os livros foram a sua principal fonte de educação. Por essa razão, a sua obra literária está repleta de alusões a autores, leitores, livros e bibliotecas, e, naturalmente, a distopia mais trágica que conseguia imaginar era a de um mundo sem livros. O que me surpreendeu mais nesta possibilidade é o facto de não estarmos tão longe do mundo distópico de "Fahrenheit 451" como poderíamos pensar. Em primeiro lugar, um elemento que está muito presente nesta obra, embora ainda não existisse o termo na altura, é a actual ditadura do "politicamente correto" em que vivemos. Num mundo em que a felicidade se sobrepõe à liberdade, os livros são considerados perigosos por poderem potencialmente perturbar alguém. Se tal livro não agrada ao grupo X, então queima-se. Se um certo autor escreveu algo ofensivo sobre o grupo Y, queima-se também. No fim, para não correr riscos, queima-se tudo, forçando-se um estado permanente de felicidade geral ao incapacitar a liberdade de pensamento de cada um. O segundo ponto que me surpreendeu neste livro prende-se precisamente com esta ideia de felicidade constante. Escreveu Ray Bradbury que para destruir uma civilização não é preciso queimar livros, "basta fazer com que as pessoas deixem de os ler". No entanto, nunca tinha parado para pensar como a ânsia da nossa sociedade por entretenimento, pelo sensacionalismo dos tablóides ou a dependência geral dos ecrãs, já está a contribuir para que, por vontade própria, as pessoas leiam cada vez menos. Até que um dia, talvez, não restará ninguém para se opor quando tentarem reduzir os livros a cinzas. Mais do que tudo, foi a visão nostálgica de Bradbury deste mundo em cinzas que me fez apaixonar por este livro, ao qual apenas não dei 5 estrelas por achar que podia (e merecia) ser mais longo.
Fahrenheit 451 apresenta-se como sendo uma distopia onde os bombeiros, ao invés de apagarem fogos, queimam livros. Uma obra magistral que nos faz reflectir sobre o peso que a cultura, o conhecimento (aqui representados pelos livros) tem na nossa sociedade. Como a sua ausência nos torna seres irrelevantes, fáceis de ser manobrados por forças maiores. O poder do conhecimento leva-nos a um dos maiores trunfos que podemos ter enquanto seres pensantes, o questionamento, que nos torna infinitos. Um clássico com uma leitura acessível, muito fluída e contagiante.
Um clássico da literatura que nos faz repensar a forma como encaramos o mundo à nossa volta e o futuro que estamos a construir. Esta fantástica distopia continua extremamente atual e, mais do que nunca, é preciso valorizar a cultura, a informação e a verdade. Recomendo este livro a todos os leitores!
Tal como em "1984" ou "Admirável Mundo Novo" encontramos uma sociedade dominada pelos media, pela tecnologia e pelo conformismo, cujos efeitos resultam na ignorância e na falta de cultura. Um livro intemporal, que se lê rápido e que faz questionar sobre o que seria o mundo sem livros, sem saber...
Um clássico completamente atual! Nesta história os livros são proibidos, os bombeiros existem para os queimarem... Como se o conhecimento tivesse de ser controlado, o pensamento livre erradicado... Uma história muito fácil de ler e memorável para os amantes de livros.
Numa escrita simples, este livro parte de um pressuposto assustador para todos os amantes de leitura: os livros são proibidos. E há quem tenha como profissão queimar os que ainda restam. Uma leitura que exalta o valor do livro e nos faz pensar como seria a nossa sociedade sem o saber dos livros. Aconselha-se a todos os que gostam de livros e, sobretudo, aos fãs de distopias.
Numa sociedade futura onde os livros são queimados à temperatura de 451 graus Fahrenheit por bombeiros, pouco a pouco a sociedade vai-se tornando ignorante, a crítica é controlada por outros meios de comunicação social, especialmente pela televisão. Até ao momento que um bombeiro se deixa cativar por uma comunidade que preserva o saber livresco e o faz descobrir a importância dos livros. Uma história que exalta o livro enquanto repositório do saber e da identidade cultural de uma comunidade e enquanto veículo para o despertar de consciências.
Trata-se de um romance que transcende a temática distópica e que transmite a sua mensagem cuidadosa de uma forma intemporal, que é o que faz desta história uma provocadora. É fundamentalmente acerca da queima de livros, de uma forma literal, mas também metafórica. Uma alegoria poderosa que funciona como um argumento contra o autoritarismo, mas também como um bom livro de ficção científica. Um livro que todos devemos ler pelo menos uma vez.
As questões que o autor aborda estão diretamente ligadas com a importância do conhecimento para os cidadãos, principalmente na luta contra governos autoritários e totalitaristas.
Gostei imenso da história pois não esperava encontrar num livro de ficção científica do século anterior uma mensagem tão forte e que, infelizmente, ainda se aplica à realidade de muitos países nos dias de hoje. É definitivamente um livro incrível, inteligente, que inevitavelmente faz qualquer leitor imaginar como seria um mundo sem livros.
Se gostou de 1984 também vai gostar de Fahrenheit 451. Imperdível!!
Este é um dos grandes clássicos da literatura de ficção científica/ distópica. Num mundo futurista, onde os livros são proibidos, o trabalho dos bombeiros é queimá-los. Até um dia em que Montag, o protagonista, conhece Clarisse e a sua percepção do real e correcto altera-se. Um livro viciante que passado 60 anos continua extremamente actual.
Num mundo distópico onde os bombeiros ateiam fogos em vez de os apagar, os livros são proibidos e quem os possuir é considerado perigoso. Bradbury tece uma narrativa intrigante mas, para o clássico que é, senti falta de personagens mais marcantes. Fica, no entanto presente a mensagem que ainda hoje persiste: o povo quer-se ignorante para que a autoridade não seja questionada.
Um clássico de ficção científica que já foi inúmeras vezes fonte de inspiração para outras excelentes obras. È um livro que nos coloca a questão da importância dos livros, da poesia e literatura em geral, em esta obra os livros são ilegais, e a sua destruição serve como uma forma de controlo e manipulação da população.
Fahrenheit 451 é um livro de extraordinário brilhantismo. Não é verdadeiramente sobre a destruição dos livros, mas sim sobre a preservação da humanidade. Bradbury era um ouvinte excepcional e deixou-nos um importante aviso sobre o Homem enquanto ser social.