Eça de Queiroz: Singularidades de um português no mundo

Por: Sofia Costa Lima a 2019-11-25 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa

Eça de Queiroz

Eça de Queiroz

Eça de Queiroz nasceu a 25 de novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.
Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal , em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa.
Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Bazilio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris.

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A 25 de novembro de 1845, nascia, na Póvoa de Varzim, José Maria de Eça de Queiroz . Os pais, José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz e Carolina Augusta Pereira de Eça , não eram casados e, por isso, Eça de Queiroz foi batizado em Vila do Conde, com o nome da mãe incógnito. Os pais só se casariam quando ele tinha já quatro anos.

Fez a escolaridade obrigatória no Porto, no Colégio da Lapa. Depois, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Lá, conheceu  Teófilo Braga e Antero de Quental . É durante os tempos de estudante universitário que começam a surgir os seus primeiros trabalhos jornalísticos. O jornalismo e a advocacia haviam de caminhar juntos durante algum tempo.

 


 

COIMBRA, ÉVORA, LISBOA

Em 1966, já formado em Direito, Eça muda-se para Lisboa e inscreve-se como advogado no Supremo Tribunal de Justiça. Ao mesmo tempo, começa a publicar folhetins no jornal  Gazeta de Portugal . Os dez volumes dos folhetins são posteriormente publicados no livro  Prosas Bárbaras .

No final de 1866, muda-se para Évora, onde funda, e passa a dirigir, o jornal  Districto de Évora . Em julho do ano seguinte abandona a direção do jornal e regressa à capital, onde volta a colaborar com a Gazeta de Portugal .

Em dezembro desse ano, forma-se o  Cenáculo , do qual Eça fará parte, juntamente com  Antero de Quental, Salomão Saragga, Jaime Batalha Reis, Augusto Fuschini  e Ramalho Ortigão,  entre outros.

 

EÇA PELO MUNDO

Com  Antero de Quental Batalha Reis Eça cria  Carlos Fradique Mendes . Em 1869, são publicados os primeiros versos sob este pseudónimo, no jornal  Revolução de Setembro . No mesmo ano, viaja pela Palestina, Síria e Egito. Esta viagem inspira-o e, no regresso a Lisboa, publica no  Diário de Notícias as histórias dessa experiência. É também neste jornal que publica, entre julho e setembro de 1870, O Mistério da Estrada de Sintra , em colaboração com Ramalho Ortigão . Por esta altura, é nomeado Administrador do Concelho de Leiria.

Com Ramanho Ortigão viria a começar, no ano seguinte, As Farpas . Nesse ano realizam-se também as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense. Em 1872, é nomeado cônsul nas Antilhas Espanholas e muda-se para Havana, onde fica durante dois anos. É, posteriormente, transferido para Newcastle-upon-Tyne, no Reino Unido. A adaptação não é fácil e, por isso, acaba por se dedicar exclusivamente à escrita. É lá que, em 1875, termina O Primo Basílio , publicado três anos depois. No mesmo ano, publica na Revista Ocidental , de  Antero de Quental e Jaime Batalha Reis , a primeira versão de  O Crime do Padre Amaro .

Em 1877, começa a colaborar com o jornal  A Actualidade , publicando até maio de 1878 as crónicas  Cartas de Inglaterra . É nessa altura que começa a escrever  A Capital , que só seria publicado a título póstumo. No verão de 1878, é transferido para o consultado Bristol. 

 

DO CASAMENTO A PARIS

A 10 de fevereiro de 1886, casa com  Emília de Castro Pamplona ,   regressando, depois, a Bristol, passando por Madrid e Paris, desta vez acompanhado pela mulher. No ano seguinte nasce o primeiro filho, no Porto.

1888 é um ano intenso: em fevereiro nasce, em Londres, o seu segundo filho. No final de agosto, é nomeado cônsul em Paris e toma posse a 20 de setembro. Nesse ano, publica, n’ O Repórter , Cartas de Fradique Mendes . É também nesse ano que publica Os Maias , aquele que é, talvez, o seu livro mais notável, numa clara crítica à sociedade portuguesa da época. No ano seguinte, já em Paris, sai o primeiro número da  Revista de Portugal, dirigida pelo próprio Eça. No penúltimo dia do ano, nasce o terceiro filho, na capital francesa.

Em 1892, visita Beire e Santa Cruz do Douro, que virá a ser a Tormes de  A Cidade e as Serras , onde hoje se situa a Fundação Eça de Queiroz.  Três anos depois, organiza, com José Sarmento Henrique Marques , o  Almanaque Enciclopédico para o ano de 1896. No ano seguinte a organização repete-se.

Em 1897, recebe a Legião de Honra Francesa. No mesmo ano, começa a publicar a  Revista Moderna , pelo brasileiro Martinho Carlos Arruda Botelho . Nas duas primeiras edições publica dois contos,  A Perfeição José Matias . Um dos números é totalmente dedicado ao escritor português e é lá publicado o início d’ A Ilustre Casa de Ramires.  No ano seguinte, publica na mesma revista o conto O Suave Milagre. A escrita ocupa-lhe cada vez mais tempo.

Em 1899, está a preparar três romances:  A Correspondência de Fradique Mendes A Cidade e as Serras A Ilustre Casa de Ramires . Em maio, visita o Douro pela última vez e regressa a França.

Eça de Queiroz entra na década de 1900 doente. Em fevereiro, viaja de Paris para o sul de França. No verão, mais doente, viaja com  Ramalho Ortigão  para a Suíça. No entanto, o seu estado de saúde piora e decide regressar a Paris, a 9 de agosto, onde chega dois dias depois. Morreu a 16 de agosto.

Alguns dos seus escritos viriam a ser publicados a título póstumo, pelos filhos, assim como muitas obras viram já várias reedições publicadas. Diplomata e escritor, foi uma voz ativa e inigualável na literatura e cultura portuguesa. 174 anos após o seu nascimento, 119 desde que morreu, ainda hoje a sua obra se mantém atual no retrato que traça da sociedade, ainda que as suas observações se aplicassem a uma época completamente diferente.

 
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