Duas verdades e um mito da língua portuguesa — adivinha qual?

Por: Beatriz Sertório a 2024-10-28

20%

Queria? Já Não Quer?
16,00€
20% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

Últimos artigos publicados

O encontro próximo com a morte que inspirou o novo livro de Afonso Cruz

Um livro que nasce de um beco. Assim descreve Afonso Cruz o seu mais recente livro, O que a chama iluminou (Companhia das letras). Por um lado, o beco em que se viu encurralado por dois blindados conduzidos por carabineiros em Santiago do Chile, em 2019. Por outro, o quase “beco sem saída” em que se encontrou quando um jipe em contramão embateu no carro onde seguia em Punta Arenas, nesse mesmo ano. Dessa viagem atribulada (e potencialmente fatal) ao Chile, resultou uma reflexão sobre o fim das coisas, que se materializou primeiro num espetáculo e agora em livro.

Os livros da vida de Pedro Mexia, Tati Bernardi e mais

É uma curiosidade natural de qualquer leitor: o que lêem os escritores que admiramos? A resposta pode estar num novo livro, recém-chegado às livrarias. O que lêem os escritores?  parte de  um desafio colocado a vários autores do catálogo da editora Tinta da China para escreverem um texto original sobre um ou mais livros que os marcaram — aquele a que voltam várias vezes, aquele que os fez descobrir a leitura, aquele que os acompanhou numa viagem ou que simplesmente nunca lhes saiu da cabeça … O resultado é uma verdadeira ode à leitura e às histórias que nos formam, reunindo textos de autores como Dulce Maria Cardoso, Gregório Duvivier, Rui Cardoso Martins ou Rui Tavares.

Amigas inseparáveis

Um acaso, e o sopro do vento, numa noite de verão, fez com que Mayumi Inaba encontrasse Mi, uma pequena gata recém-nascida abandonada. Um encontro inesperado que as juntou até a morte as separar, vinte anos mais tarde. O livro é o relato dessas duas décadas e faz-nos não só mergulhar na vida indissociável de ambas, mas também nos locais descritos, de forma muito realista. 

"Queria? Já não quer?". Com certeza já ouviu esta piada, repetida até à exaustão por funcionários de café de todo o país, mas será realmente um erro dizer “queria um café” em vez de “quero”, ou “quereria”? No novo livro de Marco Neves, que vai buscar o título a esta expressão — Queria? Já Não Quer? Mitos e disparates da língua portuguesa (Guerra & Paz) — são desmascarados alguns mitos e enganos sobre palavras e expressões quotidianas da línguas portuguesa, tais como esta.

Escrito no tom descontraído e linguagem acessível que fizeram com que o professor e investigador na área das línguas e tradução ganhasse quase 50 mil seguidores no TikTok, (@marcofranconeves), este é um livro que enriquece a nossa compreensão sobre a complexidade e beleza do português, provando que a realidade, por vezes, pode ser mais fascinante que as lendas. Inspirados pelo jogo "Duas Verdades e uma Mentira", trazemos-lhe três dos temas abordados neste livro e desafiamo-lo a descobrir qual destas afirmações, afinal, não passa apenas de um mito.

 

Mito ou Verdade 1: Os nomes dos dias úteis têm origem no latim litúrgico.

Mito ou Verdade 2:Queria um café” deveria ser sempre “quero um café”.

Mito ou Verdade 3: A expressão “no tempo da Maria Cachucha” é uma referência a uma canção do século XIX.

 

Conseguiu identificar o mito? Se está na dúvida, damos uma ajuda. Ao contrário do que talvez possa pensar, o termo “feira” nas denominações dos dias úteis em português nada tem a ver com as feiras e mercados medievais, mas sim com a sua origem no latim litúrgico. E caso não saiba, há mesmo uma canção intitulada “Maria Cachucha” e ainda um género musical espanhol chamado “cachucha”, que ficaram conhecidos em Portugal no século XIX dando origem a esta expressão. Como tal, o mito está relacionado com a expressão que dá título ao livro de Marco Neves e que nasceu de uma piada corrente frequentemente contada pelos funcionários de cafés e restaurantes em resposta à frase “queria um café, por favor”.

A ideia de que esta expressão está errada por parecer sugerir que a pessoa em causa já não quer o café é, afinal, incorreta. Embora exista quem defenda que para fazer um pedido ou expressar um desejo não devemos usar o pretérito imperfeito (“queria”, “gostava”), mas sim o condicional (“quereria”, “gostaria”…), Marco Neves explica que o uso do imperfeito com este intuito foi uma solução encontrada pelos falantes para expressar a obliquidade do pedido, de forma a que este não seja tão direto. Assim sendo, o pretérito imperfeito do indicativo ganhou o sentido (entre outros) de cortesia ou de desejo. Tal como dizemos “gostava de ir passear” para expressar um desejo, utilizamos a forma verbal “queria” para expressar um pedido. E está totalmente correto. 

Da próxima vez que lhe fizerem esta pergunta num café já saberá o que responder!

X
O QUE É O CHECKOUT EXPRESSO?


O ‘Checkout Expresso’ utiliza os seus dados habituais (morada e/ou forma de envio, meio de pagamento e dados de faturação) para que a sua compra seja muito mais rápida. Assim, não tem de os indicar de cada vez que fizer uma compra. Em qualquer altura, pode atualizar estes dados na sua ‘Área de Cliente’.

Para que lhe sobre mais tempo para as suas leituras.