Cinco vencedores do Prémio José Saramago para recordar e ler
Por: Bertrand Livreiros a 2022-11-11
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Nas últimas duas décadas, são vários os escritores, portugueses e não só, distinguidos com aquela que é uma das distinções mais prestigiantes do panorama literário nacional, o Prémio Literário José Saramago, instituído em 1999. Em vésperas de anúncio de mais um vencedor deste prémio, que celebra a vida do escritor português agraciado com o Prémio Nobel da Literatura, recordamos cinco dos vencedores, publicados entre nós, para ler e reler.
1. Valter Hugo Mãe
É considerado um dos mais originais escritores portugueses surgidos nos últimos anos. Com uma obra traduzida em várias línguas, Valter Hugo Mãe, nascido em 1971, tem sido reconhecido e distinguido em diferentes partes do globo. Venceu o Prémio José Saramago, em 2007, com o romance o remorso de baltazar serapião, visto pelo Nobel português como um verdadeiro tsunami literário: "Por vezes, tive a sensação de assistir a um novo parto da Língua portuguesa". Conta a história da família de Baltazar, que vive com os seus pais e irmãos, e que vê, constantemente, a violação da liberdade da mãe por parte do pai, num retrato sobre a violência familiar, ambientado na Idade Média.
2. Ondjaki
Prosador, poeta e guionista, Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki, nasceu em Luanda, em 1977. Autor de uma obra extensa, traduzida em vários países, é tido como uma das vozes mais notáveis da literatura africana contemporânea. Em 2013, recebeu o Prémio José Saramago com o romance Os Transparentes, que dedicou ao seu país de origem, Angola. O livro acompanha a história de um homem, Odonato, habitante do sétimo andar do prédio da Maianga, onde partilha a sua vida com a família e inúmeros vizinhos, numa cidade de Luanda marcada pela guerra civil.
3. Adriana Lisboa
Autora brasileira, ligada à música e às artes plásticas, Adriana Lisboa nasceu no Rio de Janeiro, em 1970. Traduzida em mais de vinte países, a autora brasileira recebeu o Prémio José Saramago, em 2003, pelo romance Sinfonia em Branco. Aclamado internacionalmente, a obra acompanha a vida de duas irmãs, filhas de um fazendeiro fluminense, Clarice e Maria Inês, que seguem rumos distintos de vida, até romperem com os seus casamentos, num retrato de intimidade, sobre a violência e o abuso, mas também sobre a superação face às dificuldades da vida. No discurso de entrega do galardão, Saramago realçou que se tratava de “uma autora para o presente e para o futuro."
4. Gonçalo M. Tavares
Multifacetado e abrangente nas suas temáticas de escrita, Gonçalo M. Tavares é um autor português, nascido em 1970, e traduzido atualmente em mais de 50 países. Ao longo do seu percurso literário acumulou prémios, nacionais e internacionais, sendo amplamente reconhecido pela sua criatividade enquanto artista e escritor. Com Jerusalém recebeu o Prémio Literário José Saramago, em 2005. Trata-se de uma história narrada sobre a perspetiva de diferentes personagens, com diferentes possibilidades de leitura, numa mistura de sofrimento, horror e loucura, com uma inspiração noutro notável escritor, Franz Kafka.
5. Bruno Vieira Amaral
Nascido em 1978, Bruno Vieira Amaral tem-se afirmado nos últimos anos como um dos mais destacados romancistas portugueses da atualidade. Formado em História Moderna e Contemporânea, foi logo com o seu primeiro romance, As Primeiras Coisas, que venceu não só o Prémio José Saramago, mas também o Prémio Fernando Namora e o Prémio PEN Narrativa. Ambientado na margem sul, na localidade do Barreiro, de onde é originário o autor, o livro retrata um conjunto de episódios vividos pelos habitantes do Bairro Amélia, lugar imaginado para se falar sobre a vida comunitária, a exclusão social, mas também a memória coletiva em permanente construção.
Depois de um período de interrupção, tendo sido entregue pela última vez em 2019 ao escritor Afonso Reis Cabral, o vencedor do Prémio Literário José Saramago é anunciado na próxima segunda-feira, 14 de novembro, numa cerimónia promovida pela Fundação Círculo de Leitores, com o apoio da Fundação José Saramago, da Porto Editora e da Globo Livros. Para esta 12.ª edição do galardão, foi decidida uma alteração no modelo de concurso, que passa a distinguir inéditos ainda não publicados.
A livraria Bertrand oferece aos seus clientes a possibilidade de estarem presentes neste evento, apresentado por Inês Lopes Gonçalves. A cerimónia contará com momentos performativos e com a presença dos escritores jurados, bem como dos demais membros do júri — Guilhermina Gomes, em representação da FCL, Pilar del Río e a escritora Nélida Piñon —, entre outras individualidades.
Para proceder à reserva de lugares (num máximo de 2 por pessoa) deve enviar um email indicando o seu nome para [email protected] Apenas as reservas que receberem email de confirmação serão válidas. Os bilhetes reservados que não sejam levantados na bilheteira do CCB até 15 minutos antes do início da cerimónia serão novamente disponibilizados.