6 novidades de autores portugueses
Por: Beatriz Sertório a 2025-03-26
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Celebramos o Dia do Livro Português com seis sugestões que provam que a literatura portuguesa está viva e recomenda-se. Desde estreias literárias a autores consagrados, passando por diferentes géneros como o romance, o romance histórico e o conto, estas seis novidades são uma amostra do que de melhor se está a escrever em Portugal. Celebre também a literatura em língua portuguesa com a nossa campanha de 20% desconto imediato em todos os livros em português até ao final do dia de hoje.
A Ressurreição de Maria, de Cláudia Andrade
Depois de várias incursões no romance, Cláudia Andrade está de volta ao género no qual se destacou pela primeira vez no panorama literário português: os contos. A Ressurreição de Maria, publicado pela Elsinore, é uma compilação de nove contos em que a autora volta a explorar território familiar: a fragilidade do ser humano, as suas contradições e defeitos, a sujidade e as pulsões de vida. Escrito com a ironia mordaz que lhe é característica, numa prosa ágil e singular que já lhe valeu múltiplos prémios, reafirma o lugar de destaque da autora como uma das vozes emergentes da literatura portuguesa contemporânea.
Silêncio no Coração dos Pássaros, de Lénia Rufino
Depois do sucesso de O Lugar das Árvores Tristes, chega Silêncio no Coração dos Pássaros, o segundo romance de Lénia Rufino. Publicado pela Manuscrito, segue uma prestigiada violinista que revisita os principais momentos da sua vida após terminar um casamento de vinte e sete anos. Nesta viagem pela memória em busca de respostas, uma única certeza permanece: é na música, sempre na música, que verdadeiramente se encontra. Emocional e intenso, é um romance poderoso sobre autodescoberta e a coragem necessária para recomeçar depois do fim de um ciclo.
Morramos ao Menos no Porto, de Francisco Mota Saraiva
Vencedor do Prémio José Saramago, Morramos ao menos no Porto marca a estreia literária de Francisco Mota Saraiva, natural de Coimbra. Nele conhecemos António, um homem mergulhado no luto pela esposa Silvina, cujo corpo morto permanece na sua cadeira de baloiço, e somos arrastados para uma história intensa sobre perda, memória e melancolia. Pelo caminho, cruzamo-nos com personagens tão enigmáticas quanto trágicas: uma parteira que faz abortos, um sargento que se acha coronel, um passador que leva meninos a salto para lá da fronteira. Com uma escrita marcante e inovadora, este romance que abala os fundamentos da narrativa clássica confirma Francisco Mota Saraiva como uma nova e poderosa voz da literatura portuguesa.
O Mel sem Abelhas, de Judite Canha Fernandes
Mais uma obra premiada, vencedora do Prémio Literário Edmundo Bettencourt 2024, O Mel sem Abelhas é o mais recente romance da autora açoriana Judite Canha Fernandes. Uma ficção histórica centrada na cultura da cana do açúcar na ilha da Madeira, conta a história de Marta, que chega à cidade do Funchal vinda de Angola no decorrer do século XVI, para trabalhar como escrava na cultura da cana. Fruto de uma exaustiva investigação histórica, este romance profundamente traça a história da escravatura portuguesa e da sociedade colonial madeirense do século XVI, e volta a afirmar o talento literário da autora.
Nem Todas as Árvores Morrem de Pé, de Luísa Sobral
Com uma carreira consolidada como música e compositora, Luísa Sobral volta-se agora para a literatura com a publicação do seu primeiro romance. Nem Todas as Árvores Morrem de Pé, publicado pela Dom Quixote, conta a história de Emmi e Mischa, duas mulheres unidas pela desilusão e pelos cinquenta anos mais tristes da História da Alemanha. Com uma estrutura profundamente original e uma galeria de personagens inesquecível, este romance inspirado por acontecimentos verídicos nasceu primeiro como uma canção antes de se transformar na primeira, e fulgurante, incursão da cantora na ficção.
Cartas para a Vila Berta, de Miguel Esteves Cardoso
Disponível em pré-venda, o novo livro de Miguel Esteves Cardoso é uma verdadeira preciosidade, inédita durante 50 anos, que promete ser um marco para os seus leitores. Ente os 20 e os 24 anos, este que viria a ser conhecido como o mais importante cronista do país, escreveu dezenas de cartas ao amigo Carlos Vilela, sem nunca receber resposta. Nelas, partilha pensamentos, angústias e confissões no estilo irreverente e provocador que o caracterizaria, à medida que dá os primeiros passos na sua trajetória literária. Reunindo estas missivas inéditas, este livro singular desenha um romance de formação que poderia representar um primeiro volume da autobiografia do autor.