5 Curiosidades sobre Mia Couto
Por: Bertrand Livreiros a 2023-07-05 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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Hoje, celebramos o 68º aniversário de Mia Couto, “biólogo a tempo inteiro e escritor nos intervalos.” (SIC) que há algumas décadas encanta leitores com a sua escrita. Em agosto de 2021, tivemos o privilégio de o entrevistar (pode ler a entrevista completa aqui) e, hoje, partilhamos 5 curiosidades sobre o autor.
1. O pseudónimo
António Emílio Leite Couto escolheu como pseudónimo Mia Couto, fruto da sua paixão por gatos, tendo chegado a acreditar, na infância, que era um deles.
2. A primeira obra publicada
Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho (Caminho), que inclui poemas contra a propaganda marxista militante da época. Aborda também questões identitárias e tradicionais da cultura africana. Só em 2011, voltaria a publicar poesia, com o trabalho Tradutor de Chuvas (Caminho).
3. É o autor moçambicano mais traduzido
Traduzido em mais de 22 línguas, em muitas das suas obras o autor procura incluir a influência moçambicana, utilizando léxico de várias regiões do país. «Deve ser talvez deixou a manada fugentar-se» ; «nem que eu lhe chamboqueie até partir-se dos bocados» (in Vozes Anoitecidas).
4. Detém vários prémios literários internacionais
Entre os vários prémios que recebeu, ao longo da sua vida, destaca-se o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, e o Prémio União Latina de Literaturas Românicas, em 2007. Em 2011, venceu o Prémio Eduardo Lourenço, que se destina a premiar o contributo em prole do desenvolvimento da língua portuguesa. Em 2013, foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt.
5. Apaixonado pela Biologia
Especializado em Ecologia, Mia Couto foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca, em 1992. Numa entrevista à revista Isto é, em 2017, o autor afirma “(…) a Biologia ajudou-me a repensar-me como pessoa solidária e de identidades partilhadas. A Biologia ensinou-me a entender outras linguagens, ensinou-me a fala das árvores, a fala dos que não falam. Resgatei uma intimidade perdida com criaturas que parecem muito distantes de nós. Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária.”
“Mente o tempo:
a idade que tenho
só se mede por infinitos.
Pois eu não vivo por extenso.
Apenas fui a Vida
em relampejo do incenso.
Quando me acendi
foi nas abreviaturas do imenso.”
Mia Couto In “Vagas e Lumes”