5 clássicos da literatura para ler em BD
Por: Beatriz Sertório a 2024-11-14
Últimos artigos publicados
Já há muito tempo que pensa em ler Crime e Castigo, mas as mais de 500 páginas intimidam-no? Ou tentou ler Os Lusíadas mais do que uma vez mas nunca consegue chegar ao fim? Porque não lê-los em banda desenhada? Mais do que versões resumidas dos grandes clássicos, estas adaptações são autênticas obras de arte que dão nova vida a histórias intemporais.
Dorian Gray, de Corominas
O Retrato de Dorian Gray, a obra-prima de Oscar Wilde, ganha uma nova dimensão nesta adaptação de Enrique Jiménez Corominas, renomado desenhador de banda desenhada e ilustrador oficial da série Iron Throne, de George R.R. Martin. Com uma abordagem visual arrojada, Corominas dá nova vida ao exuberante e egocêntrico protagonista, evidenciando o lado mais sombrio e fantástico da história de Wilde. Nela, um jovem faz um pacto para garantir a juventude eterna, mas aquilo que parecia um simples desejo transforma-se numa terrível realidade. Enquanto Dorian permanece imune ao desgaste do tempo, o seu retrato, pintado por um pintor seu amigo, envelhece, refletindo não apenas a passagem dos anos, mas também as marcas dos seus vícios e crimes…
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Pedro Moura; Ilustração: Daniel Silvestre, João Lemos e Miguel Rocha
Ler Os Lusíadas, de Luís de Camões, já é uma aventura por si só, mas com esta adaptação, a experiência torna-se ainda mais épica. Nela, Daniel Silvestre, João Lemos e Miguel Rocha dão nova vida ao poema épico, que narra a heróica descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, celebrando a grandeza do povo português. Numa colaboração entre a editora Levoir e a RTP, esta coleção propõe um desafio às novas gerações, convidando-as a interagir com os clássicos de uma maneira inovadora. Além de Os Lusíadas, a coleção inclui também obras fundamentais de outros grandes autores portugueses, como Almeida Garrett, Padre António Vieira, Eça de Queiroz e Alexandre Herculano.
O Diário de Anne Frank, de Ari Folman, David Polonsky e Anne Frank
Publicada em 2017, esta foi a primeira adaptação para banda desenhada de O Diário de Anne Frank, um dos livros de não ficção mais lidos no mundo. Escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, foi publicado pela primeira vez em 1947, graças à iniciativa de seu pai, Otto Frank, revelando ao mundo o quotidiano angustiante de uma adolescente que, ao lado de sua família e de outros judeus, foi forçada a viver escondida durante a ocupação nazi em Amsterdão. Esta edição em banda desenhada foi lançada mundialmente em comemoração do 70º aniversário da publicação, com autorização da família e baseada nos textos originais do diário, oferecendo uma nova forma de contato com este testemunho histórico.
O Deus das Moscas, de William Golding e Aimée de Jongh
Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas é um dos romances mais impactantes e discutidos da literatura moderna, e nesta adaptação para banda desenhada, a ilustradora Aimée de Jongh capta a sua essência crua e perturbadora. Tudo começa quando um avião se despenha numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. Porém, à medida que o frágil sentido de ordem dos jovens começa a fraquejar, também os seus medos começam a tomar sinistras e primitivas formas…
Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski e Bastien Loukia
Ainda em pré-venda, Crime e Castigo é a adaptação para banda desenhada de um dos mais importantes romances de Fiodor Dostoiévski. Adaptado e ilustrado pelo pintor, cartoonista e escritor francês Bastien Loukia, reinterpreta a história de Raskólnikov, um jovem que se viu obrigado a deixar os estudos por falta de dinheiro. Sentindo-se oprimido e humilhado pela pobreza em que vive, transforma-se num caldeirão de ódio prestes a explodir, e, convicto de que a moralidade comum não se aplica a ele, acaba por cometer um crime bárbaro. No entanto, o seu caminho de sucesso é atrapalhado por um adversário implacável: a sua própria consciência… Uma oportunidade imperdível para descobrir ou redescobrir esta obra-prima da literatura, disponível a partir de dia 19 de novembro.