Comunidade Bertrand | Sónia Canário

Por: Raquel Fonseca a 2024-12-09

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Amor de Perdição
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As Mulheres
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Os livros que sou — Teolinda Gersão

Na Bertrand, somos livros – por isso, convidámos Teolinda Gersão para uma conversa sobre os livros que fizeram dela a escritora e leitora que é. Autora de mais de duas dezenas de obras e vencedora de múltiplos prémios, partilhou connosco os seus hábitos de leitura, as influências literárias que moldaram a sua escrita e os livros que mais a marcaram, passando pelo seu mais recente Autobiografia não escrita de Martha Freud.

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No teu primeiro livro, As Primeiras Coisas, foste buscar muito do bairro onde nasceste, Vale da Amoreira, no Barreiro, e das pessoas com quem te cruzaste ao longo da infância e adolescência. O que tem de ti este toda a gente tem um plano? Todos os livros têm tudo de mim. O que este tem comum com os outros é a observação. Na génese de todos os meus livros, está o interesse pelos outros, a capacidade e interesse em ver os outros, em olhar profundamente para os outros e interessar-me pelas histórias dos outros. Eu não acho que o ponto de partida seja sempre um sentimento benigno, por vezes, é algo até parasitário, parte quase sempre de uma necessidade egoísta. Mas, ao mesmo tempo, pela atenção que dedicamos ao outro e que é necessária para criar as personagens, acaba por ser colateralmente um ato de amor…ou pelo menos de atenção. 

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Foi preciso mais coragem para escrever o Leme ou para o tornar público? Quando decidi escrever o Leme, o Leme ainda não era o livro que viria a ser, era uma fuga total àquele assunto. Eu já sabia que queria escrever um livro para publicar se sentisse que tinha o que eu achava necessário em qualidade, por isso, quando decidi abandonar o outro caminho, o Leme acaba por surgir de uma desistência, quando eu decido desistir daquilo que eu achava que ia escrever, é quando eu decido encarar aquela história. Mas entre a escrita e a publicação, nesse pequeno intervalo, veio muito medo, vieram as dúvidas… e aí não estavam relacionadas com a escrita, o que me deu mais medo foi a parte da publicação. Porque a escrita foi quase de rajada, terapêutica, necessária. 

A Comunidade Bertrand une os amantes de livros com presença no mundo digital, com quem partilhamos a paixão pelos livros e desenvolvemos diversas iniciativas, tendo em vista a promoção da leitura. Tivemos a oportunidade de conhecer Sónia Canário, a mulher por trás da página @scanario_bookstagram, na qual partilha as suas aventuras literárias — com a participação ocasional dos amigos de quatro patas.


Quem é a Sónia e como surgiu esta ideia de partilhar a sua paixão pelos livros nas redes sociais?

Sónia Canário, 46 anos, natural de Beja. Cresci entre Almodôvar e Ourique, acompanhada pelos meus avós paternos e maternos, e rumei a sul, ao encontro dos meus pais, aos 17 anos. Resido na capital algarvia desde essa altura. Sou esposa do Paulo desde 1997, mãe da Milene, com 21 anos, a tirar um mestrado em Sociologia; da Serafina, a nossa gata com 12 anos; e do Bali, o gordinho, teimoso e amoroso buldogue francês de sete anos. Sou empresária PME desde 2015, na área da higiene, limpeza e manutenção. Vejo-me como uma romântica de natureza e defendo que o amor deve estar presente em tudo o que fazemos. O amor nas mais variadas formas. Tenho por hábito dizer: “A felicidade é o amor. Quem sabe amar é feliz”. Leitora assídua de um bom romance (ou muitos). Mas também de um terrível e misterioso thriller. Desde criança que me vejo acompanhada por livros: adorava os livros Uma Aventura, Os Cinco, as bandas desenhadas do Mickey e do Pato Donald. Sempre tive estantes cheias de livros. Transportava-os em cada período de férias, do Alentejo para o Algarve e vice-versa. Recordo-me de que, a dada altura, no liceu, tivemos que ler Amor de Perdição e a maioria dos colegas odiou tal livro. Eu amei-o. Mas, com o ritmo da vida profissional e pessoal, nem sempre houve tempo e tanta dedicação à leitura, e tive alguns anos em que li pouco ou quase nada. Os confinamentos da Covid trouxeram-me de positivo o tempo para ler e, após os confinamentos, comecei a gerir melhor a minha agenda, a forma de a organizar em prol da minha saúde física e mental, do tempo para mim, e não só para a minha família e para a minha vida profissional. Gerir e dividir tempos, definir prioridades. E os livros permitiram-me isso. Parar. Ler. Viajar pela mente. Acalmar o stresse diário. A viagem digital no Mundo Literário começou aos poucos pela minha página pessoal no Instagram. Sempre estive ligada ao mundo digital — profissionalmente é necessário e fundamental nos dias de hoje projetar a minha empresa no digital. Também tenho as minhas páginas pessoais e foi através daí que tomei conhecimento do tão aclamado bookstagram. Comecei a seguir algumas pessoas que partilhavam conteúdos literários e comecei eu também a partilhar algumas opiniões minhas sobre um ou outro livro que lia. Achei isso útil e giro, a partilha literária, a paixão comum, embora o meu conteúdo fosse muito restrito a visualizações pela privacidade da minha página. Então, em outubro de 2022, decidi criar uma página própria para esse efeito, a página @scanario_bookstagram. O nome surge da sigla que já uso como marca própria e está registada. E aí, sim, as minhas partilhas sobre as minhas leituras começaram a abranger um número maior de possíveis leitores e consegui ter uma maior visão sobre opiniões de determinados livros que gostaria de ler; passei a ter acesso a conteúdos que até então não tinha conhecimento. Tenho conhecido muitas pessoas neste mundo literário, muitas empresas ligadas ao ramo, muitos autores. Tem sido fantástico, são amizades que vão ficar para a vida. E tudo isso pelo amor à leitura.

 

Os livros permitiram-me isso.Parar. Ler. Viajar pela mente. Acalmar o stresse diário.


Cada vez é mais difícil encontrar tempo para ler. Qual é o seu segredo para conjugar uma vida atarefada, inclusive, tendo o seu próprio negócio, com a manutenção de hábitos de leitura?

Não é fácil. E não o foi enquanto não me reorganizei, enquanto não criei algumas regras para mim própria. A minha vida profissional exige que saia de casa muito cedo. Muito mesmo. Eu e o meu marido saímos ambos de casa de segunda a sexta entre as 4h30 e as 5h da madrugada. Somos uma verdadeira equipa! Pessoal e profissionalmente. Existe toda uma logística operacional que é necessária antes da entrega das viaturas a cada equipa de trabalho, e uma enorme escala de trabalho que é necessária verificar diariamente. E alia-se a tudo isso o trabalho de escritório, a gestão dos recursos humanos, a gestão financeira, a gestão de clientes e fornecedores, entre outros. E existe a vida pessoal. A família. A Sónia mãe. A Sónia filha, sobrinha, prima. A Sónia amiga. E existe a SÓNIA. Então, defini horários para tudo isso, o início e ofim do dia trabalho: se tenho de sair de casa nesse horário, tenho de regressar mais cedo. Reajustei a minha agenda e passei a ter um horário para o telefone e o computador da empresa ficarem no escritório, embora nem sempre consiga desligar por completo da minha vida profissional — quem tem negócio próprio sabe disso. Mas é aqui que entra a leitura, é aqui que a leitura me auxilia mais até do que possam imaginar. Termino sempre os meus dias com um livro na mão. Leio cerca de três a quatro horas diárias, na minha sala, enquanto o meu marido vê os seus programas de desporto preferidos. 


Quais os fatores que mais a influenciam quando escolhe a sua próxima leitura?

Em primeiro lugar, escolho sempre o conteúdo que gosto de ler. Adoro ler romances, são sempre a minha preferência de escolha. Mas também leio muitos livros de autores que se tornaram um conforto de leitura, que nunca me desiludem em cada livro que escrevem. Esse também é um fator de escolha, escolher pelo autor, mesmo que o género literário possa ser um pouco diferente do habitual na sua escrita. E depois, vem o fator de influência pelas opiniões que vou lendo pelos canais digitais, que me tem permitido ler alguns géneros literários diferentes ou mesmo ler livros de autores que desconhecia. Em algumas das suas publicações, os livros são acompanhados por amiguinhos de quatro patas, felinos e caninos.

 

Qual é o papel dos animais de estimação na sua vida? As leituras sabem melhor na sua companhia?

Não consigo imaginar a minha vida sem a presença de animais de estimação. Cresci rodeada de animais. Os meus avós tinham quintas com todo o tipo de animais. Eu cresci com eles, junto deles. Os animais são parte de mim, da minha infância e da minha vida adulta. Na minha própria casa, sempre existiram e existem animais, e com eles partilhamos tudo. O amor, a vida. Tudo. A Serafina é a companheira de leitura da minha filha. Adora estar enrolada junto do peito dela enquanto ela lê, sempre com o ronrom ativo. O Bali é um verdadeiro companheiro de leitura para mim: a rotina é sofá, manta, chá, livro e o Bali ao lado ou em cima das minhas pernas. O Bali está sempre onde eu estou. Eu sou a mãe dele e ele é o caçula cá de casa. Ler com estes dois seres é estar em perfeita harmonia, em paz, tranquilidade. Rodeada de amor. 


Qual é o livro que mais gostou de ler este ano, até agora?

Bem, já li 94 livros este ano, a fasquia é bem alta e a escolha, difícil. Tenho lido excelentes livros e tenho vários favoritos. Favoritos do ano e favoritos para a vida, que ficam cá dentro da alma. As Mulheres, de Kristin Hannah, é um dos que mais gostei de ler este ano. Kristin é uma autora de conforto para mim, já li todos os livros que estão editados em Portugal e nenhum deles me desiludiu. As Mulheres é um livro extraordinário que nos mostra a poderosa história de três mulheres enfermeiras no cenário horrível e caótico que é a guerra. É também um hino às enfermeiras e à sua forte capacidade em gerir o caos envolto num turbilhão de emoções. O poder da amizade e do amor, a união, são pontos fortes nesta história. A resiliência e força interior destas mulheres para gerir o caos e as emoções é inexplicável. É um livro sobre ser mulher. Sobre o sofrimento, a dor, a revolta, sobrevivência e resiliência. Recomendo muito este livro. 

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Para que lhe sobre mais tempo para as suas leituras.