Ensaio sobre a Cegueira
de José Saramago
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Sobre o livro
Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra como «um rastilho de pólvora». Uma cegueira coletiva.
Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.
Caligrafia da capa por Chico Buarque
Comentários
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Ensaio sobre a Natureza Humana
Sem dúvida a obra prima de Saramago. A forma como nos faz refletir sobre o caos e a desordem de um pequeno grande acontecimento flui naturalmente, assim como todo enredo. A forma como as personagens sentem e reagem é tão natural que nos faz pensar no ´´e se fosse eu?´´. O mais assustador é que a nossa reacção aos acontecimentos da cegueira branca seriam muito provavelmente iguais.
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Experiência Ótima
O livro leva-nos a viajar pelos sentimentos de cada personagem, a sofrer com cada um, a sentir à flor da pele a impotência humana face ao mundo e que os nossos desejos são alheios à rotação da terra.
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“Speechless”
Após a sociedade ser “atacada” por uma cegueira branca, alguns membros dela são enclausurados num antigo edifício. Aqui, a grande regra seria apenas uma: se tentares escapar, morto estarás. Desta forma, é-nos expresso o limite do ser humano - se é que ele existe - na luta da sobrevivência própria. Assim, algo sei: como Saramago afirma “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. Estilisticamente, esta obra é ainda mais louvável. Inicialmente, uma escrita corretíssima. Todavia, ao longo da obra, vai sendo apresentado um descuido cada vez maior. A falta de virgulas, pontos finais… páginas e páginas sem um único parágrafo. Porém, se o mote é mostrar o quão a sociedade está alheia e colocada ao abandono, que forma melhor de o revelar, se não na sua própria escrita?
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Intenso e envolvente
Nesta prosa intensa e envolvente, Saramago mostra-nos quão baixo a condição humana pode descer quando o instinto de sobrevivência se sobrepõe à racionalidade. Leitura obrigatória.
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Adorei este livro!
Foi uma leitura compulsiva. Não é preciso avançar muito no livro para perceber que estamos na presença de um escritor superior, alguém dotado nas palavras e que as sabe colocar no sítio exacto onde devem estar.
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Uma cegueira sempre atual
Nesta obra de saramago vemos a genialidade de saramago. Uma crítica alegórica das sociedades em que vivemos. Vivemos cegos num mundo de cegos. Conseguimos sentir o cheiro da putrefação, do amontoar de lixo que podem ser, gerar as pessoas. Uma obra que vai além dos tempos e sempre atual ao dia de hoje. Uma alegoria bem estrutura e com uma mensagem bem marcada. Depois de ler não ficamos indiferentes, e ajuda-nos a ver a vida e a sociedade com outros olhos.
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É difícil escolher quando se trata de Saramago, mas o "Ensaio sobre a Cegueira" é sem dúvida um dos livros que mais gosto de recomendar do autor. Um livro que nos faz pensar a fundo nas nossas atitudes enquanto sociedade. Deveria ser obrigatório pôr os olhos nesta obra!
Tornou-se num dos meus livros favoritos e foi o primeiro que li de Saramago. Aguardo ansiosamente para ver o impacto dos próximos que de certeza irei ler. O "Ensaio sobre a Cegueira" começa logo bem, mal o que será nomeado "primeiro cego" perde a visão enquanto está parado no semáforo. E a partir daí a história começa a acelerar e a melhorar cada vez mais, o que torna muito complicado a pessoa pousar o livro e ir fazer outra coisa qualquer. A maneira como Saramago escreve, parece que está ao nosso lado a contar-nos uma história que realmente aconteceu, porque é escrito de uma forma tão natural, que sentimos que estamos a ler um enredo de um amigo próximo. É excelente, recomendo.
É impossível não se passar por este romance de Saramago, quando se decide entrar no universo deste autor. Uma narrativa medonha sobre a impotência e o individualismo humano em relação ao outro e a si próprio. O autor serve-se de uma epidemia para mostrar o quão consumistas e irresponsáveis somos. Um livro que cega as personagens, mas que eleva o leitor a um patamar de iluminação que o separa do enredo, a percepção nua do quão animalescos somos na nossa passagem pelo mundo. K.
O melhor de Saramago. Uma obra fundamental da literatura portuguesa. Uma distopia ao mais alto nível que nos leva a refletir sobre a humanidade. Uma obra visionária, intemporal que nos prende desde as primeiras palavras!
Um retrato da condição e espírito humano, onde sobressai o melhor e o pior daquilo que é ser-se inteiramente humano. Um retrato das contradições da espécie humana, perante uma situação-limite, onde o importante é sobreviver. Não interessa como. Será sempre menos um dia, sem se saber quantos dias faltam.
É uma obra impressionante, que dificilmente se esquece. Com um estilo inconfundível e uma imaginação prodigiosa, o autor transporta-nos a uma estranha situação-limite em que sobressai o melhor e o pior da condição humana. Aqueles que tal como eu adoraram a narrativa, aconselho a leitura posterior do livro "Ensaio sobre a Lucidez", também assinado pelo Nobel e cuja ação decorre alguns anos depois, indo buscar o mesmo grupo de protagonistas.
Neste livro de José Saramago encontramos o essencial da sua obra, do seu pensamento e da mensagem que nos quer transmitir. Além disso, é o ideal para primeira leitura de quem não conhece o autor, pois o ritmo é bom e a história prende-nos desde o início. Um título incontornável da literatura contemporânea portuguesa e, porque não dizê-lo, universal.
Saramago, com esta obra, presenteia-nos mais uma vez com a sua genialidade e capacidade de observação. Um livro forte e directo que nos faz ver o quão cegos todos estamos na sociedade actual. A descrição e poder de reflexão de Saramago conduz-nos a um mundo que está corrompido pelo egoísmo e pela falta de bom senso, sendo por isso uma obra intemporal e obrigatória.
Ensaio sobre a cegueira é um livro que nos faz pensar sobre a sociedade, os instintos de sobrevivência, valores e dignidade humanas. O que fazemos para sobreviver?
Um livro que aborda a "cegueira" não só de forma literal, mas acima de tudo como metáfora para uma série de comportamentos e atitudes. Será que o instinto de sobrevivência desumaniza o cidadão e é desculpa para o egoísmo, indiferença, calculismo e comportamento animalesco que temos uns para com os outros? Uma história que nos faz refletir.