O estrangeiro
de Albert Camus
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Sobre o livro
Meursault recebe um telegrama: a mãe morreu. De regresso a casa após o funeral, enceta amizade com um vizinho de práticas duvidosas, reencontra uma antiga colega de trabalho com quem se envolve, vai à praia - até que ocorre um homicídio.
Romance estranho, desconcertante sob uma aparente singeleza estilística, em O Estrangeiro joga-se o destino de um homem perante o absurdo e questiona-se o sentido da existência. Publicado originalmente em 1942, este primeiro romance de Albert Camus foi traduzido em mais de quarenta línguas e adaptado para o cinema por Luchino Visconti em 1967, sendo indubitavelmente uma das obras-primas da literatura francesa do século XX. Esta edição foi revista de acordo com o texto fixado pelo autor.
Cláudia R. Sampaio
Isabel Rio Novo
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Um cheirinho a Kafka
Há uma apatia morna a correr nas veias desta história. E vamos acompanhando o lento desenrolar quase sustendo a respiração. Há um cheirinho do absurdo de Kafka. E há o absurdo da vida, tal como ela é.
Uma obra que toca profundamente o âmago de quem se aventura por suas páginas. Meursault, o protagonista, pode parecer distante e enigmático à primeira vista, mas sua jornada ressoa em nós de maneiras inesperadas. Ao acompanharmos suas experiências e pensamentos, somos convidados a confrontar nossas próprias noções de existência e sentido da vida. Camus nos desafia a olhar para dentro de nós mesmos, a questionar nossas certezas e a abraçar o absurdo da existência humana. Esta não é apenas uma leitura, é uma experiência íntima que nos leva a refletir sobre nossas próprias vidas e escolhas.
Nesta obra, Albert Camus revela toda a sua genialidade ao colocar em causa o sentido da vida e da própria existência do ser humano. Um marco na história da literatura do século XX.
Este livro continua a questionar-nos sobre a capacidade da nossa sociedade em gerar em si uma estranheza radical e íntima, alimentando-se de acontecimentos atuais. O personagem comete um ato irreparável, olhando-o com fria indiferença. Não há nenhuma circunstância atenuante, no entanto, a lei ética, a lei realmente humana que Camus defende, coloca a vida humana como um bem inalienável.
Este livro conta a história de Meursault, um funcionário de escritório, que recebe com indiferença a notícia da morte da mãe. Após o velório e o enterro dela, apaixona-se. Num fim de semana de descanso, acaba por cometer um assassinato, sem qualquer premeditação. Todo o seu passado persegue-o num julgamento absurdo e angustiante que nos leva a questionar a justiça. Uma das obras mais bem conseguida de Camus.
O que acontece quando deixamos que a vida passe por nós em vez de passarmos por ela? "O Estrangeiro" retrata, na perfeição, alguém que simplesmente se deixa levar sem rumo pela vida. Um livro estranho, algo absurdo, que nos incomoda e nos faz pensar nas consequências dos nossos atos. Ou da falta deles. Para ler e refletir.
Uma história que retrata a vida em toda a sua perplexidade, desde a absurdidade da vida quotidiana até à desconcertante facilidade com que esta mesma vida é extinta. Aqui também se coloca a questão do amor e da paixão. Será que merece tanta atenção? O primeiro livro de Albert Camus é, sem dúvida, uma das obras-primas da literatura do século XX.
O absurdo da vida é a temática principal, e que questiona a nossa própria existência. A efemeridade e imprevisibilidade da nossa existência são abordadas por Camus de forma magistral. Um livro que me marcou profundamente.
Uma história genial (e breve) sobre o absurdo da vida. Aqui seguimos a história de Meursault e das pessoas que o acompanham na sua jornada; ao longo da qual nos é demonstrado sistematicamente o oscilar entre felicidade e absurdo, presente em tudo, desde as ligações amorosas às relações com os outros e, inclusive, nós mesmos.
Estrangeiro, não por estar num país que não o dele, mas por ser alheio ao que se passa em sua volta, um estranho ao mundo que o rodeia. Não deixando de ser um romance, este livro é pautado pelo existencialismo. Um homem cuja vida é um vazio, um homem que não sabe quem é, um homem inadequado. Acontecimentos estranhos (porque os vemos segundo a "estranheza" com que ele os vê). Um homem cuja história nos dá que pensar.
"O Estrangeiro" não é um livro fácil de ler mas muito importante. Uma leitura surreal.