Os livros obrigatórios de 2019, de acordo com a Time

Por: Sofia Costa Lima a 2019-11-19

Olga Tokarczuk

Olga Tokarczuk

Prémio Nobel da Literatura 2018

Olga Tokarczuk nasceu em Sulechów, uma pequena cidade polaca, em 1962. Formada em Psicologia, publicou o seu primeiro livro em 1989, uma coletânea de poesia intitulada Miasta w lustraché, seguindo-se os romances E. E. e Prawiek i inne czasy, tendo sido este último um sucesso.
A partir daí, a sua prosa afastou-se da narrativa mais convencional, aproximando-se da prosa breve e do ensaio. Uma das melhores e mais apreciadas autoras de hoje, a obra de Olga Tokarczuk tem sido alvo de várias distinções, nacionais e internacionais. Recebeu por duas vezes o mais importante prémio literário do seu país, o Prémio Nike; em 2018, foi finalista do Prémio Fémina Estrangeiro e vencedora do Prémio Internacional Man Booker. Os seus livros estão traduzidos em trinta línguas.
Em 2019, foi distinguida pela Academia Sueca com o Prémio Nobel de Literatura pela sua «imaginação narrativa, que com uma paixão enciclopédica representa o cruzamento de fronteiras como forma de vida».

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Margaret Atwood

Margaret Atwood

Margaret Atwood nasceu em Otava, em 1939. É uma das mais celebradas autoras canadianas, senão a melhor, e, além de A História de Uma Serva – agora uma série de televisão multipremiada –, publicou mais de quarenta livros de ficção, poesia e ensaio. Recebeu diversos prémios literários ao longo da sua carreira, incluindo o Arthur C. Clarke, o Booker Prize (em duas ocasiões, por O Assassino Cego, em 2000, e por Os Testamentos, em 2019), o Prémio Príncipe das Astúrias para a Literatura, o Pen Center USA Lifetime Achievement Award e o Prémio da Paz dos Editores e Livreiros Alemães. Foi ainda agraciada com o título de Chevalier da Ordem das Artes e das Letras de França e com a Cruz de Oficial da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha. Uma das mais ativas vozes do feminismo moderno, na ficção e na não ficção, está traduzida para trinta e cinco línguas. Vive em Toronto.
Margaret Atwood recebeu, em 2022, o título de Doutora Honoris Causa, atribuído pela Universidade do Porto pela «extraordinária qualidade da sua obra literária, a importância da sua reflexão intelectual e a pertinência do seu combate público por uma sociedade mais justa, digna e sustentável.»

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Bernardine Evaristo

Bernardine Evaristo

Bernardine Evaristo nasceu no sudeste de Londres, em 1959, filha de mãe britânica e pai nigeriano. Autora de uma obra que inclui romance, poesia, contos, teatro e crítica literária, a sua escrita é caracterizada pela experimentação, ousadia e subversão na forma e escolha de temas, onde desafia os mitos e preconceitos das várias diásporas africanas e das suas identidades.
O seu último romance, Rapariga, Mulher, Outra foi, ex-aequo com Os Testamentos (Ed. Bertrand, 2020), de Margaret Atwood, o vencedor do Booker Prize 2019, e Livro do Ano do British Book Awards 2020.

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10%

Pessoas Normais
19,50€
10% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

10%

Três Mulheres
17,90€
10% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

10%

A Terra Inabitável
16,90€
10% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

10%

Cai a Noite em Caracas
16,90€
10% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

10%

Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos
20,45€
10% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

10%

The Testaments
25,75€
10% CARTÃO LEITOR BERTRAND
PORTES GRÁTIS

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2019 aproxima-se do fim e, por isso, começam a surgir as já habituais retrospetivas. Dentro deste espírito, a revista norte-americana Time partilhou a lista dos cem livros publicados em 2019 que considera serem de leitura obrigatória.

A Time teve a sua primeira edição publicada a 3 de março de 1923. Desde 1927, é habitual a revista semanal escolher a pessoa que mais se destacou naquele ano. Adicionalmente, a revista lista também as 100 personalidades mais influentes do ano, que se destacaram nas mais variadas áreas, bem como os livros que marcaram o ano, nos mais variados géneros.

Em 2019, a Time destaca cem livros obrigatórios em sete géneros distintos: ficção realista, suspense e mundos paralelos, literatura traduzida (para inglês), contos e poesia, ensaios e memórias, história e política, sociedade e ciência e true crime e jornalismo. Partilhamos consigo algumas dessas escolhas.

 


 

Pessoas Normais, de Sally Rooney

Aos 28 anos, Sally Rooney já era considerada a primeira grande novelista da geração millennial, graças ao primeiro livro, Conversas Entre Amigos, no entanto, Pessoas Normais ajudou certamente a estabelecer a autora irlandesa neste patamar.

Pessoas Normais traz a história de Marianne and Connell, opostos em muitas questões. Se, por um lado, Marianne é solitária e vem de uma família rica, Connell é popular e vem de uma família pobre. O livro acompanha a relação de ambos ao longo de vários anos, em que têm de lidar com vários problemas e percebem que, mesmo quando se querem separar, não conseguem fazê-lo.

De acordo com a Time, o livro ganha vida, sem dúvida, quando as personagens discutem. Como resultado, é um livro que mostra a grande capacidade argumentativa que Sally Rooner consegue passar às personagens.

 
 
Girl, Woman, Other, de Bernardine Evaristo

Ao vencer o Booker Prize este ano, juntamente com Margaret Atwood, a britânica Bernardine Evaristo tornou-se a primeira mulher negra a vencer este prémio.

O livro com que venceu o prémio, Girl, Woman, Other, conta a história de doze personagens, maioritariamente mulheres, negras e britânicas, ao longo de mais de um século de história do Reino Unido.

Em Girl, Woman, Other, Bernardine Evaristo sobrepõe as vozes das mulheres com o propósito de oferecer algum conhecimento sobre as mulheres britânicas negras ao longo de várias gerações.

 
Três Mulheres, de Lisa Taddeo

Jornalista de profissão, Lisa Taddeo viajou, ao longo da última década, pelos Estados Unidos a fim de procurar histórias. A viagem permitiu-lhe conhecer muitas mulheres, vindas dos mais variados lugares, e, por isso, muitas histórias para contrar. De todas as mulheres que conheceu, Lisa Taddeo traz-nos a história de Três Mulheres.

Neste livro ficamos a conhecer Lina, Maggie e Sloane e as suas vidas. Maggie teve, aos 17 anos, uma relação com um professor. Posteriormente, vários anos depois de ter terminado a relação, quer vingar-se. Lina é dona de casa, tem dois filhos e é casada há dez anos, no entanto já não nutre quaisquer sentimentos pelo marido e começa um caso extraconjugal. E, por fim, Sloane. Dona de um restaurante de grande êxito, é casada e pensa ser feliz, mas começa a questionar-se onde termina o desejo do marido e onde começa o seu.

É um livro sem precedentes, escrito sobretudo numa tentativa da autora para “compreender a natureza do desejo da mulher moderna“.

 
 
A Terra Inabitável, de David Wallace-Wells

É pior, muito pior do que pensa“. O tema das alterações climáticas é cada vez mais urgente. O jornalista David Wallace-Wells não deixa esquecer essa urgência neste livro, que chegou às nossas livrarias no início do mês de novembro e que a revista americana considera um dos livros obrigatórios de 2019.

Em A Terra InabitávelWallace-Wells fala, com rigor, urgência e um equilíbrio entre factos e projeções, de como será a vida no planeta Terra depois do aquecimento global, algo que, como nos lembra o autor, esta geração irá viver. Para a Timeo autor escreveu “o antídoto mais eficaz para a complacência“, o que motiva a sua inclusão na lista dos cem livros obrigatórios do ano.

 

Cai a Noite em Caracas, de Karina Sainz Borgo

O romance venezuelano conquistou a revista norte-americana e também é considerado um dos livros obrigatórios de 2019.

Num país que antes da crise era a terra dos sonhos, da beleza e da prosperidade e que agora está esgaçado pela corrupção, pela criminalidade e pela repressão, Adelaida procura apenas sobreviver. A mãe acabou de morrer e Adelaida vê-se sem nada, sem alguém que a apoie, numa cidade onde a violência e a extorsão são cada vez mais comuns.

Cai a noite em Caracas, o primeiro romance de Karina Sainz Borgo, é um livro que retrata de uma forma sublime o ambiente de crise que se vive atualmente na Venezuela.

 
 
Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos, de Olga Tokarczuk

Olga Tokarczuk venceuPrémio Nobel da Literatura referente a 2018 e os olhos do mundo estão postos nela. O mais recente livro da escritora polaca, Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortosé, por isso, um livro imperdível no panorama literário de 2019 e a revista Time concorda.

A personagem principal, Janina Duszejko, vive isolada, passa os dias a traduzir poesia de William Blake e a observar sinais de astrologia. Quando vários membros do clube de caça local aparecem mortos, Janina decide investigar o caso e chega a uma teoria que aterroriza toda a comunidade.

Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos é um romance mordaz e desconcertante que nos leva a questionar a nossa posição acerca dos direitos dos animais, a responsabilidade sobre a natureza e as ideias preconcebidas sobre a loucura, a justiça e a tradição.

 
The Testaments, de Margaret Atwood

Publicado em setembro, The Testaments valeu a Margaret Atwood o Booker Prize deste ano, que dividiu com Bernardine Evaristo.

O livro é a continuação de A História de uma Servapublicado originalmente em 1985, situando-se cerca de 15 anos após o final dessa história. Narrado por três personagens com diferentes ligações a Gilead, o país teocrático que substituiu os Estados Unidos, The Testaments é uma distopia com vários paralelismos com o mundo atual.

À semelhança do livro anterior, há conversações para que este livro seja também adaptado para televisão. No entanto, há algo diferente nesta distopia: ao contrário do volume anterior, Time lembra que este oferece uma espécie de antídoto – esperança.

A Bertrand Editora, que tem traduzido vários títulos da autora, incluindo A História de uma Serva, já anunciou que a versão portuguesa deste título chegará às livrarias em março de 2020.

 

Confira a lista completa dos livros obrigatórios de 2019, eleitos pela Time, aqui.

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