Margaret Atwood e Bernardine Evaristo são as vencedoras do Booker Prize 2019

Por: Sónia Rodrigues Pinto a 2019-10-15 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa

Bernardine Evaristo

Bernardine Evaristo

Bernardine Evaristo nasceu no sudeste de Londres, em 1959, filha de mãe britânica e pai nigeriano. Autora de uma obra que inclui romance, poesia, contos, teatro e crítica literária, a sua escrita é caracterizada pela experimentação, ousadia e subversão na forma e escolha de temas, onde desafia os mitos e preconceitos das várias diásporas africanas e das suas identidades.
O seu último romance, Rapariga, Mulher, Outra foi, ex-aequo com Os Testamentos (Ed. Bertrand, 2020), de Margaret Atwood, o vencedor do Booker Prize 2019, e Livro do Ano do British Book Awards 2020.

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Margaret Atwood

Margaret Atwood

Margaret Atwood nasceu em Otava, em 1939. É uma das mais celebradas autoras canadianas, senão a melhor, e, além de A História de Uma Serva – agora uma série de televisão multipremiada –, publicou mais de quarenta livros de ficção, poesia e ensaio. Recebeu diversos prémios literários ao longo da sua carreira, incluindo o Arthur C. Clarke, o Booker Prize (em duas ocasiões, por O Assassino Cego, em 2000, e por Os Testamentos, em 2019), o Prémio Príncipe das Astúrias para a Literatura, o Pen Center USA Lifetime Achievement Award e o Prémio da Paz dos Editores e Livreiros Alemães. Foi ainda agraciada com o título de Chevalier da Ordem das Artes e das Letras de França e com a Cruz de Oficial da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha. Uma das mais ativas vozes do feminismo moderno, na ficção e na não ficção, está traduzida para trinta e cinco línguas. Vive em Toronto.
Margaret Atwood recebeu, em 2022, o título de Doutora Honoris Causa, atribuído pela Universidade do Porto pela «extraordinária qualidade da sua obra literária, a importância da sua reflexão intelectual e a pertinência do seu combate público por uma sociedade mais justa, digna e sustentável.»

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Pela primeira vez em quase 30 anos, os júris do Booker Prize atribuíram o galardão a duas vencedoras em conjunto: Margaret Atwood, com a aguardada sequela sobre a história de Offred, The Testaments, e Bernardine Evaristo, cujo romance Girl, Woman, Other fez dela a primeira mulher negra a receber o prémio britânico. 
 

 

Na cerimónia de atribuição do prémio, que ocorreu segunda-feira, o presidente do júri, Peter Florence, declarou que, depois de mais de cinco horas em reunião com os restantes jurados, não foi possível escolher apenas um vencedor entre os seis finalistas da shortlist

Após muita deliberação, e com o aviso explícito do diretor literário do prémio, Gaby Wood, de que não tinham permissão para dividir o prémio no valor de 50 mil libras, os jurados resolveram, ainda assim, distinguir as obras das duas autoras. “O nosso consenso foi a decisão de desrespeitar as regras e dividir o prémio deste ano para comemorar dois vencedores. São dois livros de que não queríamos desistir e quanto mais conversávamos sobre eles, mais os valorizávamos e os queríamos como vencedores. Não conseguimos separá-los”, explicou Florence.

De acordo com o  Observador Margaret Atwood, que já tinha recebido o Booker Prize em 2000, com The Blind Assassin, gracejou com o facto de o prémio ter sido dividido, dizendo que sendo “demasiado velha” e “não precisando de atenção”, ficava feliz que Bernardine Evaristo “tivesse alguma notoriedade”.

The Testaments é a sequela de A História de uma Serva, publicada 34 anos depois da obra original, continuando a distopia passada na República de Gilead e que deu origem a uma das séries mais vistas dos últimos anos, produzida pelo canal americano Hulu. Para os jurados, esta é uma obra “brutal e maravilhosa”, que chega até nós com “convição e poder”

Com um enredo “impressionante e intenso”, Bernardine Evaristo ganha destaque com Girl, Woman, Otheruma obra sobre a Inglaterra e o que é ser mulher nos dias de hoje. Através da história de doze personagens, na sua maioria mulheres, negras e de origem britânica, a autora transporta-nos para a vida moderna, colocando-nos lado a lado com as dificuldades e contratempos de artistas, banqueiros, professores, donas de casa e mulheres das limpezas, desde a adolescência até à velhice.

 

 

Uma atribuição (quase) inédita

De acordo com o site oficial da fundação do prémio, o Booker Prize já tinha sido atribuído em conjunto a dois vencedores, em duas épocas distintas: em 1974, Nadine Gordimer e Stanley Middleton partilharam o prémio pelas suas obras, The Conservationist e Holiday, respetivamente; e em 1992, Michael Ondaatje, pelo romance O Doente Inglês, dividido com Barry Unsworth e a obra Sacred Hunger.

Em 1993, as regras foram alteradas para que apenas um autor fosse galardoado com o prémio. Desde então, esta é a primeira vez que dois autores são anunciados como co-vencedores.

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