“Ainda estou aqui” — o livro que inspirou o filme

Por: Beatriz Sertório a 2025-01-20

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Depois de Fernanda Torres se ter tornado na primeira brasileira a receber o Globo de Ouro de Melhor Atriz, os olhos do mundo voltaram-se para o Brasil e para o seu passado obscuro. Ainda Estou Aqui está nos cinemas portugueses desde dia 16 de janeiro e baseia-se no livro homónimo de Marcelo Rubens Paiva, que acaba de chegar às livrarias. Fique a conhecê-lo.
 

“Sei que repetirei lá na frente o que narrei antes. Este livro sobre memórias nasce assim. Histórias são recuperadas. Umas puxam outras. As histórias vão e voltam com mais detalhes e referências. Faço uma releitura da releitura da vida da minha família. Reescreverei o que já escrevi.”


Publicado originalmente em 2015, o livro do célebre escritor, dramaturgo e jornalista ítalo-brasileiro Marcelo Rubens Paiva emerge das suas memórias pessoais de um período obscuro da história do Brasil. Autor de múltiplos romances, como o premiado Feliz Ano Velho (vencedor do Prémio Jabuti de Literatura  Autor Revelação), é filho de Rubens Paiva, engenheiro e deputado que foi uma das vítimas mortais da ditadura militar brasileira, e de Eunice Paiva, advogada e ativista reconhecida como símbolo de resistência contra a repressão e as violações de direitos humanos promovidas pelo regime.

Dividido em três partes, Ainda Estou Aqui leva o leitor numa viagem pelas memórias de infância do autor em São Paulo, a mudança da sua família para o Rio de Janeiro e os acontecimentos trágicos que levaram a sua família a ficar conhecida como “a família vítima da ditadura”. No terceiro ato, do livro e da vida de Eunice Paiva, a grande protagonista deste livro, o tema da memória ganha uma dimensão autorreflexiva ao acompanharmos a sua derradeira luta contra o Alzheimer
 uma luta que culminaria com a sua morte, aos 86 anos, no mesmo dia em que o Ato Institucional nº 5, uma medida que marcou a fase mais violenta do regime, completava 50 anos.
 

“A memória não é apenas uma pedra com hieróglifos entalhados, uma história contada. Memória lembra dunas de areia, grãos que se movem, transferem-se de uma parte a outra, ganham formas diferentes, levados pelo vento. Um fato hoje pode ser relido de outra forma amanhã. Memória é viva.”


Durante décadas, Eunice liderou a incansável busca pela verdade sobre o paradeiro do marido. Em 1971, Rubens e Eunice foram presos juntamente com Eliana, a sua filha mais velha. Enquanto Eliana foi libertada na manhã seguinte e Eunice ao fim de 12 dias, Rubens desapareceu sem deixar rasto, para nunca mais voltar. A resposta oficial chegou apenas em 2014, quando a Comissão Nacional da Verdade confirmou a morte de Rubens Paiva em janeiro de 1971, graças a uma lei que reconhecia como mortas pessoas desaparecidas durante o período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979. No livro, Marcelo recorda esse momento como uma segunda morte do pai: “meu pai (…) morria por decreto, graças à Lei dos Desaparecidos, vinte e cinco anos depois de ter morrido por tortura.” 

Apesar de tudo, Eunice nunca se deixou abater. Viúva e mãe de cinco filhos, reinventou-se, voltou a estudar, tornou-se advogada e uma das poucas especialistas em direito indígena. Foi advogada da fundação de Gilberto Gil, advogada do músico Sting no Brasil e consultora do governo federal, do Banco Mundial e da ONU. A sua coragem, resiliência e recusa em ceder ao papel de vítima moldaram o espírito da família:

 

“Por anos, fotógrafos nos queriam tristes nas fotos. Tivemos nossa guerra fria contra o pieguismo da imprensa. Com o tempo, aprendemos a selecionar qual órgão evitar e como nos portar. Éramos «A família vítima da ditadura». Apesar de preferirmos a legenda «Uma das muitas famílias vítimas de muitas ditaduras». Não faríamos o papelão de sairmos tristes nas fotos. Nosso inimigo não iria nos derrubar. Família Rubens Paiva não chora na frente das câmeras, não faz cara de coitada, não se faz de vítima e não é revanchista. Trocou o comando, continua em pé e na luta. A família Rubens Paiva não é a vítima da ditadura, o país é que é. O crime foi contra a humanidade, não contra Rubens Paiva. Precisamos estar saudáveis, bronzeados para a contraofensiva. Angústia, lágrimas, ódio, apenas entre quatro paredes. Foi a minha mãe quem ditou o tom, ela quem nos ensinou.”


A adaptação cinematográfica de Ainda Estou Aqui, dirigida por Walter Salles, conta com as atuações de Fernanda Torres e sua mãe, Fernanda Montenegro, nos papéis principais e tem recebido largos elogios da crítica. Após uma pré-estreia que contou com a presença de convidados como o Embaixador do Brasil em Portugal, o filme está em exibição nas salas de cinema portuguesas desde o dia 16 de janeiro.
 

Veja o trailer do filme aqui.

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