O que nos ensinam os animais criados por Luis Sepúlveda?

Por: Beatriz Sertório a 2024-10-04

Luis Sepúlveda

Luis Sepúlveda

Foi a 4 de outubro de 1949, na localidade chilena de Ovalle, a mais de 300 km a norte da capital, Santiago, que nasceu Luis Sepúlveda. Filho de um militante do Partido Comunista e proprietário de um restaurante, e de uma enfermeira de origens mapuche (um povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina), Luis Sepúlveda cresceu no bairro San Miguel de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por influência de uma professora de História.
Aos 15 anos ingressou na Juventude Comunista do Chile, da qual foi expulso em 1968. Depois disso, militou no Exército de Libertação Nacional do Partido Socialista. Após os estudos secundários, ingressou na Escola de Teatro da Universidade de Chile, da qual chegou a ser diretor. Anos mais tarde, licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.
Da sua vasta obra – toda ela traduzida em Portugal –, destacam-se os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Mas todos os seus livros conquistaram em todo o mundo a admiração de milhões de leitores.
Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço – que visa galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica –, uma honra que definiu como «uma emoção muito especial».
Para além de romancista, foi realizador, roteirista, jornalista e ativista político. Em 1970 venceu o Prémio Casa das Américas pelo seu primeiro livro, Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria cinco meses na capital soviética, uma vez que foi expulso da universidade por “atentado à moral proletária”. Membro ativo da Unidade Popular chilena nos anos 70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Em 1979 alistou-se nas fileiras sandinistas, na Brigada Internacional Simon Bolívar, que lutava contra a ditadura de Anastácio Somoza. Depois da vitória da revolução sandinista, trabalhou como repórter.
Em 1982 rumou a Hamburgo, movido pela sua paixão pela literatura alemã. Nos 14 anos em que lá viveu, alinhou no movimento ecologista e, enquanto correspondente da Greenpeace, atravessou os mares do mundo, entre 1983 e 1988. Em 1997, instalou-se em Gijón, em Espanha, na companhia da mulher, a poetisa Carmen Yáñez. Nesta cidade fundou e dirigiu o Salão do Livro Ibero-americano, destinado a promover o encontro de escritores, editores e livreiros latino-americanos com os seus homólogos europeus.
Luis Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas. Em Portugal, era presença assídua na Feira do Livro de Lisboa, em sessões de autógrafos onde era bem visível o carinho do público português pelos seus romances, e esteve presente em quase todas as 21 edições do Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, a última das quais entre 18 e 23 de fevereiro de 2020.
A 29 de fevereiro de 2020, Luis Sepúlveda foi diagnosticado com Covid-19, naquele que seria o primeiro caso de infeção nas Astúrias, e consequentemente internado no Hospital Universitário Central de Astúrias, onde veio a falecer a 16 de abril.

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Hoje, a 4 de outubro, o romancista, realizador, jornalista e ativista político chileno Luis Sepúlveda cumpriria 75 anos. No mesmo dia, celebra-se o Dia Mundial do Animal. Para comemorar este autor e dia especial, relemos as fábulas de Sepúlveda, que são, para além de uma porta de entrada para o mundo da literatura, uma fonte inesgotável de aprendizagem sobre os mais variados temas, desde o amor e a amizade, à preservação dos animais e da natureza. Conhece, ou reencontra, alguns dos protagonistas mais populares das suas histórias e aquilo que todos nós, miúdos e graúdos, podemos aprender com cada um deles.


Nome: Zorbas

Espécie: Gato

Fábula: História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar

Lema: «Uma promessa é uma promessa».

 

 

 

Costuma dizer-se que os cães são muito leais, no entanto, o “grande, preto e gordo” Zorbas é não só um amigo leal como um gato “de palavra”! Depois de uma gaivota, que havia sido apanhada por uma maré negra de petróleo, ter deixado ao seu cuidado, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr, Zorbas jura cumprir duas promessas: criar a pequena gaivota e ensiná-la a voar. Para além da importância de cumprir uma promessa, Zorbas ensina-nos a aceitar aqueles que são diferentes de nós e, também, que os amigos são a família que escolhemos.

 

 

 

 

 

 

Nome: Ditosa

Espécie: Gaivota

Fábula: História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar

Lema: «Só voa quem se atreve a fazê-lo.»

 

Ditosa é a pequena gaivota que ficou ao cuidado do gato Zorbas. Quando este falha na sua missão de a ensinar a voar, pede ajuda a alguém que ele acredita que sabe voar, e fazer voar, com a força das palavras: um poeta. Com a sua ajuda, Ditosa percebe que a única coisa que a estava a impedir de conseguir voar era o seu próprio medo — uma lição valiosa para todos os que perseguem sonhos que parecem impossíveis de alcançar. Às vezes, só precisamos de alguma coragem e ousadia.

 

 

 

Nome: Mix

Espécie: Gato

Fábula: História de um gato e de um rato que se tornaram amigos

Lema: «Os verdadeiros amigos cuidam sempre um do outro.»

 

 

 

A história de Mix é uma história sobre amizade: a sua com o seu dono, Max, e a amizade inesperada que cria com um rato mexicano, a quem dá o nome de Mex. Com este duo improvável, aprendemos o verdadeiro significado da amizade: uma relação de partilha e entreajuda, em que ambas as partes se preocupam com a alegria e a liberdade um do outro. Para além disso, a forma como o rato Mex ajuda o gato Mix a lidar com a sua cegueira, ensina-nos a respeitar as limitações dos outros, pois estas não são entraves, mas apenas diferentes formas de estar no mundo.

 

 

 

 

 

Nome: Rebelde

Espécie: Caracol

Fábula: História de um caracol que descobriu a importância da lentidão

Lema: «O amor é lento.»

A grande lição que o caracol Rebelde tem para nos ensinar é especialmente importante para os adultos. Parece que andam sempre a correr, não é? Acordam e começam a corrida contra o tempo, para se despacharem para te ir levar à escola, para irem para o trabalho e, muitas vezes, quando voltam para casa, ao final do dia, parece que o tempo continua a fugir-lhes por entre os dedos. Mas com os caracóis do prado do País do Dente-de-Leão aprendemos que, por vezes, é importante abrandar, para que não nos escapem coisas importantes, e que as coisas mais importantes da vida devem ser desfrutadas lentamente.

 

 

Nome: Afmau (Leal)

Espécie: Cão

Fábula: História de um cão chamado Leal

Lema: «A vida deve aceitar-se com gratidão.»

 

 

Na língua mapuche, falada por um povo indígena do Chile, Afmau significa “leal e fiel”. Foi dado esse nome a este pastor-alemão por ter sobrevivido à fome e ao frio da montanha onde nasceu, demonstrando assim a sua enorme lealdade à vida. No entanto, é também representativo da relação que ele tem com Aukamañ, um menino mapuche que cuidou dele até um bando de estrangeiros os ter separado. Ao nunca se esquecer do menino que lhe deu abrigo, Afmau ensina-nos o poder do afeto e da lealdade que pode unir um ser humano e um animal.

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