Duas novidades infantis que celebram o amor pelos livros
Por: Beatriz Sertório a 2025-01-21
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Livros sobre livros fazem as delícias de qualquer leitor, e são uma forma de despertar os mais novos para as maravilhas da leitura. Fica a conhecer dois novos livros ilustrados que celebram o amor pelos livros e que vão conquistar pequenos e grandes leitores.
Na escola, aprendemos o ABC, a juntar sílabas para formar palavras, a combinar palavras em frases e, talvez, até a reconhecer a importância dos livros. Mas o amor pelos livros, esse não se ensina — descobre-se, conquista-se (ou conquista-nos) e, se o cultivarmos, cresce. Em Eu (odeio) adoro livros (Fábula), a ilustradora espanhola Mariajo Ilustrajo explora esse amor nem sempre imediato pelos livros e inspira os mais relutantes a deixarem-se conquistar por ele.
Com ilustrações que transportam miúdos e graúdos para o reino da infância e da imaginação, a autora de A Inundação e Perdido leva-nos a conhecer uma menina que insiste que odeia livros e que ler é uma verdadeira “seca”. Apesar das múltiplas tentativas da professora e da mãe de a convencerem do contrário, ninguém a consegue fazer mudar de opinião, até que… um certo dia, abre um livro e, como uma chave mágica, abre as portas para um universo maravilhoso e desconhecido.
Afinal, tudo começa com um único livro — ou melhor, “o livro”, que um dia te encontra e, depois de o abrires, nunca mais voltas a ser o mesmo. É sobre esse caminho sem retorno que pode resultar da descoberta de um livro que trata Como Criar uma Biblioteca (Pato Lógico).
Publicado por ocasião do 141º aniversário da biblioteca de São Lázaro, a biblioteca mais antiga de Lisboa, é uma homenagem a estes espaços onde reina a diversidade e onde os livros estão ao alcance de todos, como portais à espera de serem abertos.
Ilustração: André Letria / “Como Criar uma Biblioteca”
Mais do que um manual de instruções, este esforço conjunto de Inês Fonseca Santos e André Letria é uma narrativa sobre a curiosidade, a imaginação e a perseverança necessárias para mergulhar no mundo dos livros e, de livro em livro — como os tijolos que sustentam uma casa — construir uma biblioteca. Para o conseguires, é preciso aceitar a dúvida, abraçar o desconhecido, deixar entrar “bestas e monstros” — que é como quem diz, ler de tudo um pouco — e nunca desistir. Até que, por fim, essa história de amor entre livro e leitor culmine no mais clássico dos desfechos: “e viveram felizes para sempre”.