Por Tutatis! Morreu Albert Uderzo, um dos criadores de Astérix
Por: Sónia Rodrigues Pinto a 2020-03-24 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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Albert Uderzo, ilustrador e coautor de Astérix, morreu esta terça-feira, aos 92 anos. A informação foi anunciada à Agência France Press por familiares.
O artista francês, que criou a famosa série de banda desenhada em 1959 com o escritor René Goscinny, partiu “enquanto dormia, na sua casa, em Neuilly, de ataque cardíaco”, adiantou o genro, Bernard de Choisy, acrescentando que Uderzo se sentia cansado há já algumas semanas.
Considerada uma das personagens mais adoradas da cultura francesa, com mais de 370 milhões de livros vendidos pelo mundo inteiro, 11 filmes e um parque temático, Astérix ofereceu aos seus leitores várias aventuras numa Gália ocupada pelos romanos, ao lado do amigo Obélix. A série está traduzida em mais de 107 línguas e dialetos, incluindo o mirandês.
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Alberto Aleandro Uderzo nasceu a 25 de abril de 1927 em Fismes, na região de Marne. Foi o quarto filho de Iria e Silvio Uderzo, dois imigrantes italianos à procura de uma vida melhor após a I Guerra Mundial. De acordo com o ilustrador, foi registado com um nome italiano, Alberto, em vez do francês Albert, porque o oficial que o registou não entendeu a forte pronúncia italiana de Silvio Uderzo.
René Goscinny conheceu Uderzo em 1951. Tornaram-se amigos rapidamente e, no ano seguinte, começaram a trabalhar em conjunto. Uma das suas primeiras criações foi Humpa-Pá, uma personagem mais tarde incorporada no Jornal do Tintin. Em 1959, pediram-lhes que fizessem uma revista, Pilote, protagonizando “o típico herói francês”. Ambos concordaram em localizar a história na Gália antiga, publicando o primeiro volume da obra a 29 de outubro de 1959. Foram vendidas mais de 300 mil cópias.
Albert Uderzo e René Goscinny. Fotografia: AFP
Ilustrador e escritor trabalharam na série Astérix durante cerca de 20 anos, até à morte inesperada de Goscinny, em 1977, vítima de um ataque cardíaco. O último álbum em que participou, Astérix entre os Belgas, saiu em 1979. Depois disso, Uderzo passou também a escrever o enredo dos álbuns da banda desenhada.
Alberto Uderzo deixou de trabalhar em Astérix em 2011, altura em que a obra passou para as mãos do argumentista Jean-Yves Ferri e do ilustrador Didier Conrad.
Astérix, “o irredutível guerreiro gaulês”, apareceu pela primeira vez em Portugal nas páginas da revista Foguetão, a 4 de maio de 1961. Foi o primeiro país não francófono a publicar as aventuras dos gauleses. Além do Foguetão, as histórias foram ainda publicadas nas páginas do Cavaleiro Andante, do Zorro e do Tintin.