Chimamanda Ngozi Adichie é a "vencedora das vencedoras"
Por: Beatriz Sertório a 2020-11-12 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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Treze anos depois de ter vencido o Women's Prize for Fiction (à época, designado como Orange Prize) com Meio Sol Amarelo, Chimamanda Ngozi Adichie volta a ser galardoada pelo mesmo romance, com um dos mais prestigiados prémios literários no Reino Unido — desta vez na categoria Winner of Winners ("vencedor dos vencedores"). Tendo sido considerado pelo público o melhor livro dos 25 anos da história do prémio, foi selecionado a partir de uma lista onde se incluem nomes como Zadie Smith, Lionel Shriver, Rose Tremain e Maggie O’Farrell.
Com a ação centrada na Nigéria durante a Guerra do Biafra, este que é o segundo romance da autora nigeriana, fala-nos do fim do colonialismo, de lealdades étnicas, de classes, raça, do empoderamento das mulheres - e de como o amor tem o poder de tudo subverter. Publicado originalmente em 2006, conta a história de Ugwu, um humilde criado de treze anos a quem o mundo se desvendará pela mão do seu senhor, Odenigbo, que, na intimidade da sua casa, planeia uma revolução. Aclamado pela crítica e pelo público um pouco por todo o mundo, foi considerado um dos 100 melhores livros do século XXI pelo The Guardian, e adaptado ao cinema com Chiwetel Ejiofor e Thandie Newton nos papéis principais, em 2013.
Frame da adaptação cinematográfia de Meio Sol Amarelo, realizada por Biyi Bandele.
Sobre o galardão, atribuído a título único e excecional, Adichie afirmou, emocionada: ‘Sinto-me particularmente comovida por ter sido votada ‘Vencedora das Vencedoras”, uma vez que foi este prémio que inicialmente atraiu os leitores para o meu trabalho – e também me deu a conhecer tantas escritoras talentosas.’ Adichie estará à conversa com Kate Mosse, diretora do Women’s Prize, no dia 6 de dezembro, a partir das 19h00. O evento será transmitido online (bilhetes disponíveis aqui).