“O Ano da Morte de Ricardo Reis” vai ser adaptado para cinema
Por: Bertrand Livreiros a 2019-04-03 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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João Botelho pretende levar para o grande ecrã o romance O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago. Depois da adaptação de vários clássicos da literatura portuguesa – entre os quais Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, e Os Maias, de Eça de Queiroz -, o cineasta português entrega-se agora a Ricardo Reis e às suas conversas com o fantasma de Fernando Pessoa.
Segundo o site Comunidade, Cultura e Arte, as filmagens já começaram e decorrerão até maio, constando Lisboa, Coimbra e Entroncamento entre as cidades escolhidas para as gravações. Do leque de atores, destacam-se Chico Díaz, no papel de Ricardo Reis; Luís Lima Barreto, como Fernando Pessoa; Catarina Wallenstein na pele Lídia e Victoria Guerra dá vida a Marcenda.
Segundo a revista Blimunda, José Saramago escreveu “O Ano da Morte de Ricardo Reis” por não estar de acordo com a frase: “Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo”. “Indignava-me esta espécie de indolência, esta filosofia de vida tão complacente que se me afigurava monstruosa”, escreve o Nobel da Literatura, em A Estátua e a Pedra. Em 1984, para «demonstrar» que o espetáculo do mundo era terrível, José Saramago publicou o romance que coloca Ricardo Reis a caminhar por Lisboa e a dialogar com o fantasma de Pessoa, enquanto o mundo se encontra à beira do início da Segunda Guerra Mundial e assiste ao início da Guerra Civil de Espanha.”
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Para João Botelho, é indubitável a importância que teve este romance na sua vida, confessando ter ficado “irremediavelmente atingido no cérebro e no coração” com a obra. “Para estar à altura deste notável romance de realismo fantástico, decidi filmar a preto branco, para a verosimilhança e a clareza das luzes, das sombras, dos vários cinzentos onde as personagens se vão mover, aflitos ou entusiasmados. (…) Nos planos finais uma explosão de cores deve permitir transportar o espectador para os tempos contemporâneos”, acrescenta o cineasta, à agência Lusa.
(via Comunidade, Cultura e Arte).
O filme deverá estrear em novembro de 2019.