Estas personagens infantojuvenis são eternas e inesquecíveis
Por: Bertrand Livreiros a 2023-06-01 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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São muitas as personagens da literatura infantil que não se esquecem após uma primeira leitura. Algumas delas permanecem para sempre connosco, ao longo das nossas vidas. É essa uma das grandes virtudes da literatura, e sobretudo dos livros marcantes que lemos em idade jovem. A pensar nisso mesmo, no Dia Mundial da Criança, que em Portugal se celebra a 1 de junho, relembramos algumas das mais icónicas e inesquecíveis personagens que nos fazem continuar a sonhar e a querer ler.
Aslan, em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, de C. S. Lewis
Aparece nos setes livros da famosa série As Crónicas de Nárnia, mas é em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa que pela primeira vez conhecemos a mítica personagem criada por C. S. Lewis. Aslan é um leão falante, descrito como o criador e Rei de Nárnia. Trata-se de um ser divino, sábio, omnipotente, que surge como representação da bondade. É ele quem zela pelo bem de Nárnia, embora não seja responsável por todas as decisões que as pessoas tomam, mas é também a ele que pedem ajuda nos momentos de aflição. É uma das personagens que mais contribuiu para o sucesso deste conjunto de livros, que nos acompanham de geração em geração.
Mowgli, em O Livro da Selva, de Rudyard Kipling
Mowgli é um jovem rapaz humano criado por lobos, que lhe ensinaram todos os segredos da selva. Ocupa um espaço eterno no imaginário infantil e não só. As suas aventuras deram-nos a descobrir a selva da Índia, repleta de animais com vozes e pensamentos ímpares. Nesse mesmo universo, Mowgli enfrenta um dilema existencial que é o seu maior inimigo: qual o seu lugar no mundo, entre os animais que o criaram ou entre os homens? Rudyard Kipling inspirou-se nas muitas preocupações da sua época, quando a Índia era uma colónia britânica, para criar um mundo feito de embates culturais. Mowgli é a personificação de uma ideia progressista, que reúne em si todas as virtudes que aprendeu com os animais, mas que também erra e é afetado pela sua inocência.
Matilda, de Roald Dahl
Ser-se único é uma coisa boa: esta é, talvez, a grande lição de moral que podemos retirar daquela que é uma das mais célebres obras de Roald Dahl. E tudo por causa da sua protagonista, Matilda, uma jovem de talentos únicos e precoces, que mesmo perante a indiferença dos seus pais, vai conseguir superar as adversidades. Através da sua inteligência e com a ajuda da professora Docemel vai enfrentar a Sra. Partetudo, diretora da Escola Tiraniza, onde os pais a colocaram e provar mais uma vez que o conhecimento e, acima de tudo, o poder dos livros pode ajudar-nos a melhorar a nossa relação com os outros através da empatia e da amizade.
Pinóquio, em As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi
É uma das mais reconhecidas personagens de ficção, e é dado a conhecer pela primeira vez em 1883, no romance As Aventuras de Pinóquio, do escritor Carlo Collodi. Desde então surgiu em muitos outros livros, mas todos sabemos descrevê-lo seja qual for o contexto. Esculpido a partir do tronco de uma árvore por um carpinteiro chamado Geppetto, numa pequena aldeia italiana, Pinóquio nasceu como boneco de madeira que sonhava em ser um menino de verdade. Quando mente cresce-lhe o nariz, mas arranja sempre forma de superar as adversidades. Para realizar o seu desejo, Pinóquio tem de enfrentar um mundo de desafios, onde a mentira tem perna curta e a honestidade é um valor essencial.
Pippi das Meias Altas, em Pippi das Meias Altas, de Astrid Lindgren
Criada pela escritora sueca Astrid Lindgren, Pippi das Meias Altas é a personagem central de uma série de livros infantojuvenis que marcaram gerações. Esta menina invulgar, "a mais forte do mundo", com sardas no rosto e tranças ruivas, conquistou o mundo com o seu espírito livre, genuíno, e sempre com um sorriso na cara. As suas aventuras foram adaptadas à televisão, o que a tornou ainda mais conhecida nos quatro cantos do mundo. Até hoje a sua irreverência está sempre presente na memória de todos os que foram acompanhando as histórias da autora sueca e da sua personagem mais icónica.
Jo March, em Mulherzinhas, de Louisa May Alcott
Publicado em 1868, Mulherzinhas é um livro de inspiração biográfica, da autoria de Louisa May Alcott, que conta a história de quatro irmãs, Meg, Jo, Beth e Amy March. Embora cada uma tenha as suas características e personalidades próprias, é em Jo March que se reflete muito daquilo que seria a própria autora do livro. É uma das mais célebres personagens da literatura infantojuvenil: de espírito inconformado, Jo não quer ser desconsiderada por ser mulher, tem ideias progressistas e libertárias, que a tornam uma verdadeira heroína feminista. As suas convicções mantêm-se atuais e pertinentes e é por isso uma inspiração necessária a todos os leitores que se encontram presos a algo que não desejam.
Peter Pan, em Peter Pan, de J. M. Barrie
Extremamente aventureiro e ousado, Peter Pan é a mais célebre personagem criado por J. M. Barrie. Na ilha da Terra do Nunca, onde vive, passa os dias a combater piratas, em especial o seu arqui-inimigo, o Capitão Gancho. Juntamente com a fada Sininho e os Garotos Perdidos que habitam a ilha, Peter Pan é um rapaz que não cresce e que só quer fazer felizes os seus amigos, em especial a sua companheira Wendy Darling. Certo é que até aos dias de hoje Peter Pan continua a povoar a imaginação de miúdos e graúdos pela sua personificação da aventura que é a infância, mas também como forma de nos alertar para as responsabilidades que vamos ganhando ao longo da vida, com muitos desafios a serem enfrentados.