Em memória das vítimas do Holocausto

Por: Bertrand Livreiros a 2023-01-27

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Se Isto é um Homem
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Livros e cidadania

“Parece impossível escrever sobre o protagonismo do mundo do livro no século XXI, sobre as livrarias independentes e as bibliotecas mais desafiantes ou inovadoras, sobre as constelações de leitores que, como eu, continuam a acreditar no papel sem pensar na Amazon como antagonista.” Ao longo dos últimos anos, o autor espanhol Jorge Carrión visitou bibliotecas (reais e imaginárias) e livrarias em todo o mundo, com o intuito de deixar firmado o valor do livro e da sua proximidade como pilares da nossa educação sentimental e intelectual. Depois de Livrarias, publicado pela Quetzal em 2017, regressa agora com um livro-manifesto a que chamou Contra a Amazon.

Música e literatura

“As mãos pousam ao piano. Na brancura do teclado, os dedos se deixam deslizar, potentes cavalos-marinhos de volta à água aonde pertencem. Lançada de cima, a luz do palco o divisa da escuridão, abre cortinas por entre as cortinas.” Assim começa a história de Rômulo Castelo, um pianista virtuoso, inteiramente dedicado à busca da perfeição na sua arte. Todas as manhãs, ao acordar, fecha-se na sua sala de estudos e ensaia aquela que é considerada a peça intocável de Franz Liszt, o Rondeau Fantastique. Em breve, Rômulo irá oferecê-la ao mundo, numa tournée pela Europa que o sagrará como o maior intérprete daquele compositor. 

Pai é…

Pai é táxi, é quem nos leva às cavalitas e nos guia pelas ruas da vida. Segue todas as direções que lhe indicamos com um sorriso no rosto e nunca nos deixa ficar parados em engarrafamentos. Sabe todos os caminhos e tem a melhor banda sonora.

“Vós que viveis tranquilos / nas vossas casas aquecidas / vós que encontrais regressando à noite / comida quente e rostos amigos / considerai se isto é um homem”. 


É assim que Primo Levi inicia o relato sobre a sua experiência enquanto prisioneiro dos campos de concentração de Auschwitz, no livro Se Isto é um Homem.

Localizado no sul da Polónia, Auschwitz, que foi o maior campo de concentração operado pela Alemanha Nazi, funcionou com uma verdadeira fábrica de morte, de maio de 1940 a janeiro de 1945. Embora o número exato de mortos seja impossível de determinar, estima-se que mais de um milhão de prisioneiros (entre eles, judeus — a maioria —, mas também prisioneiros políticos e criminosos comuns) perdeu as suas vidas neste campo, sendo que a estimativa do número total de mortos no Holocausto chega aos 6 milhões.

Apesar de existirem inúmeros relatos da vida nos campos de concentração, as palavras são largamente insuficientes para descrever as atrocidades que neles foram cometidas. Levi manifestava a necessidade de se inventarem palavras mais duras do que fome, cansaço ou dor para aquilo que viveu. Já o judeu grego Marcel Nadjari, cujo testemunho foi descoberto dentro de uma garrafa, em 1980, fala num sofrimento que não só a linguagem não consegue descrever como “a mente humana não consegue imaginar”. 

Escreve o filósofo Edmund Burke que “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”. Para Elie Wiesel, escritor e sobrevivente de Auschwitz que recebeu o Nobel da Paz em 1986, apagar a memória do Holocausto é, não só arriscar que o mesmo volte a acontecer, é “matar duas vezes”. É por isso fundamental a comemoração de datas como a da libertação de Auschwitz, assinalada a 27 de janeiro, e designada pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto. 

É também por isso que é ainda tão importante ler e escrever sobre Auschwitz. Para que a memória daqueles que perderam as suas vidas injustamente perdure, como uma mancha na consciência da Humanidade e, sobretudo, para que as gerações posteriores evitem cometer os mesmos erros. E para que quem conheça as histórias destes que a História injustiçou, ajude a manter viva a sua memória, partilhando-as e lutando por um futuro em que a sua repetição será impossível. Como escrevia Anne Frank, também prisioneira de Auschwitz: 

“Como é maravilhoso que ninguém precise de esperar um único momento antes de começar a melhorar o mundo”

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