"Uma terra prometida" | Yes, he did it
Por: Marisa Sousa a 2020-11-17
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É um dos acontecimentos literários do último trimestre: hoje, dia 17 de novembro, é publicado simultaneamente em todo o mundo, em 25 línguas, o primeiro volume das memórias do 44.º presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama II.
Num relato emotivo, íntimo e introspetivo, Obama narra a improvável odisseia do homem que, a 4 de novembro de 2008, se tornou o primeiro afro-americano a assumir a presidência de uma das mais importantes potências mundiais.
É pela sua mão que somos transportados para o interior da Sala Oval e da Sala de Crise da Casa Branca e viajamos por Moscovo, Cairo e Pequim. São 850 páginas de partilhas, muitas delas de momentos cruciais, como quando constituiu o seu gabinete; quando tentou fazer face a uma crise financeira global; nos momentos em que teve de avaliar Vladimir Putin; na superação de obstáculos, aparentemente inultrapassáveis, para assegurar a aprovação da lei de acesso geral a cuidados de saúde (Affordable Care Act); nos tensos dias em que entrou em rota de colisão com os generais, acerca da estratégia dos EUA para o Afeganistão; quando se viu a braços com a reforma de Wall Street ou quando teve de reagir à devastadora crise provocada pela explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon e deu luz verde à Operação Lança de Neptuno, que culminou com a morte de Osama bin Laden.
Não há sentimento comparável ao de terminar de escrever um livro, e sinto-me orgulhoso deste. — Barack Obama
O homem que elegeu como slogan de campanha “Yes, we can” (Sim, podemos), explica o exigente equilíbrio que foi necessário para se candidatar à presidência como americano negro, carregando as expectativas de toda uma geração sedenta de esperança e mudança, e, simultaneamente, para cumprir os desafios morais da tomada de decisões ao mais alto nível. “Depois da minha eleição, falou-se muito de uns Estados Unidos pós-raciais. Essa visão, ainda que bem-intencionada, nunca foi realista. Porque a raça continua a ser uma força potente e frequentemente dividida da nossa sociedade”, referiu, no seu discurso de despedida da Presidência, em janeiro de 2017, acrescentando: “Estou a pedir-vos para acreditarem não na minha, mas na vossa capacidade de trazer mudança.(…) Sim, podemos. Sim, fizemos (“Yes, we can. Yes, we did it”).”
Para celebrar o lançamento mundial do livro, Barack Obama criou uma playlist com as músicas que ouviu nos principais momentos da sua presidência. “A música sempre desempenhou um papel importante na minha vida — e isso foi especialmente verdade durante minha presidência. Enquanto fazia a revisão das minhas anotações antes dos debates, ouvia ‘My 1st Song’ de Jay-Z ou ‘Luck Be a Lady’ de Frank Sinatra. Ao longo do nosso tempo na Casa Branca, Michelle e eu convidámos artistas como Stevie Wonder e Gloria Estefan para fazer workshops à tarde com jovens, antes dos espectáculos nocturnos na Sala Leste. E houve todos os tipos de apresentações de que sempre me lembrarei — como Beyoncé cantando ‘At Last’ durante nossa primeira dança no baile de inauguração, Paul McCartney fazendo uma serenata para Michelle no East Room com ‘Michelle’, e Bob Dylan abrindo um sorriso antes de desaparecer após cantar ‘Times They Are a-Changin’. Então, em homenagem ao meu livro, criei uma playlist com algumas destas músicas. Espero que gostem." Barack Obama