O Ódio que Semeias

É o livro de estreia da escritora Angie Thomas e enganam-se as pessoas que acham que este livro é o cliché romance-drama adolescente. É baseado no movimento "Black Lives Matter", que denuncia a violência policial contra os jovens de origem negra dos EUA. "O ódio que semeias" fez-me perceber como eu não fazia ideia sobre o dia-a-dia das pessoas que são vítimas do racismo sistemático nos Estados Unidos. Uma realidade que me passava completamente ao lado. Pessoas inocentes são vítimas deste sistema todos os dias. Não devemos nem podemos ignorar mensagens destas. Um livro sobre racismo sim, mas também sobre família, amizade, lealdade e como é frequente uma comunidade inteira unir-se para salvar alguém. Recomendo!

"O Ódio que Semeias" é tão mais que um romance para jovens, é um grito por auxílio face ao racismo institucional e a violação dos mais básicos direitos humanos no mundo em que vivemos. Starr Carter é uma personagem tão realista que poderia ser um dos milhões de jovens que lutam, diariamente, pela igualdade e é através dela que Angie Thomas nos ensina e leva a refletir sobre o poder de lutar por aquilo em que acreditámos.

Não consegui pousar este livro por um segundo, e embora a linguagem procurasse reproduzir a própria forma de dialogar da protagonista — com algumas gírias e vernáculos próprios da adolescência — a narrativa está muito bem construída, a leitura é fluída e avançamos nos capítulos sem dar conta do tempo mas prestando atenção, finalmente, a detalhes que, para muitos, representam a sua segurança e dignidade. É um YA mas deveria estar na prateleira de qualquer leitor, não importa a idade. Um livro atual, urgente e envolvente. Nunca esquecerei a Starr nem o Khalil.

Aclamado pela crítica, apontado como um dos livros do ano de 2017 e vencedor de dois prémios de leitores do GoodReads, é impossível ficar indiferente a este "O Ódio que Semeias", de Angie Thomas. Este é daqueles livros Young Adult que também deve ser lido por toda a gente. Seguimos a história de Starr Carter, uma adolescente americana negra que vê o seu melhor amigo, também ele negro, ser injustamente assassinado pela Polícia. Ao longo do livro, vemos como Starr lida com essa situação e como gradualmente se vai revoltando contra as injustiças que a sua comunidade sofre nas mãos de uma sociedade onde os brancos têm mais poder. Infelizmente, este é um tema bastante actual, não só nos EUA, mas um pouco por todo o mundo onde a segregação racial ainda é uma realidade. É por isso que este livro é tão necessário e importante: é um abre olhos sobre uma realidade social ainda muito presente. Starr é uma personagem forte e inesquecível e é um prazer acompanhar o seu crescimento nesta história. Se gostarem, espreitem também "O Sol também é uma estrela", de Nicola Yoon, "A Cada Dia", de David Levithan, ou até mesmo o "Americanah", de Chimamanda Ngozi Adichie. Um livro obrigatório!