"Pintinhas às Bolinhas", de Afonso Cruz

Por: Sónia Rodrigues Pinto a 2020-01-23 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa

Afonso Cruz

Afonso Cruz

Afonso Cruz é escritor, ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb.
Em julho de 1971, na Figueira da Foz, era completamente recém-nascido, e haveria, anos mais tarde, de frequentar lugares como a António Arroio, as Belas-Artes de Lisboa, o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e mais de meia centena de países. Assina, desde fevereiro de 2013, uma crónica mensal no Jornal de Letras, Artes e Ideias sob o título «Paralaxe». Recebeu vários prémios e distinções nas diversas áreas em que trabalha, vive no campo e gosta de cerveja.
Os seus livros estão publicados em vários países.
www.afonsocruz.booktailors

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“A Invenção do Amor” – o poema que se tornou um símbolo de resistência à ditadura

Nos 100 anos do nascimento do poeta Daniel Filipe, regressa às livrarias a sua obra mais emblemática. A Invenção do amor, um poema originalmente publicado em 1969, foi lido e relido por várias gerações, declamado por Mário Viegas, filmado por António Campos, que o adaptou ao cinema, proibido pela PIDE e injustamente esquecido. Agora, reeditado pela Editorial Presença, assinala o regresso da coleção “Forma”, e dá a conhecer às novas gerações a história deste amor proibido e perseguido, que se tornou um símbolo de resistência – da poesia e do amor –  à ditadura.

“Poema do amor”, de António Gedeão

No Dia Mundial da Liberdade, um poema sobre o amor:  o “amor de ir, e voltar, e tornar a ir, e ninguém ter nada com isso”, “amor de tudo quanto é livre, de tudo quanto mexe e esbraceja,/ que salta, que voa, que vibra e lateja”. Sobre esse amor que rima com liberdade, escreveu António Gedeão, o “príncipe perfeito” a quem Cristina Carvalho dedicou recentemente uma biografia — António Gedeão, Príncipe Perfeito (Relógio d’Água). 

Três poemas para recordar Adília Lopes

O último mês de 2024 trouxe a notícia do falecimento de uma das vozes mais marcantes da poesia portuguesa contemporânea. Nascida Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, a 20 de abril de 1960, em Lisboa, foi sob o pseudónimo Adília Lopes que se tornou conhecida e admirada pelos leitores até ao fim dos seus dias, a 30 de dezembro de 2024.

Hoje gostaríamos de te deixar uma sugestão em forma de verso. Já conheces Afonso Cruz ? Talvez fiques surpreendido em saber que, para além de escritor, é também ilustrador, cineasta e músico. Uma das suas últimas publicações é a obra Paz Traz Paz , um livro de poemas que cabe no coração de todos. Podes pegar neste livro e lê-lo com os teus pais, com os teus avós, com os teus primos ou até com os teus amigos! 

É o livro perfeito para nos fazer acreditar que a poesia é para todos , e não escolhe idades. Se não acreditas em nós, espreita o poema Pintinhas às Bolinhas :

 


 
Pintinhas às Bolinhas , de Afonso Cruz

Gosto muito de visitar os meus vizinhos do lado,

dois irmãos, que consulto

como se fossem nuvens ou borras de café.

O Manuel tem oito (às vezes

tem seis ou nove, nós não temos sempre a mesma idade,

varia muito muito,

às vezes

somos incrivelmente maduros e temos

uns dez ou treze anos,

e outras vezes somos muito infantis

e até gatinhamos),

e o João tem cinco (ou os que lhe apetecer).

Todos os dias bato à porta da casa deles

só para saber o que se passa,

como quem lê o jornal.

Por exemplo, hoje às oito da manhã,

disse-me o Manuel, quando lhe perguntei

sobre a sua visita ao jardim zoológico:

As girafas e as zebras são parecidas,

a diferença é que as zebras têm as pintinhas às risquinhas

e as girafas têm as pintinhas às bolinhas.

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