O 25 de abril de 1974 chegou como uma primavera, uma oportunidade de começar de novo. Para Sophia, trouxe uma nova forma de envolvimento político. Em 1975, foi eleita deputada da Assembleia Constituinte, pelo círculo do Porto, nas listas do Partido Socialista. No entanto, a experiência foi curta: a política não era o seu lugar, não lhe pertencia. Escrever era “a melhor participação política”, como disse ao Jornal de Letras em 1982.
Apesar de ter deixado a Assembleia, Sophia mantinha-se sempre atenta ao que ia acontecendo em Portugal, principalmente numa altura tão delicada da nossa história. A amizade com Mário Soares e Maria Barroso também haveria de se prolongar.
Em 1984 foi a vez do marido, Francisco Sousa Tavares, ter uma participação mais ativa na política, ao aceitar o cargo de ministro da Qualidade de Vida. Veio a demitir-se no ano seguinte, entrando em processo de separação de Sophia logo a seguir. Dois anos depois, em 1987, Sophia é convidada por Mário Soares para o cargo de Chanceler das Ordens Nacionais, cargo que desempenha durante três anos.
Se a vida pública parecia correr-lhe bem, a vida privada não seguia o mesmo rumo. O filho mais novo, Xavier, sofre um traumatismo craniano num jogo de futebol entre amigos e fica paralisado do lado esquerdo. Mais tarde, Sophia e Sousa Tavares entram num longo e moroso processo de divórcio, só finalizado em 1988. Falar da vida privada não era, no entanto, algo que gostasse de fazer: era a poesia que contava a sua história.