Indignai-vos!
de Stéphane Hessel
Sobre o livro
«A minha longa vida deu-me uma série de motivos para me indignar».
Quem escreve é Stéphane Hessel, 93 anos, herói da Resistência francesa, sobrevivente dos campos de concentração nazis e um dos redactores da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É com a autoridade moral de um resistente inconformado e de um lutador visionário que Stéphane Hessel nos alerta, neste breve manifesto, para o facto de existirem hoje tantos e tão sérios motivos para a indignação como no tempo em que o nacionalsocialismo ameaçava o mundo livre. Se procurarmos, certamente encontraremos razões para a indignação: o fosso crescente entre muito pobres e muito ricos, o estado do planeta, o desrespeito pelos emigrantes e pelos direitos humanos, a ditadura intolerável dos mercados financeiros, a injustiça social, entre tantos outros. Aceitemos o desafio de Stéphane Hessel, procurando neste livro e no mundo que nos rodeia os motivos para a insurreição pacífica, pois "cabe-nos a todos em conjunto zelar para que a nossa sociedade se mantenha uma sociedade qual nos orgulhemos."
Indignai-vos é um opúsculo escrito em contexto de exame final. A consciência do fim leva Hessel a dirigir-se aos jovens e a apelar à indignação, mas uma indignação pacífica. Entende-se este sublinhado se tivermos em conta o caos que invadiu muitas das cidades europeias nos últimos anos. Os confrontos de Paris em 2005 terão sido um primeiro mas eloquente sinal. Para Hessel, este apelo à indignação deve ter por base a defesa dos valores e dos princípios do Conselho Nacional da Resistência francesa, hoje fortemente ameaçados por um poder dificilmente identificável. Impossível não concordar com o diagnóstico, nomeadamente se tivermos em conta o agravamento das assimetrias sociais num plano internacional. As razões para a indignação são, portanto, mais que muitas. Mas este opúsculo não se restringe a uma fundamentação política da indignação na actualidade. Com os seus exemplos do passado, ele reflecte uma relação nem sempre pacífica, do ponto de vista filosófico, entre desejo de envolvimento, indignação e resistência.