Bábi Iar
de Anatóli Kuznetsov
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Sobre o livro
Em setembro de 1941, as tropas nazis conquistaram Kiev. Fascinadas pela elegância dos soldados alemães ou esperançosas na reconquista do exército soviético, as populações dividiram-se. Anatóli Kuznetsov tinha doze anos e assistiu à discordância no seio da própria família. Mas à medida que os dias corriam, tornava-se claro que aquele território estava a ser palco de um crime terrível: os disparos não cessavam, as valas comuns eram abertas, o fumo tomava conta dos céus, e os judeus, os ciganos e quaisquer opositores às regras alemãs desapareciam das ruas. Não existem números consensuais, mas estima-se que mais de 100 000 pessoas terão sido mortas em Bábi Iar, às portas da capital ucraniana, e, durante décadas, quer alemães quer russos tentaram escondê-lo. Em 1961, Kuznetsov submeteu o seu testemunho deste período às autoridades soviéticas e, em 1966, saiu por fim em livro, numa versão fortemente truncada. Apenas após a fuga do autor para Inglaterra, em 1969, seria revelado o texto completo – e é esse que agora, pela primeira vez, se dá a ler em Portugal. Um perturbador retrato da brutalidade da guerra vista pelos olhos de uma criança e uma lição sobre o poder da censura.
«As partes sobre o colaboracionismo ucraniano assumem hoje especial importânica, pois, como se sabe, ao ordenar a invasão da Ucrânia, (...) Putin utilizou o argumento de que iria libertar o país dos "nazis" entre os ucranianos. Ao instrumentalizar a história da ocupação nazi da União Soviética, grande parte da sua propaganda bélica passou por insultar todo um povo»
Da Introdução de Irene Flunser Pimentel
Luís Miguel Faria, Expresso