Christopher Damien Auretta
Biografia
Christopher Damien Auretta doutorou-se pela Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA. Leciona na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa, onde organiza seminários em Pensamento Contemporâneo e na área de Ciência e Literatura, focando, sobretudo, exemplos da representação estética da modernidade técnico-científica. Publicações recentes incluem Cem dias à sombra da Torre de Babel, Novas crónicas pedagógicas; Em torno do pensar na Torre de Babel do Século XXI (micro-ensaios e afins); Ten Essays; Thinking in Babel (poesia); Elogio do Intervalo, Um docente à janela do século XXI; Cine(gra)mas, Entre a Escrita e o Ecrã; Missivas da Noosfera e A Mala Anarquista.
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Autobiografia de uma Sala de Aula
Caro Christopher, Respondo à sua questão: "Como ser docente, noutras palavras, um agente assíduo da Escola, e, contudo, ensinar a amar a vida?", perguntando "Como ser docente, e não ensinar a amar a vida?" Parece-me que não existe uma coisa sem a outra. Ser um agente assíduo da Escola e compartilhar o cenário com tanta juventude e não exemplificar o amor pela vida, pelo conhecimento e pelo outro, é, a meu ver, impossível. É claro que, na Escola, tal como na vida, existem momentos bons e outros nem tanto assim, mas é isso que nos faz amar a vida e ter vontade de a partilhar com os outros. É também assim, que, quanto a mim, deve ser a sala de aula - um espaço de partilha - de conhecimento, mas também das nossas vivências e ansiedades diárias. Considero, inclusivamente, que o desejo de conhecimento (desire to know) surge muitas vezes nesses e desses momentos de partilha, como se fossem lufadas de ar fresco, que docemente permeiam as paredes muitas vezes carregadas da sala de aula.
Caro João, Para o docente, a humanidade que o rodeia constitui um desafio ininterrupto, uma convocação sem prazo e um convite sem fim para crescer mais. Constitui, no fundo, uma enormidade a todos os níveis. (Ainda bem.) O docente é aprendiz desta humanidade que o rodeia e desafia diariamente; que lhe ilumina os caminhos ainda por conhecer e aprofundar; que, magnificamente, lhe impossibilita a arrogância, a atitude dogmática e a impermeabilidade perante a vida, e que afasta dele a tentação da biofobia e a sedução dos discursos ditos finais, ou absolutos, ou verdadeiros.
Desde o início das nossas frequentes tertúlias informais em torno de questões de pedagogia, apercebemo-nos da afinidade despretensiosa, irmandade discreta e parentesco conceptual entre a nossa maneira de pensar a docência e a pedagogia crítica desenvolvida pelo autor de Pedagogia do Oprimido. Pressentimos então que poderíamos crescer enquanto seres humanos e enquanto docentes mediante uma reflexão cada vez mais atenta à sua visão e prática pedagógicas a partir, e ao ritmo, das nossas próprias experiências pedagógicas. Assim fizemos. Sem nunca nos cansarmos. (…)
Caro João, Para o docente, a humanidade que o rodeia constitui um desafio ininterrupto, uma convocação sem prazo e um convite sem fim para crescer mais. Constitui, no fundo, uma enormidade a todos os níveis. (Ainda bem.) O docente é aprendiz desta humanidade que o rodeia e desafia diariamente; que lhe ilumina os caminhos ainda por conhecer e aprofundar; que, magnificamente, lhe impossibilita a arrogância, a atitude dogmática e a impermeabilidade perante a vida, e que afasta dele a tentação da biofobia e a sedução dos discursos ditos finais, ou absolutos, ou verdadeiros.
Desde o início das nossas frequentes tertúlias informais em torno de questões de pedagogia, apercebemo-nos da afinidade despretensiosa, irmandade discreta e parentesco conceptual entre a nossa maneira de pensar a docência e a pedagogia crítica desenvolvida pelo autor de Pedagogia do Oprimido. Pressentimos então que poderíamos crescer enquanto seres humanos e enquanto docentes mediante uma reflexão cada vez mais atenta à sua visão e prática pedagógicas a partir, e ao ritmo, das nossas próprias experiências pedagógicas. Assim fizemos. Sem nunca nos cansarmos. (…)
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