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Sobre o livro
Ora o docente reside na fronteira do humano, i.e., entre o já assente e o ainda inédito (prenhe de possibilidade e risco), que é onde mais periga o processo de humanização do sujeito-entre-sujeitos. No tocante à passagem da menoridade intelectual e existencial para níveis mais elevados de consciencialização, tal conscientização - um conceito essencial no léxico filosófico-pedagógico freireano - exige coragem e persistência.
Cada dia nasce prenhe de horizonte e encostas. / Cada dia ilumina a gravidez dos instantes. / O tempo humano é um como, não um quê. O tempo humano não é uma quantidade. // É um processo, não uma sequência. // Encerra uma bússola, não um ponteiro. // O tempo humano é a finitude a tornar-se consciente de si. // Para além de consciente, o tempo humano torna-se renovável. // O tempo dilata-se e contrai-se de acordo com os despertares e os pereceres da nossa espécie. // Numa sala de aula, o tempo dilata-se até ao infinito possível. // Cada dia finda num mar impossivelmente real. Cada noite desemboca numa hora impossivelmente possível. // E, no instante mais impossivelmente possível, amanhece o novo dia.