Vem à Quinta-Feira

de Filipa Leal 

Bertrand.pt - Vem à Quinta-Feira
Opinião dos leitores
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Enfrentar o medo com elegância poética Numa entrevista ao Correio Braziliense, em abril, Mia Couto, biólogo e poeta moçambicano, quando questionado sobre o espaço da poesia em tempos de incerteza e sobre se o medo poderia ser enfrentado com 'elegância poética', afirmou que a poesia poderia ser boa aliada em tempos de pandemia, acrescentando que, se esta ”constituir uma visão alternativa do mundo, e não apenas uma forma de arte, então ela terá poderes para enfrentar este mundo”. “Às vezes, tudo o que resta é a palavra”, concluiu. E foi com palavras e poesia que muitos quiseram vestir os dias em que, confinados, assistiam ao medo e à morte a fazerem manchetes nas televisões — a fazer lembrar os seres descritos por Platão, na sua alegoria da caverna, que vislumbravam apenas uma ténue sombra da realidade projetada nas suas paredes. Foi a alimentar os sonhos a poesia (“Ó subalimentados do sonho! A poesia é para comer.”, Natália Correia) que muitas esperas se tornaram suportáveis porque, acreditamos, tal como Juan Ramón Jimenez, que “Apoesia, como deus, como o amor, é só fé.” Filipa Leal: “A poesia é como ter uma chave fixa do Euromilhões”. É sempre com algum deslumbramento e muito medo que se parte para uma conversa com uma poeta viva. Os poetas mortos são mais fáceis de retratar. A coisa complica-se se tivermos por hábito devorar a poesia dessa autora e, pior, se um dos seus poemas teve, um dia, o descaramento de nos fazer chorar. Tropeçamos logo numa frase que a Filipa disse numa entrevista: “Como jornalista, tenho o maior respeito por quem me faz as perguntas certas (…)”. A partir daqui, é ter fé na prosa e acreditar que não convidaremos, para a conversa, as perguntas erradas. Ela começa por pedir desculpa pelo seu poema me ter feito chorar. Há pessoas assim, das que “dão laranjas”. Filipa Leal: “A poesia é como ter uma chave fixa do Euromilhões”. É sempre com algum deslumbramento e muito medo que se parte para uma conversa com uma poeta viva. Os poetas mortos são mais fáceis de retratar. A coisa complica-se se tivermos por hábito devorar a poesia dessa autora e, pior, se um dos seus poemas teve, um dia, o descaramento de nos fazer chorar. Tropeçamos logo numa frase que a Filipa disse numa entrevista: “Como jornalista, tenho o maior respeito por quem me faz as perguntas certas (…)”. A partir daqui, é ter fé na prosa e acreditar que não convidaremos, para a conversa, as perguntas erradas. Ela começa por pedir desculpa pelo seu poema me ter feito chorar. Há pessoas assim, das que “dão laranjas”.
"Entrevista de emprego", de Filipa Leal
Em entrevista à revista Somos Livros, Filipa Leal confessou que se fosse um poema, as primeiras palavras seriam as de um soneto de Camões que desde a adolescência vem colando nas suas mesas de trabalho: "Que dias há que n’alma me tem posto / Um não sei quê, que nasce não sei onde, / vem não sei como e dói não sei porquê". Nasceu no Porto em 1979, e é poeta, jornalista e argumentista. Publicou o seu primeiro livro, lua-polaroid, em 2003, ao qual se seguiram oito títulos de poesia, entre os quais A Cidade Líquida, O Problema de Ser Norte, A Inexistência de Eva, ou, o mais recente Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano. Atualmente, colabora com o programa semanal Literatura Aqui, da RTP2, vencedor do Prémio SPA para Melhor programa de Entretenimento 2017.

O poema "Entrevista de emprego" faz parte do livro Vem à Quinta-feira, o primeiro livro da autora a ser publicado pela editora Assírio e Alvim. 
Por uma vida cheia de sol — Revista Somos Livros — Verão 2024 Como dizia a sábia Raposa ao nosso querido Principezinho, “se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz”. Na antecipação que nos aquece o coração, vive a magia de uma amizade que poderá perdurar gerações — só depende de nós cuidar dela. “[…] se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E eu também passo a ser única no mundo para ti […] se tu me cativares, a minha vida fica cheia de sol.”E porque a todos os nossos leitores desejamos um verão cheio de sol, dedicamos esta edição às amizades que nos fazem felizes. Aos amigos que nos acompanham desde sempre. Aos amigos improváveis. Aos amigos que vem e vão. Aos amigos que levamos para a praia e aos amigos que só vemos depois das férias. Aos de carne e osso e aos ficcionais. Aos que fizeram História e aos que são histórias. Filipa Leal: “A Humanidade ainda está a aprender a falar, [e] a ouvir.” Para Filipa Leal, mais do que uma forma de dizer, a poesia é “a melhor forma de ouvir alguma coisa” — por isso, a Humanidade tem muito a aprender com os poetas. Nasceu no Porto, em 1979, e desde que aprendeu a escrever, a escrita tem sido a sua única certeza absoluta. Escreve poesia, contos, argumentos para cinema e teatro, e está editada em Espanha, em França, na Polónia, no Luxemburgo, na Colômbia e no Brasil. Das suas obras mais recentes, fazem parte o conto O Vestido de Noiva (Relógio d’Água, 2024), e o livro de poesia Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano (Assírio & Alvim, 2019), obra finalista do Prémio Correntes d’Escritas e semifinalista do Prémio Oceanos, juntamente com Vem à Quinta-Feira (Assírio & Alvim, 2016).
Editor: Assírio & Alvim
Edição: fevereiro de 2016
Formatos Disponíveis:
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No seu mais recente livro de poesia Filipa Leal fala-nos, com uma voz muito própria, de problemas e sobressaltos, dos dramas da sua geração mas também dos tumultos por que passaram as anteriores. «Havemos de ir ao futuro e, no futuro, estará finalmente tudo como dantes.» Desfia memórias e cartografa emoções, porque afinal «[…] buscamos no quotidiano uma estrada onde se repita o amor e a casa de algum Verão.»

  • Uma descoberta arrebatadora
    Beatriz Sertório | 13-07-2020

    Demorei-me o máximo de tempo possível neste livro tendo em conta a vontade que tinha de o ler. No fim, acabei por o ler numa tarde, entre uma viagem de comboio e uma breve paragem no jardim que fica a caminho de casa. Quando o terminei, fiquei com a sensação que só um bom livro nos consegue dar (e, em especial, os de poesia), de ter feito um amigo novo - um que sempre existiu dentro de mim e eu apenas ainda não o tinha descoberto; porque, afinal, "andamos todos à procura uns dos outros dentro e fora de quem somos", e nas palavras da Filipa sinto que encontrei um pedaço daquilo que sou. No fundo, "apenas o contrário de um analfabeto".

  • Maravilhoso
    Marisa | 08-04-2019

    As palavras da Filipa Leal têm asas e boca e um brilho que nos provoca e nos desorienta. É, indubitavelmente, uma ilusionista da palavra. Ao lê-la, sentimos que já estivemos lá, já fomos e voltamos e ninguém o contaria como ela o faz.

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Vem à Quinta-Feira
ISBN:
978-972-37-1877-5
Ano de edição:
02-2016
Editor:
Assírio & Alvim
Idioma:
Português
Dimensões:
145 x 205 x 8 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
80
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:

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