Silvério da Rocha-Cunha
Biografia
Silvério Rocha-Cunha é Doutorado em Teoria Jurídico-Política pela Universidade de Évora onde é professor associado. É membro integrado do Núcleo de Investigação em Ciência Política e Relações Internacionais (rede FCT).
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Política e Pandemias
As pandemias sempre povoaram e assombraram a História humana. Todavia, a contemporaneidade obriga a repensar velhos problemas e a encarar novos desafios. Quase sem se dar por isso, o século XXI começou marcado por um conjunto de problemas que, não apenas já evidenciavam uma fragilidade clara frente a ameaças pandémicas, mas ainda diluíram as ameaças numa Cidade Terrestre por entre um misto de cultura e políticas fragmentárias, evidenciando, quer uma convicção profunda no progresso tecnocientífico linear e infinito, quer uma profunda incapacidade de desenhar pensamentos e políticas baseados no Comum.
A forma como os humanos reagiram a esta pandemia conhecida por Covid-19, quer pelas suas iniciais medidas de confinamento e criação de muros, físicos e mentais, quer, posteriormente, por uma ação concertada no sentido de usar a ciência e a política, demonstraram (e demonstram) que não apenas as sociedades são frágeis e ambivalentes na gestão dos seus valores, mas ainda que os resultados já obtidos são igualmente complexos e ambíguos: por um lado, o coronavírus obrigou a medidas que refrearam uma civilização predadora e destrutiva do ambiente, pondo a nu os efeitos negativos de uma civilização baseada no produtivismo; por outro, revelou um tropismo mais fundo e irracional das sociedades rumo à manutenção da entropia que, desde a era moderna (ou, pelo menos desde a Revolução Industrial), marca as ideias de desenvolvimento económico e social, recusando outros paradigmas alternativos no sentido de uma vida boa mais harmoniosa e libertadora.
A forma como os humanos reagiram a esta pandemia conhecida por Covid-19, quer pelas suas iniciais medidas de confinamento e criação de muros, físicos e mentais, quer, posteriormente, por uma ação concertada no sentido de usar a ciência e a política, demonstraram (e demonstram) que não apenas as sociedades são frágeis e ambivalentes na gestão dos seus valores, mas ainda que os resultados já obtidos são igualmente complexos e ambíguos: por um lado, o coronavírus obrigou a medidas que refrearam uma civilização predadora e destrutiva do ambiente, pondo a nu os efeitos negativos de uma civilização baseada no produtivismo; por outro, revelou um tropismo mais fundo e irracional das sociedades rumo à manutenção da entropia que, desde a era moderna (ou, pelo menos desde a Revolução Industrial), marca as ideias de desenvolvimento económico e social, recusando outros paradigmas alternativos no sentido de uma vida boa mais harmoniosa e libertadora.
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