O vento conhece o meu nome
de Isabel Allende
Grátis
Sobre o livro
Finalista Prémio Livro do Ano Bertrand 2023 – Ficção Estrangeira
Viena, 1938. Samuel Adler tem apenas 5 anos quando o pai desaparece, na infame Noite de Cristal – a noite em que a sua família perde tudo. Procurando garantir a segurança do filho, a mãe consegue-lhe lugar num comboio que transporta crianças judias para fora do país, agora ocupado pelo regime nazi. Samuel embarca sozinho, deixando a família para trás, tendo o seu violino como única companhia.
Arizona, 2019. Anita Díaz e a mãe tentam entrar nos EUA, fugindo à violência que reina no seu país, El Salvador. No entanto, são separadas na fronteira, ao abrigo de uma nova lei que regulamenta a imigração, forçando à separação das famílias. A mãe desaparece sem deixar rasto, e Anita é colocada em sombrias instituições de acolhimento. O caso desperta a atenção de Selena Durán, uma californiana de ascendência latina, e de Frank Angileri, um promissor advogado, que tudo farão para reunir de novo mãe e filha. Juntos, vão conhecer de perto a violência que muitas mulheres sofrem em silêncio, sem que dela consigam escapar.
Entrelaçando passado e presente, O vento conhece o meu nome conta-nos a história destas duas personagens inesquecíveis, ambas em busca da família e de um lar. É uma sentida homenagem aos sacrifícios que fazemos em nome dos filhos e uma carta de amor às crianças que sobrevivem a perigos inimagináveis – sem nunca deixarem de sonhar.
Comentários
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Gostei muito!
Gostei muito! Num mesmo livro encontramos Judeus, a Noite de Cristal, o kindertransport, a fuga de crianças e mulheres da violência em El Salvador, a tentativa de entrar nos EUA e a crise humanitária na fronteira com o México. Em comum? A perda, a solidão, o medo, a dor e o Amor! Boa viagem!
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Do Holocausto à atual crise migratória
O vento conhece o meu nome, da chilena Isabel Allende foi uma muito agradável surpresa de leitura. Em Portugal, a escritora é publicada pela @portoeditora. Há vários anos que não lia a autora, embora tenha ponderado regressar aos seus livros quando Violeta foi dada à estampa. Acabei por não ler esse livro. Talvez tenha agarrado em O vento conhece o meu nome pelas referências a dois momentos históricos muito importantes, a atual crise migratória e a pretérita chacina aos judeus, ocorrida na Europa na Segunda Guerra Mundial. O cariz social, interventivo e político desta narrativa impõe-se logo na contracapa do romance, com a referência ao ano de 1938, em Viena, cidade de onde escapa uma jovem criança judia, só, com o seu violino, após o desaparecimento do seu pai no decorrer da Noite de Cristal. Esta data histórica marcante entrecruza-se com uma outra data, mais atual, a de 2019, nos EUA, no Arizona, bem como com a referência a outro enorme flagelo da atualidade, a crise migratória, que obriga mãe e filha, Anita Díaz, a fugirem de São Salvador e tentarem entrar nos EUA, onde intentam encontrar refúgio. A leitura das notícias na atualidade prova a dificuldade de tais intentos e Allende, neste romance, mostra-o plenamente, com laivos de realismo mágico, quando Anita, para escapar a uma terrível realidade se evade para um mundo mágico, Azabahar. Para mim, o mais interessante neste romance é o modo magistral como a autora entrecruzou dois mundos e duas épocas separados por oito décadas e, aparentemente, inconciliáveis. Afortunadamente, regressei a Allende e aos seus livros prenhes de realismo mágico, mas igualmente prenhes de referências históricas muito reais, imensamente trágicas e danosas, que merecem que nelas nos concentremos. Leiam a autora, que ficou mundialmente conhecida com o incomparável romance A casa dos espíritos. @olugardoslivrosdela
Duas vidas em tempos tão distantes mas com tanto em comum.
Romance que nos monstra dois tipos de ´´ prisões´´ em duas eras diferentes onde também as personagens mostram a sua força.
A comparação de duas histórias em tempos é lugares diferentes, mas que têm mais em comum do que se imagina.
Neste seu mais recente romance Isabel Allende, mais uma vez, consegue arrebatar o leitor. Uma história que entrelaça o passado e o presente, de duas personagens que ficarão na nossa memória. A atualidade da imigração e da separação forçada entre famílias, estão aqui magistralmente retratadas.