O Ministério da Felicidade Suprema
de Arundhati Roy
Grátis
Sobre o livro
Num cemitério da cidade, Anjum desenrola um tapete persa puído entre duas campas. Num passeio de betão surge um bebé, como que do nada, num leito de lixo. Num vale coberto de neve, um pai escreve à filha de cinco anos, falando-lhe do número de pessoas que estiveram presentes no seu funeral.
Num apartamento, sob o olhar atento de uma pequena coruja, uma mulher solitária alimenta uma osga até à morte. E, na Jannat Guest House, duas pessoas dormem abraçadas como se tivessem acabado de se conhecer.
Uma viagem íntima pelo subcontinente indiano, desde os bairros superlotados da Velha Deli e os centros comerciais reluzentes da nova metrópole às montanhas e os vales de Caxemira, com um elenco glorioso de personagens inesquecíveis, apanhadas pela maré da História, todas elas em busca de um porto seguro. Contada num sussurro, num grito, com lágrimas e gargalhadas, é uma história de amor e ao mesmo tempo uma provocação. Os seus heróis, presentes e defuntos, humanos e animais, são almas que o mundo quebrou e que o amor curou. E, por este motivo, nunca se renderão.
Vinte anos após o enorme sucesso de O Deus das Pequenas Coisas surge o tão aguardado segundo romance da inigualável Arundhati Roy.
Helena Vasconcelos, Público
“O novo romance de Arundhati Roy lembra Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, uma história que, como esta, começa e acaba com a morte”.
“Os personagens atravessam barreiras étnicas, religiosas e de género, em busca da felicidade suprema mencionada no título”.
“O segundo romance de Arundhati Roy é a sua segunda obra-prima. A escritora junta-se a Charles Dickens, Gabriel García Márquez e Salman Rushdie ao contar histórias com tanta magia e humanidade.”
“Duas décadas após o célebre O Deus Das Pequenas Coisas, o segundo romance de Arundhati Roy é ambicioso, original e perturbante. Cruza ternura e brutalidade, mitologia e quotidiano. Universal e delicado, a sua complexidade é essencial para perceber a visão que a autora tem do mundo enquanto lugar belo, desconcertante, contraditório e devastado.”
Um raio-x à Índia atual, com todas as suas clivagens. A autora explora toda a malha sociológica, para criar diversas personagens que vão contando a história desta teia social, como coexistem, como interagem e como todos parecem aceitar naturalmente este sistema. Um excelente livro para quem tem curiosidade de conhecer mais intimamente a cultura sociológica deste país.
Primeiro livro que li da autora, este "Ministério da Felicidade Suprema" não poderia ser mais atual e pertinente. Alicerçando mitos e lendas com uma realidade atual na Índia, Arundhati Roy - numa escrita um pouco desconcentrada (no bom sentido!) e sensibilizante - apresenta-nos a Anjum - uma hijra (entidade da mitologia indiana), uma personagem inesquecível e desconcertante. Mas não são só as personagens o motivo cativante desta obra. Tendo como pano de fundo a Índia - uma terra descrita como cheia de cores mas também como um não-lugar - Roy faz também uma reflexão sobre o estado atual de um país ainda muito ligado a costumes e tradições. Numa era em que nem todos os direitos HUMANOS estão garantidos, é-nos aqui chamada a atenção para questões de género, preconceito e pobreza.