Apresentação do Rosto
de Herberto Helder
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Sobre o livro
Finalista Prémio Livro do Ano Bertrand 2020 - Reedição de Poesia
«Há a tentação de escrever um texto inabitável, uma espécie de mapa solitário e limpo, diante do qual o engenheiro da fábula não possa maquinar o seu empenho de aventura humana, com as palavras: aqui fica uma rua, aqui uma ponte, aqui um parque, aqui a mancha cerrada de sentimentos e ideias com o nome de bairro de gente.
Antes da escrita, alguém disse: um momento, engenheiro - eu amaria uma superfície destituída de enigmas, aonde ninguém chegasse, onde não houvesse uma casa paterna, sobretudo, e a perpetração da parábola do filho pródigo.
É um texto que se destina à consagração do silêncio, a gente já pensou tanto, já teve mãos por tantos lados, já dormiu e acordou - bom seria imaginar o espírito apaziguado, a reconciliação do pensamento com a matéria do mundo.
Mestre, não me dês um tema.
E então o texto principia a ser ferozmente habitado.
[...]
Jornal Negócios
José Mário Silva, Expresso
Apresentação do Rosto: a representação da mordaça impossível à liberdade da letra. Publicado e imediatamente apreendido pela PIDE, em 1968, volta 52 anos depois para nos atestar a força da sua prosa poética. Um mítico livro - hino à liberdade de si e uma biografia da subjectividade singular e abstracta que todos somos.