Maria de Fátima Bonifácio
Biografia
Maria de Fátima Bonifácio (n. 1948) doutorou-se (1990) e agregou-se (1997) em História Contemporânea de Portugal na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde foi docente de 1980 a 2006, e reformou-se em 2012 como investigadora-coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Colaboradora em diversos órgãos de comunicação social, como por exemplo o jornal Público e a revista Atlântico, é autora de várias obras, entre as quais A Monarquia Constitucional, 1807-1910 (2010), Memórias do duque de Palmela (2011), Um Homem Singular (2013) e António Barreto – Política e Pensamento.
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A Republicanização da Monarquia
Num século tão conturbado como foi o século XIX, a evolução política de Portugal foi marcada por um conflito insanável entre o radicalismo e o liberalismo, conflito esse que o demoliberalismo europeu do século XX parcialmente resolveu sem, no entanto, erradicar por completo a tensão que ainda hoje em dia vem ao de cima nas nossas democracias liberais, onde se digladiam as forças à esquerda adeptas do estatismo, e as que ao centro pugnando por um Estado menos invasivo, reivindicando a liberdade individual, e portanto os direitos da iniciativa privada com o seu respectivo corolário, a meritocracia. O mundo conservador, aristocrático e rural, foi silenciado, só reaparecendo na política oficial e constitucional em Portugal na primeira metade do século XX.
Nas últimas décadas do século XIX, o radicalismo revelou o seu fundo abertamente republicano, desentranhando-se do caldeirão liberal em que, por fraqueza, existira confundido com o liberalismo, sem porém abdicar do seu credo próprio, antimonárquico e antiaristocrático. O programa do radicalismo consistiu em republicanizar a monarquia: liquidar o privilégio aristocrático, eliminar a Câmara dos Pares, transformar o rei numa figura meramente decorativa, e, não menos importante revogar o artigo 6.º da Carta que determinava que o catolicismo fosse a religião oficial do Estado.
Nas últimas décadas do século XIX, o radicalismo revelou o seu fundo abertamente republicano, desentranhando-se do caldeirão liberal em que, por fraqueza, existira confundido com o liberalismo, sem porém abdicar do seu credo próprio, antimonárquico e antiaristocrático. O programa do radicalismo consistiu em republicanizar a monarquia: liquidar o privilégio aristocrático, eliminar a Câmara dos Pares, transformar o rei numa figura meramente decorativa, e, não menos importante revogar o artigo 6.º da Carta que determinava que o catolicismo fosse a religião oficial do Estado.
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