Jorge Martins
Biografia
Jorge Martins é doutorado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras de Lisboa (2006) e professor de História desde 1978. Pertence ao quadro da Escola Secundária Braamcamp Freire, Pontinha, é professor convidado do Instituto Superior de Ciências Educativas - Odivelas e investigador do Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE - Lisboa. Tem exercido atividade de formador em centros de formação de professores e é autor de manuais escolares, obras de ficção e ensaio, designadamente, sobre história contemporânea, história local e estudos judaicos. É autor dos três volumes de Portugal e os Judeus, também publicados sob a chancela Vega.
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Os Criptojudeus em Monforte
A presença dos judeus em Monforte remonta, pelo menos, ao reinado de D. Afonso II, no início do século XIII, manteve-se até ao final do século XV e sabemos que viviam criptojudeus em Monforte desde a primeira metade do século XVI. As informações recolhidas sobre a genealogia dos primeiros cristãos-novos de Monforte presos pela Inquisição em meados desse século, permitiram-nos concluir que a origem de algumas famílias viria de Espanha, muito provavelmente em consequência do decreto de expulsão de 1492. Contudo, sabendo-se que havia comunidade judaica medieval em Monforte, é também possível em alguns deles fossem seus descendentes directos. Em todo o caso, podemos afirmar que o criptojudaísmo persistiu em Monforte desde a criação da Inquisição (1536) e o seu declínio, em meados do século XVIII.
Pelas igrejas de baptismo (Madalena e São Pedro) e pelas consistentes referências ao arrabalde, podemos afirmar que a maioria vivia fora das muralhas no século XVI, o que poderá constituir um indício de que a judiaria medieval se situaria próximo daquelas duas paróquias. A existência da sinagoga secreta e de rabino criptojudeu no século XVI em Monforte, a preparação da carne ao modo judaico, a rejeição dos alimentos proibidos aos judeus, e os ajuntamentos de cristãos-novos para as celebrações da Lei de Moisés, principalmente o Shabat, são provas da vida comunitária judaica em Monforte no tempo da Inquisição.
Em suma, talvez por se ter perdido a memória da presença judaica e criptojudaica em Monforte, consequência da acção da Inquisição, que foi forçando a saída dos cristãos-novos para outras localidades, esta vila alentejana se tenha tornado insuspeita da importância e da riqueza da sua história (cripto)judaica, que aqui fica documentada.
Pelas igrejas de baptismo (Madalena e São Pedro) e pelas consistentes referências ao arrabalde, podemos afirmar que a maioria vivia fora das muralhas no século XVI, o que poderá constituir um indício de que a judiaria medieval se situaria próximo daquelas duas paróquias. A existência da sinagoga secreta e de rabino criptojudeu no século XVI em Monforte, a preparação da carne ao modo judaico, a rejeição dos alimentos proibidos aos judeus, e os ajuntamentos de cristãos-novos para as celebrações da Lei de Moisés, principalmente o Shabat, são provas da vida comunitária judaica em Monforte no tempo da Inquisição.
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