Eduardo Galeano
Biografia
Eduardo Galeano (1940-2015) – «inimigo da mentira e da indiferença», segundo John Berger – notabilizou-se como um dos mais apaixonados ativistas e escritores latino-americanos. Nos cafés de Montevideu, despertou para o «arco-íris da humanidade», para o colorido das gentes e dos pequenos gestos, e aprendeu a escutar a dignidade das vozes das ruas. Com um percurso intensamente político, Eduardo Galeano foi, nos anos 60, editor do mítico Marcha, principal jornal de esquerda uruguaio, e, se sonhara ser jogador de futebol em criança, cedo se tornou um ponta-de-lança dos oprimidos e dos sem-voz, fintando o silêncio a que estavam condenados. A publicação de Veias Abertas condenou o autor à prisão e forçou-o ao exílio na Argentina, onde esteve nas listas dos esquadrões da morte, e em Espanha. A sua voz alimentou o fogo de movimentos contestatários, ecoou entre o nevoeiro do Chiapas, em 1996, e entre os indignados de Madrid, em 2011. Na sua obra premiada, alheia a géneros, destacam-se a trilogia Memória do Fogo (1982-86), O Livro dos Abraços (1989), As Palavras Andantes (1993), Espelhos (2008) e Mulheres (2015).
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Memória do Fogo I
Memória do Fogo (1982-1986) é a obra de maior fôlego de Eduardo Galeano, fruto de anos de investigação e escrita.
Trilogia monumental que desafia as categorias de história e ficção - incompatíveis com a necessidade de expressar a vitalidade do mundo, segundo o autor -, é «a tentativa de resgatar a história viva das Américas em todas as suas dimensões, aromas, cores e dores», traçando a vida de um continente, desde os tempos pré-colombianos até aos anos 80, e formando, para muitos, o mais belo historial deste território.
O primeiro volume, que se estende das mitologias indígenas sobre a formação do continente ao início do século xviii, e no qual se sucede um caleidoscópio de conquistados e conquistadores, deuses e crenças, encerra também um enredo mais vasto: o choque violento e estrepitoso entre o Velho e o Novo Mundo.
Trilogia monumental que desafia as categorias de história e ficção - incompatíveis com a necessidade de expressar a vitalidade do mundo, segundo o autor -, é «a tentativa de resgatar a história viva das Américas em todas as suas dimensões, aromas, cores e dores», traçando a vida de um continente, desde os tempos pré-colombianos até aos anos 80, e formando, para muitos, o mais belo historial deste território.
O primeiro volume, que se estende das mitologias indígenas sobre a formação do continente ao início do século xviii, e no qual se sucede um caleidoscópio de conquistados e conquistadores, deuses e crenças, encerra também um enredo mais vasto: o choque violento e estrepitoso entre o Velho e o Novo Mundo.