Deus na escuridão
de valter hugo mãe; Ilustração: Albuquerque Mendes
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Sobre o livro
Finalista Prémio Livro do Ano Bertrand 2024 – Ficção Lusófona
«Deus é exactamente como as mães. Liberta Seus filhos e haverá de buscá-los eternamente. Passará todo o tempo de coração pequeno à espera, espiando todos os sinais que Lhe anunciem a presença, o regresso dos filhos.»
Este livro explora a ideia de que amar é sempre um sentimento que se exerce na escuridão. Uma aposta sem garantia que se pode tornar absoluta. A dúvida está em saber se os irmãos podem amar como as mães que, por sua vez, amam como Deus.
Passada na ilha da Madeira, esta é a história de dois irmãos e da necessidade de cuidar de alguém. Delicado e profundo, Deus Na Escuridão é um manifesto de lealdade e resiliência.
Inclui ilustrações de Albuquerque Mendes.
Raduan Nassar
Adolfo Luxúria Canibal
Luís Ricardo Duarte, Jornal de Letras
Comentários
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Obra de arte
Este livro é uma obra de arte em forma de escrita. A riqueza das palavras e a maneira como nos cativam é estonteante.
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Deus na escuridão
Costumo ansiar pela visita de um novo livro do Valter Hugo Mãe. Confesso que o título me despertou alguma desconfiança, mas descalcei-me e preparei-me para atravessar o “Deus na Escuridão”. Cada livro de V.H.M. é como um rio de sabedoria e espiritualidade como o que corre em “As doenças do Brasil”. Pode deslizar feliz sobre um leito macio ou correr encrespado sobre um leito eriçado de pedras que, se pequenas e polidas, nos podem fazer escorregar ou, se maiores e angulosas (“O Nosso Reino”) podem golpear-nos os dedos dos pés. De qualquer maneira, é essencial estar descalço. A escuridão, quando pequeno, sempre me assustou. A dado momento o meu pai colocou uma cortina paralela à cama para que encolhesse. Ficou só um terço da escuridão. Na escuridão cabe tudo o que temos capacidade de imaginar, deuses, monstros, seres alienígenas, mundos felizes, até um Deus. Na minha, agora acanhada, sabia que Deus não estava, ocupado a acompanhar o sofrimento de minha mãe que morria no quarto a lado, deixando um mundo ainda pior. Pensando bem, mesmo que ainda na infância, o amor de mãe fazia-me muito mais falta que o amor de Deus que, após, não me ficou a fazer falta alguma. Dada a profundidade do sono da mãe das minhas filhas, quando algum susto, algum medo, acontecia, era o pai que chamavam, o pai na escuridão que as amava como pai e, tantas vezes, até como mãe, nunca como Deus, nem sei o que isso é. Voltando ao essencial, a leitura deste livro, arrebatador como qualquer outro de V.H.M. é um puro exercício de prazer, uma viagem mágica, desta vez na Madeira real, a dos afectos e não a do betão. No mundo em que vivemos receio bem que daqui a alguns anos, quando governados pelos “defensores da família tradicional e de tantas outras “tradições” enraizadas no pesadelo judaico-cristão”, deixemos, de novo, de poder ler estes livros que nos libertam, que nos humanizam. Neste livro específico, no entanto, e sabendo ao que Deus sujeitou o seu próprio filho, entre outras injustiças, custa-me a aceitar a referência a um Deus mãe. Não sinto. Mas atenção, algo de parecido poderia dizer dos discos “Ghosteen”,e ´´Wild God´´ do Nick Cave, e são dois discos extraordinários. Pedro Matias (2024)
Ambientado na deslumbrante Ilha da Madeira, o livro nos transporta para um cenário exótico e misterioso. Com uma narrativa envolvente e um teor misterioso, Mãe nos conduz por uma jornada emocionante, repleta de reviravoltas e descobertas surpreendentes. É uma obra que mergulha nas relações complexas dos vínculos familiares e os mistérios que permeiam suas vidas.
Um livro escrito de maneira magnifica e com um toque emotivo maravilhoso.
Livro repleto de sentimento, onde o amor é representado sob várias formas. O dialeto da Ilha dá mote à proximidade das relações, onde todos todos os personagens representam as relações humanas com todos os defeitos e virtudes que lhe são conhecidas. Maravilhoso livro que nos remete para a simplicidade dos sentimentos.