António Louçã
Biografia
Mestre em História, publicou em 1996 o primeiro artigo saído em Portugal sobre o papel que as autoridades monetárias nacionais desempenharam na receptação do ouro nazi. Sobre este tema participou em várias conferências internacionais e publicou artigos em jornais e revistas em Israel, Alemanha, Hungria, Estados Unidos, Polónia ou Suíça, entre outros países. Autor de vários livros de História contemporânea, publicou mais recentemente a biografia de Varela Gomes - Que outros triunfem onde nós fomos vencidos. É jornalista da RTP.
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Uma Ingerência Discreta
Em 1975, nas paredes das vilas e cidades multiplicavam-se as mensagens contra a ingerência do imperialismo em Portugal. Por detrás das ameaças de golpe, identificava-se a mão dos Estados Unidos, que há pouco interviera na democracia chilena. Esta verdade não era, apesar disso, toda a verdade, como não era solitário o protagonismo norte-americano no combate à revolução.
O processo revolucionário português suscitou um enorme desconcerto nos países europeus, sobretudo na Alemanha Federal, que apostara numa evolução do regime fascista e que partilhava agora o desconcerto generalizado. Mas a política externa alemã, hábil jogadora em dois tabuleiros, tinha igualmente apostado na oposição, levando assim um grande avanço em relação às suas congéneres.
Enquanto Henry Kissinger teimava em submeter a revolução pela força, o Governo de Bona moldava-se às circunstâncias e apostava na via eleitoral para domar a revolução.
Mais versátil do que o secretário de Estado norte-americano, a diplomacia alemã teve abertura para bem tocar as teclas do reportório de estratégias contrarrevolucionárias. Daí que a ingerência alemã em Portugal, subestimada durante meio século, venha obtendo, finalmente, a atenção que justifica.
O processo revolucionário português suscitou um enorme desconcerto nos países europeus, sobretudo na Alemanha Federal, que apostara numa evolução do regime fascista e que partilhava agora o desconcerto generalizado. Mas a política externa alemã, hábil jogadora em dois tabuleiros, tinha igualmente apostado na oposição, levando assim um grande avanço em relação às suas congéneres.
Enquanto Henry Kissinger teimava em submeter a revolução pela força, o Governo de Bona moldava-se às circunstâncias e apostava na via eleitoral para domar a revolução.
Mais versátil do que o secretário de Estado norte-americano, a diplomacia alemã teve abertura para bem tocar as teclas do reportório de estratégias contrarrevolucionárias. Daí que a ingerência alemã em Portugal, subestimada durante meio século, venha obtendo, finalmente, a atenção que justifica.
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