Sobre o livro
Esta segunda publicação de Osvaldo da Gama Afonso, assumida como Palavras - que ficam - , é já, num curto espaço de tempo, não apenas o que ele pensava serem "Pedaços de Razão", atirando-nos este primeiro título, num entendimento des-prevenido da obra, para alguma coisa do âmbito das emoções presas dispersas por acasos poéticos, mas Palavras; palavras, sílabas, sonhos, sinais de um caminho em curso para o poeta integral. (...)
Todavia, porque, como aliás insiste em dizer, é "raça de café" e proclama bem alto "EU SOU AFRICANO", uma das movimentações da palavra poética é, precisamente, a viagem constante às Áfricas. À sua, S. Tomé e Príncipe, às outras, àquelas do Continente Africano, e estas por cá, não só exclusivamente Portugal, mas mundo dito primeiro mais todas as suas vicissitudes, da também dita Cultura Ocidental. (...)
O - que fica - é primordialmente a voz de Palavras e, com agudeza, com uma já jovem sagesse, a Voz de África, "os ritmos d'ôbô" nas melodias de saudades, lágrimas, alegrias, "chocolate" com
"côco ralado e feitiço"
"no canto
na dor
no espanto".
Maria Rosa da Rocha Valente Sil Monteiro (do prefácio)