Ruben A.
Biografia
Ruben Alfredo Andresen Leitão nasceu a 26 de maio de 1920, em Lisboa. Formado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, foi docente na área da Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Londres entre 1947 e 1952. Estreou-se em 1949 com Páginas, misto de diário e ficção, um texto que sairia ao longo dos anos seguintes, em seis volumes. Destacam-se ainda, na novelística, os romances Caranguejo (1954), narrativamente escrito de trás para a frente, sem numeração de página, e A Torre da Barbela (1964), onde o autor funde a ficção biográfica e a ficção histórica. A segunda metade da década de 60 será marcada pela publicação dos três volumes autobiográficos O Mundo à Minha Procura. A sua escrita distingue-se pelo recurso a inteligentíssimos jogos de linguagem, desconstrução dos eixos narrativos tradicionais, subversão cronológica dos eventos passados e, claro, pela crítica irónica a uma certa forma de ser português. Alguns meses antes da sua morte, foi convidado a dar aulas na Universidade de Oxford. Morreu em Londres, a 26 de setembro de 1975.
No ano do centenário do seu nascimento, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa condecorou-o, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
No ano do centenário do seu nascimento, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa condecorou-o, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
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Silêncio para 4
«Nunca em língua portuguesa se ilustrou com tão jubilante desvairo a palavra conhecida de Nietzsche: o amor é o ódio mortal dos sexos. Ao longo de um diálogo-monólogo de duzentas páginas, Ruben A. executa a sua música imprevisível e certa, dançando ao seu compasso atonal, vertiginoso e estático ao mesmo tempo, o strindberguiano motivo da “dança da morte”, transposto para nova lusitana liberdade de amar fora de portas e em todas as estações. Metáfora uma da outra, a dança erótica e a da escrita que nela se alimenta, verso e reverso de uma só aventura imaginária, essência do amor e da palavra que o inventa ou transfigura, desenham a meias a mais fabulosa quadratura da ficção das nossas letras.»