Jacques Derrida
Biografia
Jacques Derrida (1930-2004) é o filósofo da Desconstrução – talvez o mais radical, justo e inventivo dos idiomas filosóficos: justíssimas nos parecem por isso as palavras que Dominique de Villepin lhe endereçou, a 25 de maio de 2003, na Universidade hebraica de Jerusalém, aquando da sua receção de um Doutoramento honoris causa: «Jacques Derrida, o senhor volta a dar densidade às palavras mais fortes e mais simples da Humanidade [...] O senhor está na primeira fila daqueles que abriram a via de um pensamento novo. [...] A "Desconstrução" é a démarche atenta, escrupulosa, de um pensamento que se forma à prova do seu objeto. Démarche eminentemente criativa e libertadora. Desfazer, sem nunca destruir, para ir mais longe. [...] O senhor situa-se na linha dos intelectuais da honra, ciosos de universal, no caminho aberto por Voltaire, Bernanos, Zola ou Sartre.»
Autor de uma obra imensa, para além da sua docência, primeiro na Sorbonne, de 1960 a 1964, depois na École Normale Supérieure de Paris, de 1964 a 1984, e na École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, de 1984 a 2003, Derrida também desenvolveu uma intensa atividade docente um pouco por todo o mundo, tendo sido Professor convidado de várias universidades [nomeadamente, Berlim, San Sebastian, John Hopkins, Yale, Cornell, New York University, New School for Social Research, UC Irvine, Cardozo Scholl of Law, ...] e tendo também herdado a cátedra de Hans-Georg Gadamer na Universidade de Heidelberg. Doutor Honoris Causa por mais de duas dezenas de universidades, incluindo pela Universidade de Coimbra, em novembro de 2003.
Autor de uma obra imensa, para além da sua docência, primeiro na Sorbonne, de 1960 a 1964, depois na École Normale Supérieure de Paris, de 1964 a 1984, e na École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, de 1984 a 2003, Derrida também desenvolveu uma intensa atividade docente um pouco por todo o mundo, tendo sido Professor convidado de várias universidades [nomeadamente, Berlim, San Sebastian, John Hopkins, Yale, Cornell, New York University, New School for Social Research, UC Irvine, Cardozo Scholl of Law, ...] e tendo também herdado a cátedra de Hans-Georg Gadamer na Universidade de Heidelberg. Doutor Honoris Causa por mais de duas dezenas de universidades, incluindo pela Universidade de Coimbra, em novembro de 2003.
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Palavras Nocturnas seguidas de A Desconstrução
«[…] o que mais me importa […] é aquilo a que hoje se chama a «dívida externa» que, para mim, é um sinal […] do estado do mundo. A dívida externa é aquilo que alguns Estados devem a outros Estados […], a Estados ricos e desenvolvidos - dívida que esfaima, que empobrece em permanência as economias destes Estados ditos pobres. É um mecanismo de capitalismo entre Estados que faz com que certas economias não possam desenvolver-se em certos Estados-nações em razão dos interesses da dívida dita externa a pagar.
É uma tragédia planetária, e eu interesso-me por ela mesma, mas também pelo que ela indica da opressão económica entre os Estados-nações. Evidentemente, a questão do direito internacional é também a destes mecanismos da economia mundial, do mercado mundial que, sob a autoridade incontestada, ou muito raramente contestada, desta lei do mercado, dos bancos do Estado, dos mecanismos de endividamento, aprofunda a desigualdade e a dissimetria entre os homens no planeta.
E enquanto o direito internacional, as instituições internacionais - que eu não critico aqui nelas mesmas e às quais presto homenagem - não se transformarem na sua missão, nos seus textos, nas suas práticas, para remediar estes mecanismos de escravização, todos os discursos sobre os Direitos do Homem, sobre a igualdade e a fraternidade serão ou alibis ou hipocrisias.»
Palavras Nocturnas, p. 100-101
«[…] a Desconstrução designa, antes de mais, um pensamento, um idioma de pensamento filosófico ligado à obra, à assinatura e ao nome de Jacques Derrida (1930-2004). Um idioma de pensamento filosófico dotado de pressupostos específicos - os da différance ou do rastro: khôra e messiânico - que consubstanciam uma espécie de matriz teórico-filosófica, que o singulariza.
[…] No deserto filosófico crescente dos nossos dias, em que abundam as atitudes meramente dóxicas ou ideológicas, a Desconstrução afigura-se-nos uma chance para o pensamento - para a vida do pensamento e para o bem-viver ou o mais justo viver-juntos neste mundo.»
A Desconstrução, p. 143-144, 146.
É uma tragédia planetária, e eu interesso-me por ela mesma, mas também pelo que ela indica da opressão económica entre os Estados-nações. Evidentemente, a questão do direito internacional é também a destes mecanismos da economia mundial, do mercado mundial que, sob a autoridade incontestada, ou muito raramente contestada, desta lei do mercado, dos bancos do Estado, dos mecanismos de endividamento, aprofunda a desigualdade e a dissimetria entre os homens no planeta.
E enquanto o direito internacional, as instituições internacionais - que eu não critico aqui nelas mesmas e às quais presto homenagem - não se transformarem na sua missão, nos seus textos, nas suas práticas, para remediar estes mecanismos de escravização, todos os discursos sobre os Direitos do Homem, sobre a igualdade e a fraternidade serão ou alibis ou hipocrisias.»
Palavras Nocturnas, p. 100-101
«[…] a Desconstrução designa, antes de mais, um pensamento, um idioma de pensamento filosófico ligado à obra, à assinatura e ao nome de Jacques Derrida (1930-2004). Um idioma de pensamento filosófico dotado de pressupostos específicos - os da différance ou do rastro: khôra e messiânico - que consubstanciam uma espécie de matriz teórico-filosófica, que o singulariza.
[…] No deserto filosófico crescente dos nossos dias, em que abundam as atitudes meramente dóxicas ou ideológicas, a Desconstrução afigura-se-nos uma chance para o pensamento - para a vida do pensamento e para o bem-viver ou o mais justo viver-juntos neste mundo.»
A Desconstrução, p. 143-144, 146.
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