Flor Campino
Biografia
Nasceu em Tomar em 1934. Frequentou o Colégio Nuno Álvares. Fez o curso superior de Pintura na Escola de Belas Artes do Porto. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, onde residiu a partir de 1961. Participou em exposições coletivas (Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Unesco, Grand Palais). Fez algumas exposições individuais, a última das quais na Galeria Serpente, no Porto, em 2020. Flor Campino para o poema «Ritmo Real», de Fernando Echevarría, concebeu e realizou um livro com gravuras em relevo em 85 exemplares assinados pelos autores, que se encontra na Biblioteca Nacional de Paris e no Centro Cultural da Fundação Calouste Gulbenkian. Está representada em diversas coleções particulares. Vive atualmente no Porto.
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Por aquele caminho de árvores sem folhas, alguns vultos silenciosos. Maria vai pensativa. Quanta melancolia despenhada e tão verticalmente assumida! Os olhos atraídos pelas altas silhuetas penteando para o alto a cabeleira onde a luz se emaranha entre púrpura e roxas ramificações, captam uma escala de tons e semitons relevando o contributo de todo um ciclo provisoriamente marcado pela maceração invernal. Aquela paisagem de grafismos feita de ritmos, torsões, correspondências e derivações, aparece-lhe como um estado de alma a materializar com o auxílio de texturas e tinturas.
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